Joana
Grey nasceu provavelmente no ano de 1536/1537. Foi uma nobre inglesa declarada
Rainha da Inglaterra e Irlanda de 10 de julho a 19 de julho de 1553 após
a morte de Eduardo VI. Devido ao curto reinado, ficou conhecida como
"Rainha dos Nove Dias".
Joana
era bisneta de Henrique VII através da filha mais jovem dele, Maria Tudor,
e também prima em segundo grau de Eduardo VI. Ela casou-se em maio de 1553 com
lorde Guilford Dudley, filho mais novo de João Dudley 1º Duque de
Northumberland, regente de Eduardo.
Próximo
da morte, o jovem rei nomeou Joana como sua sucessora em seu testamento,
ignorando as reivindicações de suas meias-irmãs Maria e Isabel sob o
Terceiro Ato de Sucessão.
Joana
acabou sendo aprisionada na Torre de Londres em 19 de julho depois do
Conselho Privado passar para o lado de Maria. Ela foi condenada por alta
traição em novembro e sentenciada a morte, porém sua vida foi inicialmente
poupada. Uma rebelião entre janeiro e fevereiro de 1554 contra os planos de
Maria de se casar com Felipe II da Espanha adiou às execuções de Joana e
seu marido.
Joana
teve uma excelente educação humanista e a reputação de ser uma das mulheres
mais cultas de sua época. Uma forte protestante, ela foi postumamente
considerada não apenas uma vítima, mas também uma mártir.
Joana era
filha mais velha de Henrique Grey, Duque de Suffolk, e Francisca Brandon.
Francisca era filha de Maria Tudor, irmã do rei Henrique VIII. Portanto, Joana
era sobrinha-neta de Henrique VIII e prima de Eduardo VI. Tinha duas irmãs mais
novas, Catarina e Maria. Receberam uma ótima educação desfrutando da
influência dos Tudors.
Joana
estudou latim, grego e hebraico. Através de seus professores-tutores ela se
tornou devota protestante. O seu preceptor foi John Aymler Universidade de
Cambridge, que também foi responsável por parte da educação da futura rainha
Isabel I da Inglaterra.
Em 1546,
Joana foi passar uma temporada com Catarina Parr, uma mulher considerada
extremamente culta que foi a última esposa de Henrique VIII. Após a morte de
Henrique, Catarina casou-se com sir Tomás Seymour, 1º Barão Seymour de Sudeley,
mas ela acabou falecendo em breve.
Seymour
tentou arranjar o casamento de Joana com seu sobrinho, o rei Eduardo VI, porém
os planos não deram certo. Os irmãos Seymour foram acusados e executados por
traição devido a ambição de João Dudley, 1º Duque de Northumberland.
Dudley
negociou com a mãe de Joana seu casamento com o filho dele. Joana ficou
alarmada com a hipótese de casar-se com alguém da família Dudley, mas naquela
época não havia muita chance de escolha. Em 15 de maio de 1553, Joana casou-se
com Guilford Dudley, mas o casamento não foi consumado.
Chegada
ao Trono
Em 1553,
o rei Eduardo VI, de apenas 15 anos, estava para morrer e não tinha
descendentes, sendo a opção mais direta a sua meia-irmã mais velha, Maria.
Maria
fora educada como católica pela mãe Catarina de Aragão e era
claramente contra a reforma introduzida na Igreja Anglicana. Politicamente,
este seria um passo atrás e os conselheiros de Eduardo VI influenciaram-no para
nomear outro herdeiro. No entanto, é importante lembrar que o desejo do pai de
Eduardo era que Maria herdasse o trono do irmão, caso este não deixasse filhos,
como ocorreu.
A
escolhida do rei, influenciado por João Dudley e seus conselheiros, foi
Joana Grey, que tinha a vantagem de ser jovem e de ter tido uma educação
protestante. Outro ponto favorável a Joana era o fato de Dudley ser seu sogro.
Nesse caso, Joana teria como consorte o filho do duque, Guilford Dudley.
Após a
morte de Eduardo VI em 6 de julho de 1553, Joana foi proclamada rainha da
Inglaterra e da Irlanda em 10 de julho do mesmo ano. Dudley tentou prender
Maria, mas ela refugiou-se no Castelo de Framlingham em Suffolk.
Maria
não estava disposta a abdicar da sua pretensão e contava com o apoio da
população por ser filha de Catarina de Aragão, que era ainda imensamente
popular. Contava ainda com a simpatia e comoção do povo que acompanhou sua
juventude e viu quando foi deserdada e separada da mãe pelo rei Henrique VIII.
Nove
dias depois de Joana ser declarada a nova rainha da Inglaterra, em 19 de julho,
Maria chegou a Londres triunfante. O Parlamento inglês, então, declarou
Maria como Rainha da Inglaterra e revogou a coroação de Joana. Dudley foi executado
em 21 de agosto e Joana e seu marido foram feitos prisioneiros com a
acusação de traição na Torre de Londres.
Execução
Joana
junto com Guildford Dudley foram julgados por alta traição. Seu julgamento
começou em 13 de novembro de 1553. Uma comissão foi instaurada com a liderança
do Lorde Prefeito de Londres, sir Tomás White. Nesta altura, Maria parecia
inclinada a perdoar a prima e chegou a enviar-lhe o seu confessor, numa
tentativa de a converter à fé católica.
No
entanto, em janeiro de 1554, começou uma revolta popular contra Maria
organizada por Thomas Wyatt por causa do iminente casamento de Maria com o
católico Felipe da Espanha. Joana Grey não estava relacionada com esta rebelião,
nem era a sua beneficiária, mas foi presa novamente.
Alguns
nobres, incluindo o pai de Joana, juntaram-se à rebelião pedindo a restauração
desta como rainha. Filipe insistiu na execução de Joana por considerá-la uma
ameaça potencial.
No dia
12 de fevereiro de 1554, Guilford foi executado em praça pública. Joana Grey
recebeu uma execução privada no mesmo dia na Torre de Londres. A execução
privada foi ordem de Maria, como um gesto de respeito à prima.
Joana
foi executada aos 16 anos e enterrada junto a Guilford na Capela Real de São
Pedro ad vincula. No dia 19 de fevereiro o pai de Joana, Henrique Grey,
foi executado por traição.