Lauro Corona - Faleceu muito jovem - Lauro Del Corona nascido na
classe média alta da zona sul carioca no dia 06 de julho de 1957, começou
a trabalhar aos dezesseis anos como vendedor na butique de sua mãe.
Um ano depois, partiu para a carreira
de modelo e fez os primeiros filmes publicitários: propaganda para a
Coca-Cola e o Bob’s, onde chamou a atenção do diretor Marcos de Sá,
que o convidou para fazer um curso de teatro.
Em 1977, ao atuar na peça infantil Simbad, o
Marujo, no Rio de Janeiro, foi descoberto por Ziembinski e Paulo José, que
o convidaram para participar do especial de televisão Ciranda Cirandinha
A partir daí, participou de diversas telenovelas e
filmes, tendo se destacado, inicialmente, em Dancin Days (1978),
de Gilberto Braga, em que era par da personagem de Glória Pires.
Novela essa que bateu recordes de audiência e que
virou febre nacional e pela qual venceu o cobiçado prêmio APCA de melhor
ator logo na sua estreia na TV.
O ator também foi destaque em outros grandes sucessos
como: Marina, Baila Comigo, grande êxito de audiência que fez seu
personagem Câe Maia, ter seu penteado e o uso de bandana, copiados por todo o
país.
O ator ainda estrelou a popular Elas por Elas,
e outras duas novelas de imenso sucesso, Louco Amor, Corpo a Corpo,
ambas de Gilberto Braga e um clássico das novelas das seis horas, Direito
de Amar, última e marcante parceria com Glória Pires.
O sucesso de Lauro Corona na televisão abriu as portas
ao cinema. Ele protagonizou O Sonho não Acabou, em 1982, e dois
anos depois fez Bete Balanço, como par romântico da personagem de
Débora Bloch, filme com música tema da banda Barão Vermelho cantada por
Cazuza.
O senso comum, aliás, espalhou o boato de que Cazuza e
Lauro seriam primos, tanto pela sua incrível semelhança física, como também
talvez por serem da mesma faixa etária e terem morrido da mesma doença, porém a
informação é incorreta, não havendo nenhum parentesco entre ambos.
Laurinho, como era chamado pelos colegas de trabalho,
era grande amigo da também atriz Glória Pires.
Querido por todos do meio artístico, ele era
unanimidade entre os colegas de trabalho e pelo público em geral que acabou o
coroando como "o galã das seis", horário este reservado para
histórias de amor e de conteúdo leve.
Astros da magnitude de Glória Pires, Miguel Falabella,
Elke Maravilha, Suzana Vieira e Tassia Camargo já vieram em público
para dizer o quanto admiravam o ator.
Sua popularidade era tanta que mereceu até um episódio
no Caso Especial com o título: O Sequestro de Lauro Corona.
Também alcançou algum sucesso como cantor e
apresentador do programa Globo de Ouro, nos anos 1980. Algumas das músicas
são: Não vivo sem meu rock, O Céu por um beijo, Tudo pode
acontecer e Tem que provar.
Lauro também fez uma minissérie, Memórias de
um Gigolô em 1986 e que foi considerado pela crítica especializada
como um dos seus melhores desempenhos diante as câmeras.
A última telenovela foi Vida Nova, de
1988, no papel de um imigrante português que namorava uma
judia brasileira, interpretada por Deborah Evelyn.
Foi um dos galãs mais queridos da história da TV
brasileira e um dos melhores atores de toda uma geração, sendo por um bom
tempo, líder em correspondências da TV brasileira, superando os até então
imbatíveis, Tarcísio Meira e Francisco Cuoco.
Discreto quanto sua vida pessoal, era homossexual, e
foi uma das primeiras personalidades brasileiras a morrer de complicações
decorrentes do vírus HIV. O personagem na telenovela Vida Nova teve
um final apressado, com uma viagem para Israel, por causa da doença do ator.
A última cena mostrava um carro preto partindo numa
noite chuvosa, ao som do poema "Viajar! Perder países! " de
Fernando Pessoa, declamado em off pelo próprio ator.
O atestado de óbito do ator apontou como causas
da morte complicações como infecção respiratória, septicemia, doenças
oportunistas, miocardite, insuficiência renal e hemorragia digestiva alta.
Em nenhum momento foi citada a palavra AIDS, o que reforçou um comportamento
adotado pelo jovem galã de telenovelas da Globo e os familiares nos últimos
meses de vida: o de negar veementemente a doença.
Lauro Corona não comentava com os amigos que era
portador do vírus e nem aceitava a condição - tratava os sintomas das doenças
oportunistas com homeopatia.
Os boatos de que estaria com AIDS surgiram em janeiro
de 1989, quando o ator pediu afastamento da telenovela Vida Nova,
na qual era protagonista, alegando estafa. Lauro se instalou em Campos do
Jordão para poder descansar e repor as energias.
Voltou dois meses depois, muitos quilos mais magros e
com uma visível queda de cabelo. Logo em seguida mudou-se para a casa dos pais,
isolando-se até mesmo dos amigos. Quando o estado de saúde piorou, foi
internado, mas os pais proibiram a Clínica São Vicente na Gávea de dar qualquer
informação à imprensa sobre o estado de saúde do filho.
Lauro Corona morreu depois de nove dias internado na
Clínica São Vicente, no dia 20 de julho de 1989 no Rio de Janeiro, e foi
enterrado no Cemitério São João Batista.
Sua morte causou grande comoção nacional. Seu rosto
estampava as capas das revistas Amiga, Contigo, Sétimo Céu, entre
outras. Os fãs, mulheres e homens choraram a sua morte.
O Canal Viva elegeu Lauro como o "maior galã
dos anos 80" e isso garantiu ao astro, lugar reservado entre o restrito
grupo dos cinco maiores galãs da história da TV Globo.
Lauro Corona ficou para sempre como: aquele rapaz
bonito, frágil, amável, de belos olhos azuis e sorriso cativante. Como alguém
disse em ocasião de sua morte: "Laurinho deixou sua marca na história da
TV. Uma marca que nem o tempo será capaz de diluir".