Caso
você ainda não tenha parado para pensar nisso, deixa eu te contar uma história:
sua avó era simplesmente lendária. Ela viveu uma época sem filtros, cheia de
atitude e liberdade, e, convenhamos, com um estilo que você provavelmente nunca
vai alcançar - sem ofensas, é só a verdade!
Imagine
só: sua avó desfilava por aí com minissaias tão curtas que fariam qualquer
fashionista de hoje corar, calças justíssimas que abraçavam cada curva, botas
de cano alto que gritavam rebeldia, e as famosas calças US Top desbotadas, tão
na moda que eram praticamente um uniforme da contracultura.
Ah, e
sem sutiã, porque, para ela, liberdade era lei, não opção. Ela não só ouviu,
mas viveu as trilhas sonoras que marcaram gerações. Led Zeppelin ecoava com
riffs que faziam o chão tremer, The Beatles traziam melodias que mexiam com o
coração, Janis Joplin rasgava a alma com sua voz rouca, e os Rolling Stones
injetavam rebeldia em cada acorde.
Isso
sem falar de Elvis Presley, com seu rebolado que chocava os caretas, Roy
Orbison e suas baladas melancólicas, ou Demis Roussos, com aquele romantismo
exagerado que era puro charme.
E não
parava por aí: ela curtia de tudo, de Jimi Hendrix a Mutantes, passando por
festivais de rock e bailes de soul que varavam a madrugada. Sua avó não tinha
medo de acelerar.
Ela
rodava por aí em Vespas ou Lambretas barulhentas, sentindo o vento no rosto, ou
em carros velozes que rugiam pelas estradas - sem cinto de segurança, porque,
naqueles tempos, a adrenalina valia mais que as regras.
O
politicamente correto? Isso nem existia no vocabulário dela. Ela vivia sem
amarras, sem se preocupar com o que os outros pensariam, numa época em que o
mundo estava se reinventando.
E tem
mais: sua avó experimentou a vida sem freios. Fumava cigarros com a elegância
de uma estrela de cinema - e, sim, talvez até uma “ervazinha” em um show ou
numa roda de amigos, porque era assim que se conectava com o espírito da época.
Bebia
gim-tônica com gelo tilintando no copo, uísque puro como se fosse água, caipirinhas
que queimavam a garganta e cervejas geladas que acompanhavam as conversas até o
sol raiar.
As
noites eram longas, cheias de risadas, danças e histórias que ela contava com
um brilho no olhar. Sabe o que mais? Ela chegava em casa às quatro da manhã, com
o rímel borrado e o cabelo bagunçado, só para tomar um banho rápido, engolir um
café preto e sair para trabalhar às sete.
Isso
mesmo: enquanto você passa o dia de ressaca, babando no sofá ou se arrastando
em moletons, ela vivia o dobro da vida em metade do tempo. E não era só
curtição - ela enfrentava um mundo em transformação.
Era a
época das revoluções culturais, dos movimentos pelos direitos civis, da luta
feminista, dos protestos contra guerras e ditaduras. Sua avó não só assistiu a
tudo isso, mas participou, com coragem e atitude, seja dançando em um festival,
debatendo ideias em cafés ou simplesmente vivendo sem pedir permissão.
Agora,
olha só para você, com suas dietas da moda, sucos detox e playlists no Spotify
que não chegam nem aos pés das fitas cassete dela. Não me leve a mal, mas, com
todo respeito, seus moletons superdimensionados e sua rotina certinha nunca vão
ter o mesmo brilho que a vida da sua avó.
Ela era
puro rock’n’roll, uma mistura de ousadia e autenticidade que fazia o mundo
girar ao seu redor. Desculpe-me, mas alguém precisava te contar essa verdade:
sua avó não era só legal - ela era épica. Quem sabe você não se inspira um
pouco e deixa um legado tão incrível quanto o dela?
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