Propaganda

quinta-feira, agosto 07, 2025

O Fim



Você chegou ao mundo nu, frágil, sem posses, sem nada além da própria existência. E assim, nu, frágil e despojado, você partirá. No início, suas primeiras lágrimas ecoaram como um anúncio de vida, dependente do cuidado alheio.

Alguém te segurou, te aqueceu, te lavou. No fim, quando o último suspiro escapar, provavelmente será outra mão gentil - ou talvez indiferente - que cuidará de você, que lavará seu corpo para a despedida.

Este é o ciclo humano, inevitável e universal. Você veio sem riquezas, sem títulos, sem poder. Tudo o que acumulou - dinheiro, bens, conquistas - ficará para trás, como poeira que o vento leva.

Nada disso te acompanhará. Então, por que tanto orgulho a pesar no peito? Por que a malícia que envenena relações? Por que a inveja que consome o coração, o ódio que cega a alma, o ressentimento que aprisiona, o egoísmo que isola?

Por que desperdiçar o tempo precioso que nos é dado em sentimentos que corroem e atitudes que dividem? A vida é um sopro, um instante entre dois eternos silêncios.

Nesse intervalo, corremos atrás de ilusões: status, posses, vinganças mesquinhas. Brigamos por coisas que, no fim, não importam. Gastamos anos construindo muros onde deveríamos erguer pontes.

Nos perdemos em disputas, em comparações, em ambições que nos afastam do que realmente dá sentido à jornada: amor, conexão, bondade, memórias compartilhadas.

Olhe ao seu redor. Veja as guerras que nascem da ganância, as famílias divididas pelo orgulho, as amizades destruídas pela inveja. Quantas vezes o mundo viu nações tombarem por egoísmo, comunidades se fragmentarem por falta de empatia?

E, ainda assim, continuamos a repetir os mesmos erros, como se o tempo fosse infinito. Mas não é. Cada dia é um presente que não se repete, uma chance de fazer diferente, de ser melhor.

Pense nos momentos que realmente importam: o abraço de alguém querido, o sorriso de uma criança, a paz de um instante de gratidão. Esses são os tesouros que carregamos no coração, não nas mãos.

A vida nos ensina, a cada dia, que o que vale não é o que possuímos, mas o que compartilhamos; não é o que conquistamos, mas o que deixamos de bom no mundo.

Então, por que não viver com mais leveza? Por que não perdoar, em vez de guardar rancor? Por que não estender a mão, em vez de apontar o dedo? O tempo é curto, e a única certeza é que ele acaba.

Que possamos, enquanto estamos aqui, escolher o que nos faz humanos no melhor sentido: a compaixão, a generosidade, a humildade. Porque, no fim, o que levamos não é o que juntamos, mas o que espalhamos.

0 Comentários: