A ostra tem uma forma curiosa de se
defender. Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada
madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir.
Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola. Sua forma depende
do formato do invasor e sua cor varia de acordo com a saúde da ostra.
Um número de outros moluscos que não caem dentro desses
grupos tem nomes comuns que incluem a palavra "ostra", porque elas ou
têm o gosto de ou parecem ostras, ou porque elas produzem pérolas detectáveis.
Exemplos incluem a família Spondylidae das ostras
espinhosas e a ostra-peregrina, um tipo de vieira. As ostras são
organismos filtradores de fitoplâncton, pode-se entender como microalgas, a filtração
ocorre por meio das brânquias, dispersas ao longo de seu corpo em pares, os
resíduos dessa filtração são chamados de pseudofezes, e em locais de cultivo,
pode apresentar problemas como a diminuição da profundidade do local, e o
acúmulo de matéria orgânica particulada.
Biologia
Atualmente, a cultura da ostra-plana (Ostrea edulis) e da
ostra-portuguesa (Crassostrea angulata) é muito limitada na Europa, devido à
super exploração e a doenças que dizimaram estas espécies. Oriunda do Japão, a
ostra-gigante (Crassostrea gigas) foi introduzida na Europa na década de 1970.
Graças ao seu crescimento rápido e à sua grande capacidade de
adaptação a diferentes meios, a ostra-gigante é atualmente a ostra mais
cultivada em todo o mundo, nomeadamente na Europa. No entanto, esta espécie
regista presentemente índices de mortalidade significativos em diversos
Estados-Membros.
Começou a reproduzir se naturalmente nos Estados-Membros do
norte da União, em que anteriormente não se reproduzia, originando incrustações
em algumas regiões costeiras. Muitas espécies de ostra são hermafroditas e
mudam de sexo, amadurecendo primeiro como machos e em seguida como fêmeas.
A reprodução depende da temperatura e da salinidade da água.
Antes de se fixarem, as larvas atravessam uma fase pelágica, durante a qual as
correntes as podem dispersar por uma vasta área. Mudam então de forma,
assumindo as formas juvenis de molusco bivalve apresentadas supra. As ostras
alimentam se por filtragem da água.
A produção é iniciada com a captação de sementes (larvas de
ostra) no meio natural. Para as capturar, os ostreicultores utilizam coletores
colocados em locais estratégicos. Quando as larvas atingem alguns milímetros de
comprimento, são retiradas dos coletores e ficam prontas para serem criadas.
Contudo, atualmente, uma parte importante das larvas de ostra
utilizadas em aquicultura provém de maternidades, permanecendo a unidade
populacional de reprodutores em instalações no mar. As ostras libertam os gametas
na primavera, quando a temperatura da água é elevada. As larvas são
introduzidas em tanques com circuito fechado e alimentadas com algas
cultivadas.
Quando as larvas estão prestes a fixar se a um suporte, é
introduzido no tanque um suporte de fixação novo e sólido para «recolher» as
ostras. O método de cultura de ostras utilizado é definido em função do
ambiente (amplitude das marés, profundidade da água, etc.) e da tradição. Na
costa atlântica de França, as ostras são produzidas essencialmente em «sobre-elevação»:
as ostras são colocadas em sacos de rede de plástico fixados a placas colocadas
na baixa mar.
A «cultura sobre o solo», em que as ostras são colocadas
diretamente na baixa mar ou em águas pouco profundas, é menos praticada do que
a cultura em sobre-elevação. A «cultura em suspensão», em que as ostras são
criadas em cordas, como o mexilhão, é praticada na Espanha e é adequada para a
cultura em águas sem marés ou ao largo.
Outro método utilizado é a «cultura em águas profundas», em
que as ostras são colocadas em parques que podem atingir 10 m de profundidade.
As ostras atingem o seu tamanho comercial ao fim de 18 a 30 meses. Os métodos
de recolha variam em função do tipo de cultura: as ostras cultivadas em sobre-elevação
são recolhidas removendo as bolsas das placas; as ostras cultivadas sobre o
solo são apanhadas na baixa mar com recurso a ancinhos ou por dragagem (se a
altura da água o permitir); as ostras cultivadas em águas profundas são
apanhadas com dragas.
A nível
mundial, da aquicultura pode responder por 97 % da produção total de
ostras. A China é, de longe, o maior produtor, com 80 % da produção
mundial total, seguida da Coreia, do Japão, dos Estados Unidos e da União
Europeia. A União Europeia é autossuficiente em ostras e os fluxos comerciais
com países terceiros são insignificantes. O comércio entre países da União é
também pouco importante, estando praticamente limitado aos fluxos de França
para Itália. O mercado francês é o maior mercado de ostras da União.
Portugal produziu, em 2011, cerca de 864 toneladas de
ostra (C. gigas e C. angulata) com o desenvolvimento
da produção Offshore é expectável que a produção venha a aumentar nos próximos
anos, apesar de não existir, atualmente, qualquer maternidade em Portugal. As
principais zonas de produção são as Rias de Aveiro, Alvor e Formosa e o
estuário do Sado.
Assim como
alguns moluscos (polvo, lula, mexilhão), lulas gigantes etc.), as ostras são
usadas como alimento.
As pérolas das ostras também são bastante usadas em
joias e enfeites.
A casca de ostra é usada para suplementos alimentares
ricos em cálcio.