Você
chegou ao mundo nu, frágil, sem posses, sem nada além da própria existência. E
assim, nu, frágil e despojado, você partirá. No início, suas primeiras lágrimas
ecoaram como um anúncio de vida, dependente do cuidado alheio.
Alguém
te segurou, te aqueceu, te lavou. No fim, quando o último suspiro escapar,
provavelmente será outra mão gentil - ou talvez indiferente - que cuidará de
você, que lavará seu corpo para a despedida.
Este é
o ciclo humano, inevitável e universal. Você veio sem riquezas, sem títulos,
sem poder. Tudo o que acumulou - dinheiro, bens, conquistas - ficará para trás,
como poeira que o vento leva.
Nada
disso te acompanhará. Então, por que tanto orgulho a pesar no peito? Por que a
malícia que envenena relações? Por que a inveja que consome o coração, o ódio
que cega a alma, o ressentimento que aprisiona, o egoísmo que isola?
Por que
desperdiçar o tempo precioso que nos é dado em sentimentos que corroem e
atitudes que dividem? A vida é um sopro, um instante entre dois eternos
silêncios.
Nesse
intervalo, corremos atrás de ilusões: status, posses, vinganças mesquinhas.
Brigamos por coisas que, no fim, não importam. Gastamos anos construindo muros
onde deveríamos erguer pontes.
Nos
perdemos em disputas, em comparações, em ambições que nos afastam do que
realmente dá sentido à jornada: amor, conexão, bondade, memórias
compartilhadas.
Olhe ao
seu redor. Veja as guerras que nascem da ganância, as famílias divididas pelo
orgulho, as amizades destruídas pela inveja. Quantas vezes o mundo viu nações
tombarem por egoísmo, comunidades se fragmentarem por falta de empatia?
E,
ainda assim, continuamos a repetir os mesmos erros, como se o tempo fosse
infinito. Mas não é. Cada dia é um presente que não se repete, uma chance de
fazer diferente, de ser melhor.
Pense
nos momentos que realmente importam: o abraço de alguém querido, o sorriso de
uma criança, a paz de um instante de gratidão. Esses são os tesouros que
carregamos no coração, não nas mãos.
A vida
nos ensina, a cada dia, que o que vale não é o que possuímos, mas o que
compartilhamos; não é o que conquistamos, mas o que deixamos de bom no mundo.
Então,
por que não viver com mais leveza? Por que não perdoar, em vez de guardar
rancor? Por que não estender a mão, em vez de apontar o dedo? O tempo é curto,
e a única certeza é que ele acaba.
Que
possamos, enquanto estamos aqui, escolher o que nos faz humanos no melhor
sentido: a compaixão, a generosidade, a humildade. Porque, no fim, o que
levamos não é o que juntamos, mas o que espalhamos.
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