O Castelo
de Plessis-Bourré é um castelo do Vale do Loire, na França, que se
situa no território da comuna de Écuillé, no departamento de
Maine-et-Loire, quinze quilómetros ao norte de Angers e a meio caminho
entre os vales do Mayenne e do Sarthe.
Construído
entre 1468 e 1472 por Jean Bourre, um confidente de Luís XI, figura
entre os mais notáveis castelos do Loire, tendo sofrido poucas modificações
quanto à sua arquitetura desde a sua construção, há mais de quatro séculos.
O
castelo foi classificado como monumento histórico no dia 1 de junho de 1931,
juntamente com a sua lagoa, os fossos e as avenidas. Hoje, o Château du
Plessis-Bourre é detido por diferentes membros da família de Reille-Soult da
Dalmácia e gerido por Bruno e Antoinette de Sauvebeuf. Está aberto ao público
para visitas.
Jean
Bourré (1426-1506), grand argentier (tesoureiro) e principal
confidente do rei da França Luís XI, fez a aquisição do domínio de Plessis-le
Vent, propriedade da família de Sainte-Maureen, no dia 26 de novembro de 1462.
O novo
proprietário, que já mandara erguer o Castelo de Langeais entre 1465 e
1467, mandou construir o castelo atual sobre esse antigo solar. Graças à sua
riqueza, os trabalhos de construção progrediram rapidamente de modo que se
pudesse mudar para o novo edifício em 1473.
Mais
tarde, Charles Bourré foi camareiro do rei, senhor de Vaux e de Beaumont. O
castelo recebeu a visita de dois reis de França no século XV:
Luís
XI, no dia 17 de abril de 1473, aquando dum périplo a Notre-Dame de Béhuard;
Carlos
VIII, no dia 10 de junho de 1487, acompanhado da sua irmã mais velha, a regente
Anne de Beaujeu.
Em 1751,
o castelo foi comprado pela família de Ruillé, tendo Jean-Guillaume de Ruillé
sido executado em 1794.
Em 1850,
o castelo estava à venda. Ninguém estava interessado na compra e o edifício
estava em risco de ser transformado em pedreira de tufo quando o Mestre
Avenant, notário em Angers, ansioso por preservar o lugar, decidiu comprá-lo em
1851.
Em 1911 foi
comprado por Henri Vaïsse, sobrinho de Claude-Marius Vaisse, prefeito e senador
de Lyon sob o Segundo Império, apelidado de "Haussmann
Lyonnais". Quando da morte de Henri Vaïsse, este legou o castelo ao seu
sobrinho François Reille-Soult, Duque da Dalmácia, deputado de Tam, que o abriu
ao público e criou o circuito de visita.
Atualmente,
o castelo ainda é uma propriedade privada habitada, pertencente a diferentes
descendentes François Reille-Soult da Dalmácia.
Arquitetura
O
espaço arranjado em volta do castelo cria a ilusão que o edifício sai das águas
que o rodeiam.
Devido
aos seus grandes fossos, que são franqueados por uma ponte de quarenta e quatro
metros de comprimento, e a uma arquitetura claramente defensiva, com dupla
ponte levadiça, torre de menagem e caminho de ronda, é uma fortaleza, mas
também uma residência de recreio.
É esta
particularidade que lhe confere as qualidades dum castelo dito de transição
porque testemunha a chegada do Renascimento (altas janelas com mainéis,
grandes salões), conservando as características de praça forte (quatro torres
maciças, fossos, ponte levadiça e caminho de ronda).
Particularidade
arquitetônica, os fossos não banham diretamente os muros da fortaleza,
existindo um pequeno terraço, com uma largura de três metros, que permitia aos
artilheiros tomar posição em volta de todo o castelo.
No lado
exterior, o castelo parece uma fortaleza. As quatro alas com torres
arredondadas nas esquinas foram construídas sobre uma grande superfície retangular
cercada pelas águas.
A mais
forte das torres é a torre de menagem, de quarenta e quatro metros de altura,
cujo desenho com ameias e piso saliente foi inspirado nas torres do Castelo de
Langeais. Uma plataforma com três metros de largura situada em redor do castelo
foi usada para o posicionamento da artilharia em caso de ataque.
No
século XVII, foi levantada a já referida ponte de pedra sobre o fosso, estendida
entre a área de serviço e a entrada do castelo, a qual era protegida por uma
ponte levadiça dupla e mata-cães.
A ala
de entrada e as alas laterais foram reduzidas em altura, de forma que a ala
traseira, com três pisos, domina sobre a ala principal. Águas-furtadas e a
torre das escadas poligonal surgem como ênfases adicionais ao conjunto.
A
esposa de Jean Bourre, Marguerite de Feschal, esteve ativamente envolvida na
criação e decoração de Plessis. No interior, destaca-se sobre todos os outros o
grande Salão Luís XI, cujo curioso planejamento é decorado com motivos florais.
A Sala do Parlamento, com o seu pavimento original, serviu como sala de jantar
para ocasiões especiais.
Está
coberta por uma abóbada de nervuras e a sua principal característica é uma
poderosa lareira. A sala mais importante do castelo é a Sala dos Guardas, situada
no primeiro andar, com um teto de madeira pintado único na França.
Este
contém vinte e quatro imagens situadas em ambos os lados da viga central, as
quais representam figuras de animais com um particular significado simbólico,
assim como a representação de esquemas figurativos juntamente com provérbios,
textos satíricos e versos divertidos e ousados.