Você não foi o amor da
minha vida, nem dos meus dias, nem do meu momento. Mas eu te amei, e te amo,
mesmo que estejamos destinados a não ser.
(Júlio Cortázar)
Amor é uma
emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa ou
a uma coisa. O uso do vocábulo, contudo, lhe empresta outros tantos
significados, quer comuns, quer conforme a ótica de apreciação, tal como nas religiões,
na filosofia e nas ciências humanas.
O amor possui
um mecanismo biológico que é determinado pelo sistema límbico, centro das
emoções, presente somente em mamíferos e talvez também nas aves - a
tal ponto que Carl Sagan afirmou que o amor parece ser uma invenção dos
mamíferos.
Para o psicólogo Erich Fromm, ao contrário da crença
comum de que o amor é algo "fácil de ocorrer" ou espontâneo, ele deve
ser aprendido; ao invés de um mero sentimento que acontece, é uma faculdade que
deve ser estudada para que possa se desenvolver - pois é uma "arte",
tal como a própria vida.
Ele diz:
"se quisermos aprender como se ama, devemos proceder do mesmo modo por
que agiríamos se quiséssemos aprender qualquer outra arte, seja a música, a
pintura, a carpintaria, ou a arte da medicina ou da engenharia".
O sociólogo
Anthony Giddens diz que os mais notáveis estudos sobre a sexualidade, na
quase totalidade feitos por homens, não trazem qualquer menção ao amor. Ambos
os autores revelam existir uma omissão científica sobre o tema.
A percepção, conceituação e idealização do objeto
amado e do amor variam conforme as épocas, os costumes, a cultura. O amor
é ponto central de algumas religiões, como no cristianismo onde a
expressão Deus é amor intitula desde uma encíclica papal até
o nome de uma Igreja, no Brasil - derivadas da máxima de João Evangelista contida
na sua primeira epístola.
Embora seja corrente a máxima "o amor não se
define, o amor se vive", há várias definições para o amor como: a
"dedicação absoluta de um ser a outro", o "afeto
ditado por laços de família", o "sentimento terno ou ardente
de uma pessoa por outra" e aqueles em que também se inclui a atração
física, tornando-o aplicável também aos animais, um mero "capricho",
as aventuras amorosas, o sentimento transcendental e religioso de adoração,
perpassando ao sinônimo de amizade, apego, carinho, etc.
Diante desta
gama variada de conceitos, os teóricos se dividem na possibilidade de uma
conceituação única, que reúna aquelas tantas definições e representações do
amor.
Outros, como
André Lázaro, afirmam que "não há dois amores iguais". Já
Leandro Konder diz que o termo amor possui uma "elasticidade
impressionante". Erich Fromm, ainda, ressalta que "O amor
é uma atividade, e não um afeto passivo; é um "erguimento" e não uma
"queda". De modo mais geral, o caráter ativo do amor pode ser
descrito afirmando-se que o amor, antes de tudo, consiste em dar, e
não em receber."
Como
sentimento individual e personalíssimo, traz complexidade por envolver
componentes emocionais, cognitivos, comportamentais que são difíceis - ou
quase impossíveis - de separar e, no caso do amor romântico, também se insere
os componentes eróticos.
O amor romântico,
celebrado ao longo dos tempos como um dos mais avassaladores de todos os
estados afetivos, serviu de inspiração para algumas das conquistas mais nobres
da humanidade; tem o poder de despertar, estimular, perturbar e influenciar o
comportamento do indivíduo.