Às vezes dão-se encontros,
até com pessoas totalmente desconhecidas, que despertam o nosso interesse logo
ao primeiro olhar, assim, de repente, de improviso, antes de se ter trocado uma
só palavra.
Fiódor Dostoiévski, no
livro "Crime e Castigo"
Teatro de
improviso, espontâneo ou de improvisação é um teatro todo,
ou parcialmente, baseado na técnica de improvisar, ao invés de se basear na
dramaturgia. A técnica consiste em o ator interpretar algo que não foi
previamente pensado, escrito e/ou elaborado.
Mas existem diversos níveis
de improvisação no teatro. Podendo ser interpretado a partir de personagens
previamente estudados e conhecidos, como é o caso da Commedia dell’arte, pode
ser através de jogos dramáticos com temas escolhidos previamente até a
improvisação total de movimento e voz, que seria a expressão corporal.
No teatro de improvisação,
se é entregue um roteiro, que compõe somente as ações do personagem e a
história da peça. Diferente do teatro que se vê normalmente, que se é entregue
um texto que precisa ser decorado e falado.
O ator entra em cena com
pouco, ou nenhum, material dramatúrgico previamente elaborado e vai aprofundar
aquilo em cena.
Mas toda ideia de
improvisação no teatro pode entrar em contradição, já que para o ator improvisar
ele precisa de um estudo e de um aprofundamento técnico grande.
O ator só iria reorganizar
elementos já estudados previamente, para dar a impressão de improviso.
Então o teatro do improviso
é a reorganização das vivencias e da evolução técnica do ator em cena, sem ter
nada escrito, filmado ou documentado de alguma maneira, além da memória.
São materiais
interiorizados que são exteriorizados, reorganizados e aprofundados na hora da
cena e essa interiorização não acontece apenas no passado, mas também no exato
momento cênico de improvisação.
E existe um ciclo de
interiorização de estímulos, esses estímulos são codificados afetivamente e/ou
racionalmente e voltam a se exteriorizar com novas organizações e expressões.
Tudo acontecendo no presente, no momento da cena.
A técnica de
improviso é usada no teatro desde suas raízes mais remotas com teatro
ritual, à Baco. Passando pela Commedia dell’arte em meados do século
XVI (que era chamada de Commedia all improviso) e não teve
nenhuma dramaturgia por séculos.
Passando por severas
modificações e estudos por Jerzy Grotowski do Living Theatre e
consolidou bastante as técnicas nos anos 1960 e 1970.
Já o Improviso cômico, que
se tornou muito popular tanto no Brasil quanto no resto do mundo, tem base em
escolas como Second City, Loose Moose, Boom Chicago, Harold, Comedy Store,
Theather Sports e no estudo comandando por nomes tais Del Close, Viola Spolin,
Neva Boyd, Frank Totino e Keith Johnstone. No país esse estudo seguiu com
os Doutores da Alegria, Jogando no Quintal, Z.É., Improvável e outros (vide
grupos).
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