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quinta-feira, dezembro 22, 2022

Mutação

Todo fruto já foi botão, toda noite já foi dia.
O eterno aqui nada cria além da fuga e da mutação.
Até o mais lindo verão pressente, um dia, o outono e o murchar.
Espera, ó folha, quieta e paciente, que os ventos te venham levar.
Faz tua parte, não importa, deixa só acontecer.
Deixa o vento que te corta para casa te varrer.

Hermann Hesse

Hermann Karl Hesse nasceu em Calw – Alemanha no dia 2 de julho de 1877. Foi um escritor e pintor. Em 1923 ele se naturalizou suíço. Em 1946, recebeu o Prêmio Goethe e logo depois, recebeu o Nobel de Literatura "por seus escritos inspirados que, enquanto crescem em audácia e penetração, exemplificam os ideais humanitários clássicos e as altas qualidades de estilo".

Nascido em uma família muito religiosa, filho de pais missionários protestantes que pregaram o cristianismo na Índia. Estudou no seminário de Maulbron em 1891, mas não seguiu a carreira de pastor, como era a vontade de seus pais.

Embora fosse um estudante modelo, ele foi incapaz de se adaptar e saiu menos de um ano depois. Como ele explicaria mais tarde:

Tendo recusado a religião cristã, ainda adolescente, rompeu com a família e emigrou para a Suíça, em 1912, trabalhando como livreiro e operário. Acumula, então, uma sólida cultura autodidata e resolve dedicar-se à literatura.

Hesse publicou o seu primeiro livro, uma coleção de poemas, em 1899. Permaneceu no ramo de livrarias até 1904, quando se tornou escritor "freelancer" e publicou o seu primeiro romance, Peter Camenzind, sobre um escritor falido.

O romance foi um sucesso. Hesse retornou ao tema da busca interna e externa de um artista em Gertrud (1910) e Rosshalde (1914). Uma visita à Índia, nesses anos, foi mais tarde refletida em Siddhartha (1922), um romance poético, ambientado na Índia, na época do Buda, sobre a busca pela iluminação.

Travou contacto com a espiritualidade oriental, a partir de uma viagem à Índia em 1911, e com a psicologia analítica, por meio de um discípulo de Carl Gustav Jung, em decorrência de uma crise emocional causada pela eclosão da Primeira Guerra Mundial. Estas duas influências seriam decisivas no posterior desenvolvimento da sua obra.

Faleceu em 9 de Agosto de 1962 e foi sepultado no cemitério de San Abbondio em Montagnola, perto de Lugano, onde Hugo Ball também foi enterrado.



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