Retrato de uma Dama na Rede
de Descanso. Pintura de Aurélio de Figueiredo, 1885. Coleção Particular
Para as mulheres da classe
dominante a sociabilidade era reduzida e em geral restrita ao núcleo familiar.
A rua continuava a ser
domínio de escravos e vendedores ambulantes. As mulheres de alta classe não
eram vistas nas ruas ou em outros lugares públicos com exceção da igreja.
O fato de viver na cidade
não alterara profundamente a segregação em que a mulher de classe alta vivera
nas zonas rurais.
Não foram raros os
viajantes que, passados os meados do século, ainda estranhavam o costume que os
brasileiros tinham de segregarem esposas e filhas.
Imperava na cidade como no
campo uma severa disciplina patriarcal. Nos grandes centros do litoral,
principalmente na Corte ou em São Paulo, onde se fundara a Faculdade de
Direito, a mulher gozaria pouco a pouco de maior autonomia, frequentando
teatros e bailes.
Mesmo o hábito de sair às
compras, de percorrer as lojas, só se desenvolveria mais tarde, sendo costume
das mulheres de classe alta mandarem vir das lojas amostras das mercadorias que
desejavam comprar.
Exercendo funções
exclusivamente domésticas, limitadas no convívio social, reduzidas à
convivência com as escravas, era precária, em geral, sua educação, como bem
observou Gilberto Freyre.
Os mais bens educados,
quando ficavam viúvas, ou na ausência dos maridos, se tornavam as
administradoras das Fazendas.
Nos grandes centros havia
exceções, principalmente na Corte, onde se reunia o melhor da sociedade da
época.
A inglesa Maria Graham
conheceu senhoras brasileiras que poderiam frequentar qualquer salão dos mais
civilizados da Europa, sem se sentirem pouco à vontade.
Por toda parte as mulheres
das camadas inferiores gozavam de uma liberdade de circulação e independência
desconhecida das que integravam a elite.
Fonte: Da Monarquia à
República - Momentos Decisivos. Emília Viotti da Costa
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