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quarta-feira, agosto 06, 2025

Como nossas avós




Caso você ainda não tenha parado para pensar nisso, deixa eu te contar uma história: sua avó era simplesmente lendária. Ela viveu uma época sem filtros, cheia de atitude e liberdade, e, convenhamos, com um estilo que você provavelmente nunca vai alcançar - sem ofensas, é só a verdade!

Imagine só: sua avó desfilava por aí com minissaias tão curtas que fariam qualquer fashionista de hoje corar, calças justíssimas que abraçavam cada curva, botas de cano alto que gritavam rebeldia, e as famosas calças US Top desbotadas, tão na moda que eram praticamente um uniforme da contracultura.

Ah, e sem sutiã, porque, para ela, liberdade era lei, não opção. Ela não só ouviu, mas viveu as trilhas sonoras que marcaram gerações. Led Zeppelin ecoava com riffs que faziam o chão tremer, The Beatles traziam melodias que mexiam com o coração, Janis Joplin rasgava a alma com sua voz rouca, e os Rolling Stones injetavam rebeldia em cada acorde.

Isso sem falar de Elvis Presley, com seu rebolado que chocava os caretas, Roy Orbison e suas baladas melancólicas, ou Demis Roussos, com aquele romantismo exagerado que era puro charme.

E não parava por aí: ela curtia de tudo, de Jimi Hendrix a Mutantes, passando por festivais de rock e bailes de soul que varavam a madrugada. Sua avó não tinha medo de acelerar.

Ela rodava por aí em Vespas ou Lambretas barulhentas, sentindo o vento no rosto, ou em carros velozes que rugiam pelas estradas - sem cinto de segurança, porque, naqueles tempos, a adrenalina valia mais que as regras.

O politicamente correto? Isso nem existia no vocabulário dela. Ela vivia sem amarras, sem se preocupar com o que os outros pensariam, numa época em que o mundo estava se reinventando.

E tem mais: sua avó experimentou a vida sem freios. Fumava cigarros com a elegância de uma estrela de cinema - e, sim, talvez até uma “ervazinha” em um show ou numa roda de amigos, porque era assim que se conectava com o espírito da época.

Bebia gim-tônica com gelo tilintando no copo, uísque puro como se fosse água, caipirinhas que queimavam a garganta e cervejas geladas que acompanhavam as conversas até o sol raiar.

As noites eram longas, cheias de risadas, danças e histórias que ela contava com um brilho no olhar. Sabe o que mais? Ela chegava em casa às quatro da manhã, com o rímel borrado e o cabelo bagunçado, só para tomar um banho rápido, engolir um café preto e sair para trabalhar às sete.

Isso mesmo: enquanto você passa o dia de ressaca, babando no sofá ou se arrastando em moletons, ela vivia o dobro da vida em metade do tempo. E não era só curtição - ela enfrentava um mundo em transformação.

Era a época das revoluções culturais, dos movimentos pelos direitos civis, da luta feminista, dos protestos contra guerras e ditaduras. Sua avó não só assistiu a tudo isso, mas participou, com coragem e atitude, seja dançando em um festival, debatendo ideias em cafés ou simplesmente vivendo sem pedir permissão.

Agora, olha só para você, com suas dietas da moda, sucos detox e playlists no Spotify que não chegam nem aos pés das fitas cassete dela. Não me leve a mal, mas, com todo respeito, seus moletons superdimensionados e sua rotina certinha nunca vão ter o mesmo brilho que a vida da sua avó.

Ela era puro rock’n’roll, uma mistura de ousadia e autenticidade que fazia o mundo girar ao seu redor. Desculpe-me, mas alguém precisava te contar essa verdade: sua avó não era só legal - ela era épica. Quem sabe você não se inspira um pouco e deixa um legado tão incrível quanto o dela?

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