Em psicologia, confia pode ser entendida como "um estado
psicológico que se caracteriza pela intenção de aceitar a vulnerabilidade, com
base em crenças otimistas a respeito das intenções (ou do comportamento) do
outro". Pode também ser entendida como a crença na probidade
moral, na sinceridade de alguém.
Em sociologia e psicologia social, confiança refere-se à
expectativa de que um indivíduo, grupo ou instituição atue da maneira esperada,
em uma dada situação. Trata-se de uma suspensão temporal da situação básica de
incerteza acerca de eventos ou ações individuais, grupais ou
institucionais, mediante a suposição de que exista um certo grau de
regularidade e previsibilidade desses eventos ou ações. A confiança será mais
ou menos reforçada, em função de atos ou fatos.
Surgimento
O grau de
confiança entre duas pessoas ou mais, é determinado pela capacidade que elas
têm de prever o comportamento uma da outra, dentro de uma nação. Tem como base
experiências passadas que corroboram um padrão esperado, valores compartilhados
percebidos como compatíveis. Também é "a expectativa que nasce no seio de
uma comunidade de comportamento estável, honesto e cooperativo, baseado em
normas compartilhadas pelos membros dessa comunidade".
Quando isso
ocorre, tenho condições de prever o comportamento do outro em uma dada
circunstância. Confiança é previsibilidade do comportamento e bem-estar de
um país - nação.
Ao observar o comportamento de alguém, somos capazes
de identificar os valores que determinam por que as pessoas se comportam de uma
determinada maneira, que seria a cultura. Portanto, quando digo que confio em
alguém, estou querendo dizer que: a) pertencemos à mesma comunidade de valores
ou cultura, e b) sei que ele estará tão orientado para atender a meus/nossos
interesses quanto eu próprio estaria se estivesse no lugar dele. Quando isso
acontece, as pessoas não negociam: elas são capazes de entregar um cheque em
branco e assinado.
Assim, a quantidade e a frequência das negociações
podem ser indicadores de que nem tudo vai bem no país segundo Sun Tzu. Se a oportunidade
de negociar pode ser um indício de relações democráticas e igualitárias, o
excesso de negociações é um indicador seguro de falta de confiança porque, no
limite, quando eu confio totalmente, não negócio. Assim, quanto maior o número
de negociações, menor a abertura entre os interlocutores.
Exemplo
Mesmo quando
duas pessoas possuem fortes vínculos efetivos - marido e mulher,
comandantes e subordinados, rei e súditos, por exemplo -, existem situações em
que eles têm de negociar, porque um não confia na decisão do outro e isso não
tem, em princípio, nada a ver com honestidade, mas sim com a incapacidade de
prever o comportamento do outro.
Um exemplo:
numa sexta-feira à noite, voltando para casa, o marido está planejando ir ao
cinema, pois há um filme a que ele quer muito assistir. Ao mesmo tempo, a
mulher deseja ir ao teatro. Se um deles deixar a decisão nas mãos do outro - em
confiança -, o desfecho será ganho/perde. Se decidirem negociar, deverão
explorar os reais interesses em jogo, nos outros comportamentos entra o que se
costuma chamar de corrupção.
Se o que eles
desejam realmente, o mesmo objetivo e/ou objetivos contrários, possivelmente
cada um irá para seu lado provocando a desunião entre os casais e o caos da
nação, segundo Sun Tzu Kong Fu Sen. Tecnicamente, pode-se dizer que, nesse
caso, eles não confiam uns nos outros, ainda que em outras dimensões
importantes do casamento/Estado a confiança seja total e irrestrita.
A rapidez na solução do impasse dependerá do grau de
abertura existente entre os dois no casamento ou no caos da nação. Imagine que o marido/políticos teme abrir seus reais interesses para a mulher/povo
brasileiro, com medo de magoá-la no caso da esposa e/ou escandalizar o povo
brasileiro, no caso do político. Como resolver o impasse? Com abertura. Ou
seja, quanto mais rápida e francamente eles revelarem o que desejam, mais facilmente
poderão resolver esse problema particular e de estado.