Ilha Sentinela do Norte: O lugar mais difícil de visitar no mundo - É difícil acreditar que
existem pessoas neste mundo que não sabem sobre a internet ou sobre telefones
celulares.
Porém, ainda existem tribos
que estão completamente à parte da civilização global e não mantêm qualquer
tipo de contato com o mundo exterior.
Com quase 60 mil anos de
idade, a Ilha Sentinela do Norte é uma parte das ilhas de Andaman e Nicobar,
que fica no Oceano Índico, entre Mianmar e Indonésia. Lá, é o local onde existe
uma das tribos mais isoladas do planeta.
Os sentinelenses são tão
hostis ao contato externo que a ilha foi considerada o lugar mais difícil para
se visitar no mundo.
Os sentinelenses parecem
ser descendentes diretos dos primeiros seres humanos que surgiram a partir da
África.
A quantidade de habitantes
ainda não pode ser certificada, mas estima-se que ela gire em torno de 40 e 500
nativos.
Não importa o caráter do
visitante, ao chegar às margens da ilha, seja de propósito ou por acidente, os
moradores recebem o intruso quase sempre da mesma forma: com lanças e flechas,
em posição de ataque.
Presentes como alimentos e
roupas não têm importância para eles. Essa hostilidade chegou a ponto de os
nativos terem resistência no recebimento de missões de salvamento após o tsunami
em 2004.
No momento em que o tsunami
desastroso atingiu o Oceano Índico, um grupo de socorristas ofereceu ajuda para
os sentinelenses, por meio de um helicóptero da marinha indiana.
Eles queriam encontrar e
ajudar os sobreviventes, embora as chances fossem pequenas.
Tentaram descer pacotes de
comida para o chão, mas foram recebidos com a hostilidade dos moradores,
inclusive um guerreiro sentinelense emergiu da selva densa e atirou uma flecha
tentando atingir o helicóptero.
Não se sabe muito sobre
esse povo tribal: a linguagem é estranha e seus hábitos desconhecidos. Suas
moradias estão escondidas na mata fechada, por isso não se tem nenhuma pista
sobre como eles vivem.
Tudo o que se sabe é que os
sentinelenses são caçadores e coletores, pois eles não cultivam nada, a
princípio. Eles vivem de frutas, peixes, tubérculos, porcos selvagens, lagartos
e mel.
A Índia tem a soberania
sobre Sentinela do Norte, mas acredita-se que as pessoas dessa ilha sequer
sabem o que é a Índia. Depois de várias tentativas fracassadas de fazer contato
amigável, o governo indiano finalmente se afastou e fez com que todas as
visitas à ilha fossem proibidas.
A Marinha da Índia impôs
uma zona de proteção de 3 milhas para manter os turistas, exploradores e outros
intrometidos à distância. Encontros acidentais ainda ocorrem e nenhum deles termina
bem.
Há várias histórias de
horror de como os sentinelenses têm tratado seus convidados: a maioria das
pessoas retorna da ilha aterrorizada e ferida.
Em 1896, um fugitivo das
prisões britânicas da Andamans ficou à deriva no mar e acabou indo para as
margens da ilha por acidente.
Poucos dias depois, um
grupo de busca encontrou o seu corpo em uma praia, perfurado por flechas e com
a garganta cortada.
Em 1974, um grupo foi até
lá para fazer um documentário e o diretor do filme acabou sendo ferido por uma
flecha na perna.
O
antropólogo indiano T.N. Pandit realizou diversas viagens patrocinadas pelo
governo para Sentinela do Norte no final dos anos 80 e início dos anos 90.
"Às
vezes, eles viram as costas para nós e se sentam em seus quadris como se fossem
defecar", disse ele.
"Isso
é um símbolo de insulto para eles, já que não éramos bem-vindos”.
Surpreendentemente,
houve apenas um caso em que uma pessoa de fora não enfrentou uma recepção
agressiva.
Em 4 de
janeiro de 1991, um grupo de 28 pessoas composto de homens, mulheres e
crianças, se aproximou com Pandit e sua comitiva.
"Foi
inacreditável como eles se apresentaram ao nosso encontro
voluntariamente", disse ele.
"Eles
devem ter decidido que havia chegado a hora de entrar em contato com outras
pessoas".
IInfelizmente, o último contato com os habitantes da ilha, em 2006, não foi tão bem como se esperava.
Dois pescadores foram
mortos, enquanto pescavam ilegalmente dentro da faixa de proteção da
ilha.
Os sentinelenses estão
entre as últimas comunidades que vivem sem contato com a globalização. Talvez
seja melhor deixá-los da forma como está, pois trazê-los para a civilização
pode ser algo extremamente maléfico.
Afinal, eles podem não ser
imunes a várias doenças existentes nos dias de hoje e pode ser extremamente
complicado se adaptarem ao mundo moderno.
http://www.jornalciencia.com/meio-ambiente/diversos/3533-ilha-sentinela-do-norte-conheca-o-lugar-mais-dificil-de-visitar-no-mundo
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