Propaganda

This is default featured slide 1 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 2 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 3 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 4 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 5 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

sábado, março 18, 2023

Maria Mandel - A besta de Auschwitz

 



Maria Mandel A besta de Auschwitz - As mulheres geralmente são reconhecidas como criaturas mais sentimentais em relação aos homens, mas as que fizeram parte do nazismo alemão, essa coisa foi desmitificada, pois as mulheres dos grupos que comandavam os campos de concentração eram cruéis ao extremo.

Maria Mandel era uma dessas guardas de campo que tinha como prazer, de acordo com testemunhas, se colocar em frente ao portão de entrada de Birkenau, esperando para ver se algum prisioneiro se virava para olhá-la; quem o fizesse, era sumariamente executado.

Nascida na Áustria na cidade de Munzkirchem no dia 10 de janeiro de 1912, foi uma notória guarda feminina com alta patente na SS nazista. Serviu no campo de extermínio de Auschuitz-Birkenau, na Polônia, diretamente responsável pela morte de mais de 500 mil mulheres judias, ciganas e prisioneiras políticas.

A besta de Auschwitz como era conhecida foi para o campo de Ravensbrück em 1939. Era um campo recém-construído nos arredores de Berlim. Impressionou rapidamente seus superiores com seu trabalho e foi promovida a SS-Oberaufseherin (Supervisora Sênior). 

Supervisionava as chamadas diárias de prisioneiros, as tarefas dos guardas comuns e prescrevia punições como chicotadas e espancamentos.

Sua transferência para o campo de Auschwitz na Polônia aconteceu em 7 de outubro de 1942 onde foi promovida a Líder de Campo um cargo que só lhe deixava abaixo do comandante do campo que era Rudolf Hob. 

De lá ela diretamente controlou todos os campos e subcampos de mulheres de Auschwitz, era absolutos seu poder sobre as prisioneiras e suas subordinadas. 

Mandel era afinada com outra mulher muito cruel de nome Irma Grese a quem promoveu a chefe do campo de judias húngaras em Auschwitz-Birkenau que era anexo do complexo de extermínio de Auschwitz.  

Em Auschwitz, era conhecida como A Besta e pelos dois anos seguintes encarregou-se de selecionar prisioneiros para as câmaras de gás e outras atrocidades. 

Frequentemente escolhia alguns prisioneiros para lhe servirem de mascotes, animais de estimação, mantendo-os fora das câmaras até se cansar deles e os enviar para a morte; também foi testemunhado sobre ela, seu especial prazer em selecionar as crianças que deveriam ser executadas; foi ela quem criou a famosa orquestra 

Feminina de Auschwitz, formada por prisioneiras, que acompanhava as chamadas diárias, execuções, seleções e transportes. Assinou ordens enviando um número estimado de 500 mil mulheres e crianças para as câmaras dos campos de Auschwitz I e II.

Maria Mandel foi enviada para o sub-campo de Muhldorf em novembro de 1944, no complexo de Dachau, onde ficou até maio de 1945, quando deixou o campo com à aproximação dos Aliados e fugiu pelas montanhas do sul da Baviera para sua cidade natal de Munzkirchen, na Áustria.

Em 10 de agosto de 1945, ela foi presa na sua terra natal pelos norte-americanos e, após diversos interrogatórios onde ficou constatado a sua inteligência e dedicação ao trabalho nos campos, foi devolvida à Polônia.

Em novembro de 1947, após passar dois anos em custódia dos Aliados, foi julgada por crimes contra a humanidade numa corte de Cracóvia e sentenciada à morte. Foi enforcada em 24 de janeiro de 1948, aos 36 anos de idade. 

Nutrir



 Nada sobrevive sem se hidratar e sem se nutrir.

Todos nós precisamos ingerir digerir, metabolizar, converter algo em energia para seguir adiante. Mas, além da fome do corpo, temos também outras fomes. Nossa alma tem necessidades que precisam ser nutridas. 

Quando não respeitamos nosso ritmo biológico nosso corpo dá alertas. E o mesmo ocorre com nossos ritmos mais profundos: se não escutamos, a fome permanece e acaba surgindo das maneiras mais tortas possíveis. 

São as nossas compulsões, o mal-estar, o choro sem razão, misteriosos estouros na pele, as alterações de humor e por aí­ vai. Aquilo a que chamamos de desequilí­brio, dor, doença, pode muitas vezes ser um pedido de ajuda interno para que voltemos ao equilíbrio saudável.

Talvez tenhamos ingerido situações, palavras, sentimentos um tanto indigestos e precisemos metabolizar, ver o que nos cabe e jogar o restante para fora.

Talvez haja uma perigosa abstinência de tudo que faz o coração bater mais vivo: amizade, carinho, compartilhar, compreensão, relação. É preciso ouvir para onde cada manifestação aponta: que tipo de fome/sede preciso saciar?

Muitas pessoas para se sentirem no controle sobre seus sentimentos (aqueles que não entendem ou que lhe deixam confusas) acabam por deslocar o descontrole para outro campo, desembocando numa relação de dor com a comida.

É hora de retomar o verdadeiro controle sobre sua vida. Ir de encontro àquilo que possa realmente lhe fazer bem, ouvir suas fomes e atendê-las de maneira integrada e amorosa.

Procure por ajuda profissional, com o auxí­lio da psicoterapia você pode traçar o caminho da redescoberta de si. Entre em contato com seu corpo, aprenda a ouvi-lo. Entre em contato com sua alma, aprenda a ouvi-la também.

Comece a refletir sobre a própria experiência, busque ajuda para descobrir as respostas que estão dentro de você. Busque meios que facilitem a mudança dos padrões que fazem mal, para deixar que a vida que existe em você possa fluir esse renovar. Não deixe para depois!

Juliana Garcia

A viagem



A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra.

É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava.

É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

José Saramago

sexta-feira, março 17, 2023

Walmor Chagas - Ator Cometeu Suicídio

Walmor Chagas - Ator Cometeu Suicídio - Walmor de Souza Chagas ou somente Walmor Chagas nasceu em 28 de agosto de 1930 em Porto Alegre – RS.  

Foi um ator, autor, diretor e produtor teatral brasileiro. Com mais de 60 anos de carreira, Walmor de Souza Chagas atuou em mais de 40 peças, cerca de 20 filmes e mais de 30 novelas.

Era considerado um dos grandes atores do teatro brasileiro. Seus últimos trabalhos foram “Cara ou Coroa” e “A Coleção Invisível”, no cinema; e as novelas “A favorita” e “Os mutantes”, na televisão. 

Chagas era viúvo da atriz Cacilda Becker, com quem teve uma filha, Maria Clara Becker Chagas. 

Walmor Chagas faleceu em 18 de janeiro de 2013 aos 82 anos na cidade de Guaratinguetá, SP, Brasil. Ele cometeu suicídio (tiro na cabeça)

Walmor foi encontrado morto por um funcionário da pousada "Sete Nascentes", de sua propriedade, no bairro Gomeral, em Guaratinguetá, interior de São Paulo. 

Segundo a Polícia Civil, a morte ocorreu entre 15 horas e 30 minutos e 18 horas.

O ator morreu com um tiro na cabeça disparado por um revólver calibre 38. Segundo as informações do delegado titular do 2º Distrito Policial de Guaratinguetá, Antonio Luiz Marcelino, que conduziu as investigações, o corpo foi encontrado em um dos cômodos da pousada sentado em uma cadeira, com a arma no colo e ambas as mãos sobre ela.

O laudo dos exames periciais realizados no local da morte e no cadáver atestou o suicídio, ao encontrar vestígios de pólvora em uma de suas mãos. 

Como desejo do próprio ator ainda em vida, seu corpo foi cremado em São José dos Campos e suas cinzas lançadas na Serra da Mantiqueira.



 

 

Juízo final

O homem sério está morto antes de sua morte. Muito antes de sua morte, ele se mantém quase como um cadáver. A vida é uma oportunidade tão valiosa, não deveria ser perdida na seriedade.

Deixe a seriedade para a cova. Deixe a seriedade cair na cova; ao entrar pelo dia do julgamento final, seja sério. Mas não se transforme em um cadáver antes da cova.

Isso me faz lembrar Confúcio. Um de seus discípulos fez a ele uma pergunta muito comum, uma que era feita por milhares de pessoas. "Você pode me dizer um pouco sobre o que acontece depois da morte?"

Confúcio disse: "Todos esses pensamentos que você tem sobre a morte podem ser analisados em sua cova, depois de sua morte.

Agora, viva!"

- Osho. 

Suave doçura

   

Com que suave doçura me levantas do leito em que sonhava profundas plantações perfumadas, passeias os dedos pela pele e me desenhas no espaço, desequilibrado, até que o beijo pouse curvo e recorrente para que a fogo lento comece a dança cadenciada da fogueira se tecendo em rajadas, em hélices, ir e vir de um furacão de fumaça. 

Porque, depois, o que resta de mim é só um inundar-me entre as cinzas sem um adeus, sem nada mais que o gesto para libertar as mãos?

Julio Cortázar

quinta-feira, março 16, 2023

Vietnã - Não sei

 


Vietnã - Não sei - Mulher, como você se chama? - Não sei.

Quando você nasceu, de onde você vem? - Não sei.

Para que cavou uma toca na terra? - Não sei.

Desde quando está aqui escondida? - Não sei.

Por que mordeu o meu dedo anular? Não sei.

Não sabe que não vamos te fazer nenhum mal? - Não sei.

De que lado você está? - Não sei.

É a guerra, você tem que escolher. - Não sei.

Tua aldeia ainda existe? - Não sei.

Esses são teus filhos? - São.
(Tradução de Regina Przybycien.)
Há poemas que se fundam inesquecíveis em nós desde a primeira leitura. Neste aí, o título se impõe, situando-nos de partida clara e completamente na cena de uma guerra insana. A primeira palavra do primeiro verso indica-nos em vocativo que a fala será direta.

Assim, a entrevista se avoluma, com cada verso trazendo a imagem de um desmoronamento dos sentidos: a terra, o esconderijo, o corpo, os inimigos, os amigos, a aldeia, tudo se desfaz na solidão das respostas, trazendo a mais incômoda sensação de desespero.
O refrão “Não sei” vai num crescendo como o “Nunca mais”, de Poe. E sugere que a tal mulher talvez já não esteja em seu mais perfeito juízo dos fatos, o que seria esperado, na medida em que se desenhou, com poucas perguntas, um devastador campo de batalha.
Mas a poeta polonesa subverte com sua simplicidade explosiva toda a estrutura anterior ao propor um final em que a maternidade surge como signo de uma resistência indissolúvel. Com o sintagma composto de apenas uma palavra, o verbo ser no presente, “São.”,

Szymborska realiza uma contundente operação poética: inverte o sinal da devastação proposta e, sem usar a palavra amor, apresenta-nos a mãe. É como se o eu lírico surgisse de repente e erguesse a cabeça, olhando fundo nos olhos de quem está lendo.
(Foto: Horst Faas, 1933-2012, AP)

Wislawa Szymborska

Tudo de bom...





“Que você consiga uma casa maior, mas que quase todos os cômodos fiquem vazios por sua família estar unida ao redor de uma única mesa.

Que você compre o carro dos seus sonhos, e descubra que ele pode ficar parado na garagem enquanto você caminha de mãos dadas por um parque.

Que você realize o desejo de comprar uma TV enorme, 3D, com home theater, mas que ela permaneça desligada durante o jantar, para que você possa ouvir como foi maravilhoso o dia da sua família.

Que sua conta bancária esteja satisfatoriamente recheada, mas sobretudo, que você tenha em seu bolso um ou dois reais para comprar algodão doce e saboreá-lo sujando os dedos.

Que você tenha um excelente plano de saúde, mas que se esqueça que ele existe por não precisar usá-lo.

Que você jante em badalados restaurantes para descobrir que a maior chef que existe, cozinha todos os dias dentro da sua casa.

Que sua internet trafegue em altíssima velocidade, mas que sua melhor rede seja aquela pendurada entre duas árvores, onde você possa ouvir os pássaros cantarem.

Que você tenha um smartphone de última geração, mas que não precise usá-lo para dizer às pessoas mais importantes da sua vida o quanto elas são especiais.

Que você tenha um tablet, mas que use mais as pontas dos seus dedos para fazer cafunés do que para mandar e-mails.

Que você possa comprar boas roupas, bolsas e relógios, mas que sua verdadeira marca seja a "inspiração" deixada pelos lugares por onde passará.

Autor Desconhecido

Poderes.

Depois de muitos transtornos, o chefe da Máfia resolveu contratar um assistente surdo-mudo visando resguardar a identidade da corporação se o mesmo fosse preso.

Enviado em sua primeira missão, de recolher o dinheiro de alguns devedores, o assistente resolveu passar a perna no chefe e escondeu parte do dinheiro recebido.

Desconfiado, o chefe mandou interrogá-lo e, para facilitar a comunicação, contratou um intérprete que conhecia a linguagem dos surdos-mudos.

Durante o interrogatório, o chefe apontou uma pistola na cabeça do espertalhão e ordenou ao intérprete:

- Diga a ele que se não confessar onde está o dinheiro agora mesmo eu puxo o gatilho!

Apavorado, o surdo-mudo confessou ao intérprete com detalhes onde havia escondido a grana.

- Ele não quer dizer - disse o intérprete ao chefe. - E ainda disse que duvida que você tenha coragem de puxar o gatilho.




quarta-feira, março 15, 2023

Toulouse-Lautrec Monfa


 Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa

 

 O Monstro de gênio. Deformado fisicamente, o grande pintor da bela epoque parisiense, tinha uma sensibilidade que o levou a pintura, ao amor e a morte.

Não conseguiu ser amado por nenhuma mulher, mas assim insistiu e obteve a amizade de muitas, principalmente nos bordeis em que praticamente vivia. Seu sofrimento, suas humilhações e suas angustias geraram, no entanto, um dos maiores pintores de todos os tempos.

 ***

Quando nasceu, a 24 de novembro de 1864, em Albi (sul da França), o Conde Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa, era um menino encantador. Primeiro filho do casal, cresceu cercado de carinho.

Feliz, querido e belo, Henri tinha o apelido familiar de (Petit Bijou) joiazinha. Como toda criança, ele tinha a curiosidade de saber o desenvolvimento do seu crescimento físico, o que era muito lento, contudo, vivia contente.

Seu calvário ia começar aos 14 anos. No dia 30 de maio de 1878, ele adoeceu em Albi. Enfraquecido pela febre, reclinado em uma cadeira de acento baixo, tenta levantar-se apoiado numa bengala que se quebra.

O rapaz vai ao chão e não consegue levantar-se; fratura o fêmur direito. O acidente a princípio, não tem gravidade, mas o caso se complica. Os médicos não conseguem reduzir a fratura.

Aos 15 anos, irremediavelmente aleijado, Petit Bijou converte-se num pequeno monstro de um metro e cinquenta de altura. É quase normal da cintura para cima, mas os braços e pernas extremamente curtos e finos não desenvolvem o que o obrigara a andar para sempre, apoiado a uma bengala.

A doença toma aspecto ainda mais assustador: suas feições tornam-se pesadas, os lábios proeminentes, a cabeça enorme, o queixo fugidio, o nariz deformado lhe enchem o rosto. Ao falar, baba-se, enrola e come as silabas. 

Tem um aspecto grosseiro, do qual só escapa os olhos negros de extrema vivacidade: olhos que mais tarde iriam retratar genialmente para sempre a alegria e a miséria da nossa civilização urbana.  

Aos poucos, a arte substitui a vida normal que lhe falta. Pinta e desenha sem parar. Pinta para esquecer. “Se eu tivesse as pernas um pouco mais longas, jamais teria pintado” – diz ele.

Lautrec torna-se um renegado no seio da família, o pai e os parentes o esquecem. Apenas a mãe daí por diante, seria seu único apoio. Vai para Paris estudar arte, a Paris dos inúmeros cabarés, neles Lautrec faria seu lar, ao lado dos vagabundos e prostitutas.

Primeiro é olhado como um mostro, depois como uma curiosidade local, a seguir como um feio agradável. Os amigos adoram o seu senso de humor e finalmente o veneram como um gênio.

A arte para ele seria o trampolim que lhe daria o direito de viver entre os homens que não eram monstros. O álcool seria o veneno que o faria esquecer a falta de amor. “Como gostaria de encontrar uma mulher que tivesse um amante mais feio do que eu!” – dizia ele.

Amava sem esperança muitas mulheres, que apenas lhe retribuía amizade. Lautrec amou perdidamente a Jane Avril, uma dançarina melancólica, sonhadora, distante do mundo orgíaco em que vivia.

Ao amor dele, Jane respondia com uma doce amizade. Era triste ter por amizade, o que se queria ardentemente por amor. Lautrec pintava sarcasticamente sua própria tristeza e bebia sua angustia; refugiava-se nos bordéis como que obedecendo a um destino e dali saia suas mais belas obras.

Aos 30 anos de idade, suas forças começaram a declinar, os amigos preocupavam-se com seu alcoolismo permanente, mas não sabiam como ajudar. O fim se aproximava. Tanto para sua arte, como para sua vida. 

Sua mente povoava-se de pensamentos conturbados. Começava o delírio do fim. Chegava ao suicídio a tanto tempo procurado, embora exclamasse: - Como é bela a vida!

Em agosto de 1901, sofre um ataque de paralisia e é levado pela mãe para o castelo da família em MalroméO herdeiro dos Toulouse Lautrec, o Petit Bijou, o gnomo da pintura já não podia mais andar, amar, pintar ou comer. Estava surdo. Às vezes ria agudamente.

No enorme leito medieval, ocupava um lugar bem pequeno. O dia 20 de agosto é terrivelmente quente, as moscas invadem o quarto do agonizante que nem mesmo podia afastá-las com um gesto.

Ela chama em voz baixa: - Mamãe, mamãe, tenho medo. Mamãe, só você, ninguém mais. É tão imbecil morrer...

O conde Alphonse, seu pai, tenta fazer algo pelo filho na sua agonia. Por isso ajoelha-se aos pés do leito do filho e passa a caçar as moscas que voam importunas. Lautrec olha o na semi-penumbra do quarto e profere suas últimas palavras: - Velho patife!...   

Morre. Tinha 37 anos. Logo depois, a genial obra do conde Henri de Toulouse Lautrec, ultrapassava em fama, todos os feitos heroicos dos antepassados medievais de sua família “Os Toulouse Lautrec” que eram oriundos dos heróis das Cruzadas.  

As Mulheres


 

A noite de quarta-feira me achou no aeroporto, esperando por Íris. Sentei e fiquei olhando as mulheres. Nenhuma delas – só uma ou duas – era tão bonita quanto Íris.

Tinha algo errado comigo: eu pensava demais em sexo. Cada mulher que eu via, logo imaginava na cama do meu lado. Era um jeito interessante de matar o tempo num aeroporto.

Mulheres: gostava das cores de suas roupas; do jeito de elas andarem; da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina.

Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas.

Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar.

No fim das contas, pouco importava; seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura.

Charles Bukowski, Mulheres

Recordação

 

 

E tu esperas, aguardas a única coisa que aumentaria infinitamente a tua vida; o poderoso, o extraordinário, o despertar das pedras, os abismos com que te deparas.

Nas estantes brilham os volumes em castanho e ouro; e tu pensas em países viajados, em quadros, nas vestes de mulheres encontradas e já perdidas.

E então de súbito sabes: era isso.

Ergues-te e diante de te estão angústia e forma e oração de certo ano que passou.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"

terça-feira, março 14, 2023

O Padre Moderno

Sábado à noite, aquele padre moderninho resolve visitar um dos membros da paróquia. 

Assim que ele toca a campainha é recebido pelo anfitrião completamente nu e então percebe, através da gritaria, da música sensual e das risadas altas, que ele está dando uma festa nada convencional.  

- Entre, padre - convida o dono da casa.

- Estamos brincando de um joguinho muito interessante! Tá vendo aquelas garotas de olhos vendados? Pois elas têm de apalpar o peru dos homens, para descobrir a sua identidade. Vem brincar com a gente? É muito divertido!
- Desculpe, mas creio que aqui não é meu lugar!  

- Ora, padre! Deixa de cerimônias! O seu nome já foi citado três vezes nas tentativas de adivinhação!