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sábado, fevereiro 01, 2025

Jesus Voltando


Jesus Voltando - Quando o século XV dava lugar ao XVI, Jesus voltou. Reapareceu na Espanha, nas ruas de Sevilha.

Nenhuma fanfarra saudou seu advento, nem coros de anjos, nem espetáculos sobrenaturais, nem extravagantes fenômenos meteorológicos.

Ao contrário, ele chegou "de mansinho" e "sem ser visto". No entanto, vários passantes o reconheceram, sentiram uma irresistível atração para ele, cercaram-no, amontoaram-se à sua volta, seguiram-no.

“Jesus andou com toda modéstia entre eles, um suave sorriso de inefável misericórdia” nos lábios, estendeu-lhes as mãos, concedeu-lhes sua bênção; e um velho na multidão, cego de infância, milagrosamente recuperou o dom da visão.

A multidão chorou e beijou o chão a seus pés, enquanto crianças jogavam flores à sua frente, cantavam e erguiam as vozes em hosanas.

Nos degraus da catedral, um préstito em prantos conduzia para dentro um caixãozinho aberto.

Em seu interior, quase escondida pelas flores, jazia uma criança de sete anos, filha única de um cidadão importante.

Exortada pela multidão, a mãe enlutada voltou-se para o recém-chegado e implorou-lhe que trouxesse de volta à vida a menina morta.

O cortejo fúnebre parou, e o caixão foi deposto aos pés dele nos degraus da catedral.

 - Levanta-te, donzela! Ele ordenou em voz baixa, e a menina logo se pôs sentada, olhando em volta e sorrindo, os olhos arregalados de espanto, ainda a segurar o buquê de rosas brancas que fora colocado em suas mãos.

 Esse milagre foi testemunhado pelo cardeal e Grande Inquisidor da cidade, quando passava com seu séquito de guarda-costas “um velho”, de quase noventa anos, alto e empertigado de estatura, com uma cara enrugada e olhos muito fundos, nos quais, no entanto, ardia ainda um brilho de luz.

Tal era o terror que ele inspirava que a multidão, apesar das circunstâncias extraordinárias, caiu em deferente silêncio e abriu-se para dar-lhe passagem.

Tampouco alguém ousou interferir quando, por ordem do velho prelado, o recém-chegado foi sumariamente preso pelos guarda-costas e levado para a prisão.

Esta é a abertura da Parábola do Grande Inquisidor, de Feodor Dostoievski, uma narrativa mais ou menos independente, de vinte e cinco páginas, embutida nas oitocentas e tantas de Os Irmãos Karamazov, romance publicado pela primeira vez em fascículos numa revista de Moscou em 1879 e 1880.

O verdadeiro significado da parábola está no que vem depois do dramático prelúdio. Pois o leitor espera, claro, que o Grande Inquisidor fique devidamente horrorizado ao saber da verdadeira identidade do seu prisioneiro. Não é isso, porém, que acontece.

Quando ele visita Jesus na cela, está claro que sabe muitíssimo bem quem é o prisioneiro; mas esse conhecimento não o detém.

Durante o prolongado debate filosófico que se segue, o velho permanece inflexível em sua posição. Nas escrituras, Jesus é tentado pelo demônio no deserto com a perspectiva de poder, autoridade.

Desde que Os Irmãos Karamazov foi publicado e traduzido, o Grande Inquisidor de Dostoievski gravou-se em nossa consciência como a imagem e a encarnação definitivas da Inquisição.

Podemos compreender o agônico dilema do velho prelado. Podemos admirar a complexidade de seu caráter.

Podemos até mesmo respeitá-lo pelo martírio pessoal que está disposto a aceitar, sua autocondenação à perdição, em nome de uma instituição que considera maior que ele próprio.

Também podemos respeitar seu realismo secular e a compreensão brutalmente cínica por trás dele, a sabedoria mundana que reconhece o mecanismo e a dinâmica do poder mundano.

Alguns de nós bem podem se perguntar se - estando na posição dele e com suas responsabilidades não seriam impelidos a agir como ele.

Mas apesar de toda tolerância, da compreensão, talvez da simpatia e perdão que consigamos angariar para esse homem, não podemos escapar à consciência de que ele é, por qualquer padrão moral honesto, intrinsecamente mau e que a instituição que representa é culpada de uma monstruosa hipocrisia.

Até onde é exato, representativo, o retrato pintado por Dostoievski? Em que medida a figura na parábola reflete com justeza a instituição histórica real?

E se a Inquisição, personificada pelo velho prelado de Dostoievski, pode de fato ser equiparada ao demônio, em que medida pode essa equiparação ser estendida à Igreja como um todo?

Para a maioria das pessoas hoje, qualquer menção à Inquisição sugere a Inquisição da Espanha. Ao buscar uma instituição que refletisse a Igreja Católica como um todo, também Dostoievski invocou a Inquisição na Espanha.

Mas a Inquisição, como existiu na Espanha e em Portugal, foi única desses países e tinha de prestar contas, na verdade, pelo menos tanto à Coroa quanto à Igreja.

Isso não pretende sugerir que a Inquisição não existiu e atuou em outras partes. Existiu e atuou, sim.

Mas a Inquisição papal ou romana como foi conhecida a princípio informalmente, depois oficialmente diferiu daquela da Península Ibérica.

Ao contrário de suas correspondentes ibéricas, a papal ou romana não tinha de prestar contas a nenhum potentado secular.

Atuando por toda a maior parte do resto da Europa, só tinha aliança com a Igreja. Criada no início do século treze, pré-datou a Inquisição espanhola em cerca de 250 anos.

Também durou mais que as correspondentes ibéricas. Enquanto a Inquisição na Espanha e Portugal se achava extinta na terceira década do século dezenove, a papal ou romana sobreviveu.

Existe e continua ativamente em função até mesmo hoje. Mas o faz sob um nome novo, menos emotivo e estigmatizado.

Com seu atual título desinfetado de Congregação para a Doutrina da Fé, ainda desempenha um papel de destaque na vida de milhões de católicos por todo o globo.

Seria um erro, porém, identificar a Inquisição com a Igreja como um todo. Não são a mesma instituição. Por mais importante que a Inquisição tenha sido, e continue a ser no mundo do catolicismo romano, permanece apenas como um aspecto da Igreja.

Houve e ainda há muitos outros aspectos, que nem todos merecem o mesmo opróbrio. Este livro é sobre a Inquisição em suas várias formas, como existiu no passado e existe hoje. Se ela surge sob uma luz dúbia, essa luz não precisa necessariamente estender-se à Igreja em geral.

Em sua origem, a Inquisição foi produto de um mundo brutal, insensível e ignorante. Assim, o que não surpreende, foi ela própria brutal, insensível e ignorante. E não o foi mais do que inúmeras outras instituições da época, espirituais e temporais.

Tanto quanto essas outras instituições fazem parte de nossa herança coletiva. Não podemos, portanto, simplesmente repudiá-la e descartá-la. Devemos enfrentá-la, reconhecê-la, tentar compreendê-la em todos os seus excessos e preconceitos, e depois integrá-la numa nova totalidade.

Meramente lavar as mãos em relação a ela equivale a negar alguma coisa em nós mesmos, em nossa evolução e desenvolvimento como civilização uma forma, na verdade, de automutilação.

Não podemos ter a presunção de emitir julgamento sobre o passado segundo critérios do que é politicamente correto em nosso tempo. Se tentarmos fazer isso, descobriremos que todo o passado é culpado. Então ficaremos apenas com o presente como base para nossas hierarquias de valor; e quaisquer que sejam os valores que abracemos, poucos de nós serão tolos o bastante para louvar o presente como algum tipo de ideal último.

Muitos dos piores excessos do passado foram causados por indivíduos que agiam com o que, segundo o conhecimento e moral da época, julgavam as melhores e mais dignas das intenções.

Seria precipitado imaginar como infalíveis nossas próprias intenções dignas. Seria precipitado imaginar essas intenções incapazes de produzir consequências desastrosas como aquelas pelas quais condenamos nossos antecessores.

A Inquisição às vezes cínica e venal, às vezes maniacamente fanática em suas intenções supostamente louváveis na verdade pode ter sido tão brutal quanto a época que a gerou.

Deve-se repetir, no entanto, que não pode ser equiparada à Igreja como um todo.

E mesmo durante seus períodos de mais raivosa ferocidade, a Inquisição foi obrigada a lutar com outras faces, mais humanas, da Igreja com as ordens monásticas mais esclarecidas, com ordens de frades como a dos franciscanos, com milhares de padres, abades, bispos e prelados individuais de categoria superior, que tentavam sinceramente praticar as virtudes tradicionalmente associadas ao cristianismo.

E não se deve esquecer a energia criativa que a Igreja inspirou na música, pintura, escultura e arquitetura que representa um contraponto para as fogueiras e câmaras de tortura da Inquisição.

No último terço do século dezenove, a Igreja foi obrigada a abrir mão dos últimos vestígios de seu antigo poder secular e político. Para compensar essa perda, buscou consolidar seu poder espiritual e psicológico, exercer um controle mais rigoroso sobre os corações e mentes dos fiéis.

Em consequência disso, o papado se tornou cada vez mais centralizado; e a Inquisição se tornou cada vez mais a voz definitiva do papado. É nessa condição que “re-rotulada de Congregação para a Doutrina da Fé funciona hoje”.

Mas mesmo agora, a Inquisição não impõe de todo a sua vontade. Na verdade, sua posição é cada vez mais assediada, à medida que católicos em todo o mundo adquirem o conhecimento, a sofisticação e a coragem de questionar a autoridade de seus pronunciamentos inflexíveis.

Certamente que houve e, pode-se bem dizer, ainda há Inquisidores dos quais a parábola de Dostoievski oferece um retrato preciso. Em alguns lugares e épocas, esses indivíduos podem de fato ter sido representantes da Inquisição como instituição. Isso, porém, não faz deles necessariamente uma acusação à doutrina cristã que em seu zelo buscaram propagar.

Quanto à própria Inquisição, os leitores deste livro bem podem constatar que foi uma instituição ao mesmo tempo melhor e pior que a descrita na parábola de Dostoievski.

Michael Baigent e Richard Leigh – A Inquisição

quinta-feira, janeiro 30, 2025

Testemunhas de Jeová - Religião ou Seita?



 

Testemunhas de Jeová - Religião ou Seita? - As Testemunhas de Jeová são uma denominação cristã milenarista e Restauracionista com crenças não trinitárias, que se diferem de grande parte do cristianismo.

O grupo afirma ter mundialmente 8.695.808 de aderentes envolvidos em evangelização, presença em convenções de mais de 15 milhões de pessoas e uma presença anual em seu Memorial de mais de 19,9 milhões. 

A denominação é dirigida pelo Corpo Governante, um grupo de anciões em Warwick, Nova Iorque, que determina todas as doutrinas com base em sua análise e interpretação da Bíblia. 

Eles preferem usar sua própria tradução, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, embora também citem ocasionalmente outras versões. 

O grupo crê que a destruição do sistema do mundo atual em Armagedom é iminente, e que somente ao se estabilizar o Reino de Deus na Terra haverá solução para todos os problemas da humanidade.

As Testemunhas de Jeová emergiram dos Estudantes da Bíblia, grupo fundado no final da década de 1870 por Charles Taze Russell. Com a formação da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, houve mudanças doutrinais e organizacionais significativas, chefiadas por Joseph Franklin Rutherford. 

O nome testemunhas de Jeová foi adotado em 1931 para diferenciá-los de outros grupos de Estudantes da Bíblia e simbolizar uma ruptura com o legado das tradições de Russell.

O grupo é conhecido por sua evangelização porta-a-porta, distribuindo publicações como A Sentinela e Despertai, e sua recusa ao serviço militar e a transfusão de sangue.

Eles consideram o uso do nome Jeová vital para a adoração apropriada. Rejeitam a Trindade, a imortalidade inerente da alma e o fogo do inferno, considerando-as doutrinas que não estão de acordo com os textos bíblicos. 

Também não há observância do natal, da Páscoa, aniversários e outros feriados e costumes que consideram ter origens pagãs e incompatíveis com o Cristianismo. Os membros comumente referem-se ao seu corpo de crenças como "a verdade", e consideram que sua vida está "na verdade". 

A sociedade secular é definida como moralmente corrupta e sob a influência de Satã, e limitam sua interação social com pessoas que não integram a comunidade. Ações disciplinares incluem a desassociação, isto é, a expulsão formal, e ostracismo, Indivíduos batizados que deixam oficialmente a igreja também sofrem rejeição social.

Membros desassociados podem retornar se mostrarem-se arrependidos.

A rejeição ao serviço militar e a recusa em fazer continência para as bandeiras nacionais fizeram com que as Testemunhas de Jeová tivessem conflitos com alguns governos.

Consequentemente, os integrantes têm sido perseguidos e suas atividades são banidas ou restringidas em alguns países. Processos criados pelo grupo resultaram em mudanças em diversas leis de direitos civis pelo mundo. 

Além disso, a organização tem recebido críticas em relação à sua tradução da Bíblia, doutrinas, tratamento de casos de abuso sexual de menores e alegada coerção de seus membros. As acusações são negadas pelos líderes, e algumas foram discutidas em tribunais e por especialistas em religião. 

terça-feira, novembro 19, 2024

Isso é justo?


A religião que você escolheu nos considera pecadores ao nascer, culpados antes de dar o primeiro suspiro, responsável por coisa que nunca fizemos.

Ela oferece perdão instantâneo e não merecido para os crimes mais horríveis e pune pessoas cujo único crime é a descrença.

Para sempre. Ela defende a escravidão, denigre as mulheres, amaldiçoa os homossexuais, ordena apedrejar crianças desobedientes, sanciona guerras e envenena toda mente que toca.

Ela inclui somente um crime imperdoável: A descrença.  – Isso é Justo?

(Matt Dillahunty) 

O texto é uma crítica à moralidade e às doutrinas de certas religiões, expressa por Matt Dillahunty, um proeminente ativista ateu e ex-cristão. Vamos analisá-lo por partes:

"A religião que você escolheu nos considera pecadores ao nascer, culpados antes de dar o primeiro suspiro, responsável por coisa que nunca fizemos."

Aqui, Dillahunty critica a doutrina do pecado original, presente em algumas tradições religiosas, especialmente no cristianismo. Essa crença sustenta que todos os humanos nascem com uma natureza pecaminosa devido ao pecado cometido por Adão e Eva, algo que ele vê como injusto, pois atribui culpa a pessoas antes que elas possam agir por si mesmas.

"Ela oferece perdão instantâneo e não merecido para os crimes mais horríveis e pune pessoas cujo único crime é a descrença. Para sempre."

Dillahunty questiona a lógica da salvação religiosa, onde crimes graves podem ser perdoados se o indivíduo se arrepender e acreditar, enquanto o simples ato de não crer resulta em condenação eterna. Ele considera essa disparidade moralmente injusta.

"Ela defende a escravidão, denigre as mulheres, amaldiçoa os homossexuais, ordena apedrejar crianças desobedientes, sanciona guerras e envenena toda mente que toca."

Aqui, ele aponta para passagens ou interpretações literais de textos religiosos que, historicamente, têm sido usados para justificar práticas ou crenças moralmente questionáveis, como a escravidão, o patriarcado, a homofobia e a violência.

"Ela inclui somente um crime imperdoável: A descrença."

Dillahunty refere-se a doutrinas religiosas que definem a descrença como um pecado imperdoável, como a "blasfêmia contra o Espírito Santo" no cristianismo (Mateus 12:31-32). Ele considera isso desproporcional, já que descrença não é uma ação prejudicial em si.

"Isso é Justo?"

Ele conclui com uma pergunta retórica, desafiando a moralidade dessas crenças e convidando o leitor a refletir sobre a justiça e coerência dessas ideias.

Contexto Geral:

A crítica de Dillahunty é uma análise filosófica e moral sobre as implicações de algumas doutrinas religiosas. Ele desafia os leitores a pensar se os princípios de justiça e moralidade presentes em muitas religiões são compatíveis com a visão contemporânea de ética, direitos humanos e racionalidade.

terça-feira, novembro 12, 2024

Propaganda enganosa ou Fake News


"Vendem a ideia de um céu maravilhoso, mas querem ficar o mais longe possível dele!"

Propaganda enganosa ou Fake NewsHá vários céus que são mencionados na Bíblia. Haveria o céu que vemos, onde os pássaros voam, onde os relâmpagos brilham e de onde a chuva cai. 

Há o céu no sentido de firmamento, ou expansão, onde estão o Sol, a Lua e as estrelas. Há ainda o céu onde se encontra o Reino de Deus, de ao qual Jesus teria ascendido.

Esse seria o céu onde os anjos estão. A Bíblia fala ainda dos "céus dos céus" e que haverá "novos céus" 

O Céu para a Ciência

Céu é o panorama obtido a partir da Terra ou da superfície de outro astro celeste qualquer quando se olha para o Universo que os rodeia.

O panorama obtido pode mostrar-se significativamente influenciado pela presença ou não de atmosfera ao redor do astro no qual situa-se o observador.

Em ausência de atmosfera o céu mostra-se negro, e nele destacam-se nitidamente as estrelas e demais astros.

Em presença de atmosfera, durante o dia, o céu terrestre mostra-se azulado, e a dispersão da luz estabelece intensidade média de luz que normalmente ofusca os demais astros celestes à exceção do sol e da lua, não sendo aqueles visíveis no céu durante o dia, portanto.

O céu noturno assemelha-se bem ao que se espera encontrar nos casos onde há ausência de atmosfera.

Nuvens e outros elementos climáticos também afetam o céu, determinando por vezes belos panoramas. As auroras constituem outro exemplo entre os fenômenos atmosféricos que podem influenciar diretamente o céu, não obstante fazendo-o de forma a embelezá-lo.

Céu refere-se também ao espaço de dimensões não diretamente comensuráveis via sentidos - e por tal suposto em senso comum infinito - onde encontram-se ou movem-se os demais astros e estrelas do Universo.

Céu Bíblico

Céu, os céus ou sete céus, é um lugar religioso, cosmológico ou transcendental comum onde seres como deuses, anjos, gênios, santos ou ancestrais venerados, supostamente, têm origem ou vivem.

De acordo com as crenças de algumas religiões, os seres celestiais podem descer à Terra, encarnados em um corpo terrestre ou não, enquanto os seres terrestres podem ascender aos céus após a morte, ou em casos excepcionais, ainda vivos, assim dizem As Testemunhas de Jeová.

O céu é muitas vezes descrito como um "lugar mais alto", o lugar mais sagrado ou um paraíso, em contraste com o inferno, com o submundo ou com os "lugares baixos", e universalmente ou condicionalmente acessível por seres terrenos.

De acordo com vários padrões de divindade, bondade, piedade, fé, outras virtudes ou simplesmente pela vontade de Deus. Alguns acreditam na possibilidade de um Céu na Terra em um mundo vindouro.

Outra crença é na axis mundi, que liga os céus, o mundo terrestre e o submundo. Nas religiões indianas, o Céu é considerado como Svarga Ioka, e a alma é novamente submetida ao renascimento em diferentes formas de vida de acordo com seu karma.

Este ciclo pode ser quebrado após uma alma alcançar o Moksha ou Nirvana. Qualquer lugar da existência, tanto das pessoas quanto de almas ou divindades, fora do mundo tangível (céu, inferno ou outro) é referido como outro mundo.

sábado, outubro 26, 2024

Desordenadamente.



A Riqueza da Igreja Católica e a Pobreza Espiritual: Reflexões sobre Contrastes e Responsabilidades

“Há uma espécie de pobreza espiritual na riqueza que a torna semelhante à mais negra miséria.”

- Eurípides

De um lado, um homem que se apresenta como representante de Deus, adornado com vestes suntuosas e símbolos de poder. Do outro, uma criança faminta, vítima da miséria em um continente como a África.

O ouro que reveste tronos, altares e imagens sacras poderia, em teoria, salvar incontáveis vidas. Essa dicotomia entre opulência e privação levanta questionamentos profundos sobre a verdadeira essência da riqueza e da espiritualidade, como sugerido pela citação do dramaturgo grego Eurípides.

A frase de Eurípides reflete uma crítica atemporal à ilusão de que a acumulação de bens materiais garante plenitude. Para o autor, a riqueza, embora traga conforto e prestígio, pode mascarar uma “pobreza espiritual” que se assemelha à miséria mais profunda.

Essa carência interior manifesta-se como solidão, vazio existencial ou desconexão com valores humanos essenciais, como a compaixão e o propósito.

Em um mundo obcecado por posses, Eurípides nos convida a buscar uma realização mais profunda, que transcenda o material e encontre sentido na conexão com os outros e com um propósito maior.

A Imensa Riqueza da Igreja Católica

A Igreja Católica é uma das instituições mais ricas e influentes do mundo, com um patrimônio acumulado ao longo de dois milênios. Seu acervo inclui propriedades imobiliárias, como o Vaticano e milhares de igrejas, conventos e seminários; obras de arte inestimáveis, como as pinturas de Michelangelo na Capela Sistina; e artefatos históricos, como relíquias e manuscritos raros.

Essa riqueza foi construída por meio de doações de fiéis, dízimos, investimentos financeiros e, em períodos históricos controversos, práticas como a venda de indulgências e o confisco de bens durante a Inquisição.

A Inquisição, que vigorou entre os séculos XIII e XIX, foi um dos períodos em que a Igreja ampliou significativamente seu patrimônio. Bens de acusados de heresia - especialmente cristãos-novos, judeus convertidos e outros considerados hereges - eram frequentemente confiscados, enriquecendo os tribunais do Santo Ofício e, por extensão, a própria Igreja.

Essas práticas, muitas vezes justificadas como defesa da fé, contribuíram para a acumulação de recursos, mas também para a percepção de uma instituição que, em certos momentos, priorizou o poder e a riqueza em detrimento da justiça e da caridade.

Contrastes com a Pobreza Global

Apesar de sua imensa riqueza, a Igreja Católica opera em um mundo marcado por desigualdades extremas. Em muitas regiões da África, milhões de pessoas enfrentam pobreza extrema, com acesso limitado a água potável, saúde, educação e moradia digna.

Segundo relatórios recentes da ONU, em 2025, cerca de 475 milhões de pessoas na África Subsaariana vivem com menos de US$ 2,15 por dia, enfrentando condições de miséria que contrastam diretamente com a opulência de instituições como o Vaticano.

A Igreja Católica desempenha um papel significativo em regiões carentes, administrando hospitais, escolas, orfanatos e programas de caridade que atendem milhões de pessoas.

Por exemplo, organizações como a Cáritas Internacional e as missões católicas fornecem ajuda humanitária em crises, como desastres naturais e conflitos.

No entanto, a escala dos problemas sociais excede os recursos alocados, e a percepção de uma Igreja rica, mas incapaz de erradicar a pobreza em larga escala, alimenta críticas sobre a gestão de seu patrimônio.

O Papel do Papa Francisco e o Debate Ético

Desde sua eleição em 2013, o Papa Francisco tem defendido uma “Igreja pobre para os pobres”, criticando o materialismo e a ostentação. Ele já questionou publicamente a acumulação de riquezas pela Igreja e incentivou a venda de bens para financiar iniciativas de combate à pobreza.

Em 2015, por exemplo, Francisco ordenou a distribuição de propriedades eclesiásticas ociosas para abrigar refugiados, e em 2020, reforçou a transparência financeira no Vaticano para evitar escândalos de corrupção. Suas ações ressoam com a mensagem de Eurípides, sugerindo que a verdadeira riqueza está no serviço aos mais necessitados.

No entanto, a Igreja enfrenta um dilema ético: preservar seu patrimônio histórico e cultural - que inclui tesouros artísticos e espirituais de valor incalculável - ou liquidar parte desses bens para financiar ações humanitárias.

Vender obras-primas como as de Bernini ou Rafael, por exemplo, poderia gerar bilhões, mas também significaria a perda de um legado cultural que pertence à humanidade. Além disso, a administração desses recursos é complexa, envolvendo questões logísticas, políticas e éticas que dificultam decisões unilaterais.

Perspectivas e Críticas

O debate sobre a riqueza da Igreja não é novo e ganhou força com os movimentos reformistas do século XX e XXI. Críticos argumentam que a Igreja deveria adotar uma postura mais radical, redistribuindo seus bens para atender às necessidades urgentes de populações vulneráveis, especialmente em países africanos onde a pobreza é endêmica.

Por outro lado, defensores da preservação do patrimônio eclesiástico destacam que esses bens têm um valor espiritual e histórico que transcende sua função econômica, servindo como símbolos de fé e cultura.

A citação de Eurípides, nesse contexto, oferece uma lente para refletir sobre essas tensões. A “pobreza espiritual” associada à riqueza não se aplica apenas a indivíduos, mas também a instituições.

Uma Igreja que acumula bens enquanto milhões passam fome pode ser vista como espiritualmente empobrecida, mesmo com seus tesouros. Por outro lado, sua capacidade de mobilizar recursos e liderar iniciativas de caridade demonstra um compromisso com os valores cristãos de solidariedade.

Conclusão

A riqueza da Igreja Católica, construída ao longo de séculos, é tanto um testemunho de sua influência histórica quanto um ponto de controvérsia em um mundo marcado pela desigualdade.

A Inquisição, com seus confiscos, foi um capítulo sombrio que contribuiu para esse patrimônio, mas também um lembrete dos perigos de priorizar o poder material sobre a justiça.

A mensagem de Eurípides ressoa como um convite à reflexão: a verdadeira riqueza reside na capacidade de transformar vidas, não na acumulação de ouro.

Enquanto a Igreja busca equilibrar sua missão espiritual com suas responsabilidades sociais, o apelo do Papa Francisco por humildade e solidariedade aponta para um caminho em que a fé e a ação concreta caminhem juntas, enfrentando as “negras misérias” do mundo com esperança e compaixão.

quarta-feira, outubro 09, 2024

A Papisa Joana


 

A Papisa Joana era, segundo uma lenda, uma mulher que teria reinado como papa, e governado a Igreja católica por dois ou três anos, durante a Idade Média. Embora a história pretensamente tenha se passado no século IX, só surgiu nas crônicas do século XIII, e posteriormente se espalhou por toda a Europa.

Conquanto em certos meios lograsse atenção, a lenda não encontra mais nenhum historiador e estudioso moderno que lhe dê crédito. Antes, a reputam como fictícia, possivelmente originada numa sátira antipapal. A lenda aparece pela primeira vez em documentos do início do século XIII, situando os acontecimentos em 1099. 

Outro cronista, também do século XIII, data o papado de Joana de até três séculos e meio antes, depois da morte do papa Leão IV, coincidindo com uma época de crise e confusão na diocese de Roma. Joana teria ocupado o cargo durante dois ou três anos, entre o papa Leão IV e o papa Bento III (anos de 850 e 858).

A história possui várias versões. Segundo alguns relatos, Joana teria sido uma jovem oriental, nascida com o possível nome de Giliberta, talvez de Constantinopla, que se fez passar por homem para escapar à proibição de estudar imposta às mulheres.

Extremamente culta, possuía formação em filosofia e teologia. Ao chegar a Roma, apresentou-se como monge e surpreendeu os doutores da Igreja com sua sabedoria. Teria chegado ao papado após a morte do papa Leão IV, com o nome de João VII. A mesma lenda conta que Joana se tornou amante de um oficial da Guarda Suíça e ficou grávida.

Outra versão - a de Martinho de Opava - afirma que Joana teria nascido na cidade de Mogúncia, na Alemanha, filha de um casal inglês aí residente à época. Na idade adulta, conheceu um monge, por quem se apaixonou. Foram ambos para a Grécia, onde passaram três anos, após o que se mudaram para Roma.

Para evitar o escândalo que a relação poderia causar, Joana decidiu vestir roupas masculinas, passando assim por monge, com o nome de Johannes Angelicus, e teria então ingressado no mosteiro de São Martinho.

Conseguiu ser nomeada cardeal, ficando conhecida como João, o Inglês. Segundo as fontes, João, em virtude de sua notável inteligência, foi eleito Papa por unanimidade após a morte de Leão IV (ocorrida a 17 de julho de 855).

Apesar de ter sido fácil ocultar sua gravidez, devido às vestes folgadas dos Papas, acabou por ser acometida pelas dores do parto em meio a uma procissão numa rua estreita, entre o Coliseu de Roma e a Igreja de São Clemente, e deu à luz perante a multidão.

As versões divergem também sobre este ponto, mas todas coincidem em que a multidão reagiu com indignação, por considerar que o trono de São Pedro havia sido profanado. João/Joana teria sido amarrada num cavalo e apedrejada até à morte.

Neste trajeto depois foi posta uma estátua de uma donzela com uma criança no colo com a inscrição Parce Pater Patrum, Papissae Proditum Partum, conforme mais tarde 1375 atestado pelo Mirabilia Urbis Romae.

Noutro relato, Joana teria morrido devido a complicações no parto, enquanto os cardeais se ajoelhavam clamando: "Milagre, milagre!". Existem muitas controvérsias sobre esta história. Alguns historiadores tornaram-se partidários de sua veracidade, outros contestaram-na como pura invenção.

Alguns céticos afirmam que o mito pode ter surgido em Constantinopla, devido ao ódio da Igreja Ortodoxa contra a Igreja Católica. O objetivo seria desmoralizar a igreja rival. Outra vertente é de que este papa seria, na verdade, um eunuco que, por ser castrado, não foi eleito, mas antes rotulado de “mulher”.

Outra hipótese é que, no século XIII, o papado tinha um grande número de inimigos, especialmente entre a Ordem dos Franciscanos ou a dos Dominicanos, descontentes com as diversas restrições a que eram submetidas. Para se vingar, teriam espalhado verbalmente a história da papisa.

Barônio considera a papisa um monstro que os ateus e os heréticos tinham evocado do inferno por sortilégios e malefícios. Florimundo Raxmond compara Joana a um segundo Hércules enviado do céu para esmagar a Igreja romana, cujas abominações tinham excitado a cólera de Deus. Contudo, a papisa foi defendida por um historiador inglês chamado Alexandre Cook.

No seu libelo, o padre Labbé acusava João Hus, Jerônimo de Praga, Wiclef, Lutero e Calvino de serem os inventores da história da papisa, mas provou-se que, tendo Joana subido à Santa Sé perto de seis séculos antes do nascimento do primeiro daqueles personagens, era impossível que eles tivessem imaginado tal fábula; e que, em todo o caso, Mariano, que escrevera a vida da papisa mais de 50 anos antes deles, não poderia tê-la copiado das suas obras. Eis uma asseveração transcrita de Labbé:

Outras lendas de mulheres na Igreja

Além da fábula da Papisa Joana, circulam diversas lendas sobre mulheres que teriam vestido o hábito sacerdotal. Uma cortesã chamada Margarida ter-se-ia disfarçado de padre e entrado para um convento de homens, onde tomou o nome de Frei Pelágio; Eugênia, filha do célebre Filipe, governador de Alexandria no reinado do imperador Galiano, dirigia um convento de frades, e não descobriu o seu sexo senão para se desculpar de uma acusação de sedução que lhe fora intentada por uma jovem.

A crônica da Lombardia, composta por um monge da Abadia do Monte, refere igualmente, segundo um padre chamado Heremberto (que escrevia trinta anos depois da morte de Leão IV), a história de uma mulher que fora patriarca de Constantinopla.