Um beijo é
o toque dos lábios em outra pessoa ou objeto. Na cultura ocidental é
considerado um gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como
cumprimento ou despedida.
O beijo
nos lábios de outra pessoa é um símbolo de afeição romântica ou de desejo
sexual - neste último caso, o beijo pode ser também noutras partes do
corpo.
Ainda há
o chamado beijo de língua, em que as pessoas que se beijam mantêm a boca aberta
enquanto trocam carícias com as línguas. Os antropólogos discordam sobre se beijar é um
comportamento instintivo ou aprendido.
Aqueles que acreditam que
beijar é um comportamento instintivo, citam comportamentos semelhantes em
outros animais, como bonobos, que são conhecidos por beijar depois de brigar -
possivelmente para restaurar a paz.
Outros acreditam que é um comportamento
aprendido, tendo evoluído de atividades como a amamentação ou
pré-mastigação nas primeiras culturas humanas transmitidas aos humanos
modernos.
Outra teoria postula que a prática se
originou nos machos durante a era paleolítica, provando a saliva das
fêmeas para testar sua saúde, a fim de determinar se seriam uma boa parceira
para a procriação.
O fato de que nem todas as culturas
humanas beijam é usado como argumento contra o beijo ser um comportamento
instintivo em humanos; acredita-se que cerca de 90% da população humana
pratique o beijo.
A primeira referência escrita ao
comportamento semelhante ao beijo vem dos Vedas, escrituras sânscritas que
informaram o hinduísmo, budismo e jainismo, cerca de 3.500 anos atrás, de
acordo com Vaughn Bryant, antropólogo da Texas A&M University especializado
na história do beijo.
Diz-se que na Suméria, antiga
Mesopotâmia, as pessoas costumavam enviar beijos aos deuses. Ambos beijos de
língua e de lábios são mencionados na poesia suméria.
Na Antiguidade também era comum,
para gregos e romanos, o beijo entre guerreiros no retorno dos combates. Era
uma espécie de prova de reconhecimento.
Aliás, os gregos adoravam beijar. Na Ciropédia (370
a.C.), Xenofonte escreveu sobre o costume persa de beijar os lábios
na partida enquanto narrava a partida de Ciro, o Grande (c. 600 a.C.) como
um menino de seus parentes medos.
De acordo com Heródoto (século V
a.C.), quando dois persas se encontravam, a fórmula de saudação expressa seu
status igual ou desigual. Eles não falavam; antes, os iguais se beijavam na
boca e, no caso em que um era um pouco inferior ao outro, o beijo seria dado na
bochecha.
Durante o período clássico posterior, o
beijo afetuoso boca a boca foi descrito pela primeira vez no épico hindu Mahabharata.
O antropólogo Vaughn Bryant argumenta que o beijo se espalhou da Índia para a
Europa depois que Alexandre, o Grande conquistou partes do Punjab no norte
da Índia em 326 a.C.
Os romanos difundiram a prática. Estes
eram apaixonados por beijos e falavam sobre vários tipos de beijos. Beijar a
mão ou bochecha era chamado de osculum. Beijar nos lábios com a
boca fechada era chamado de basium, que foi usado entre parentes.
Um beijo de paixão era chamado
de suavium. Os imperadores permitiam que os nobres mais
influentes beijassem seus lábios, e os menos importantes as mãos. Os súditos
podiam beijar apenas os pés.
Na Escócia, era costume o padre beijar
os lábios da noiva ao final da cerimônia. Acreditava-se que a felicidade
conjugal dependia dessa benção. Já na festa, a noiva deveria beijar todos os
homens na boca, em troca de dinheiro.
Na Rússia, uma das mais altas formas de
reconhecimento oficial era o beijo do czar. No século XV, os nobres franceses
podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma
donzela em público, era obrigado a casar imediatamente.
No latim, beijo significa toque dos
lábios. Na cultura ocidental, ele é considerado gesto de afeição. Entre amigos,
é utilizado como cumprimento ou despedida; entre amantes e apaixonados, como
prova da paixão.
Mas é também um sinal de reverência, ao
se beijar, por exemplo, o anel do Papa ou de membros da alta hierarquia da
Igreja.
No Brasil, D. João VI introduziu a
cerimônia do beija-mão: em determinados dias o acesso ao paço Imperial era
liberado a todos que desejassem apresentar alguma reivindicação ao monarca.
Em sinal de respeito, tanto os nobres,
como as pessoas mais simples, até mesmo os escravos, beijavam-lhe a mão direita
antes de fazer seu pedido. Esse hábito foi mantido por D. Pedro I e por D.
Pedro II.
O estudo do beijo começou em algum
momento do século XIX e é chamado de filematologia, que foi estudado por
pessoas como Cesare Lombroso, Ernest Crawley, Charles Darwin, Edward Burnett
Tylor e estudiosos modernos como Elaine Hatfield.
"Se
eu tivesse que ir para o inferno depois de beijar você, eu iria. Então, mais
tarde, posso me gabar aos demônios de ter estado no paraíso sem nunca
entrar."
William Shakespeare