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quinta-feira, setembro 22, 2022

Um míssil



Este é um trecho do poderoso artigo de Richard Dawkins: “Os Mísseis Desgovernados da Religião”, publicado no The Guardian em 15 de setembro de 2001, quatro dias após os atentados às Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, que merece uma profunda reflexão!

"Será que poderíamos utilizar seres humanos normais e persuadi-los a acreditar que não morrerão em consequência de atirar um avião em voo contra um arranha-céu?...Oferecemos-lhes um atalho para o Grande Oásis no Céu, aquele sempre refrescado por fontes eternas, pois jamais atrairíamos o tipo de jovem que queremos com harpas e asas de anjo.

Temos de dizer-lhes que os mártires receberão a recompensa especial de 72 noivas virgens, todas interessadas e exclusivas.

"Será que cairiam nessa? Sim. Jovens do sexo masculino, inundados de testosterona, e feios demais para atrair uma mulher neste mundo, podem estar desesperados o suficiente para apostar em 72 virgens para uso privado no outro mundo...

"Dê-lhes um livro sagrado e faça com que o recitem de memória... Por sorte, temos em mãos um sistema exatamente assim: um método de controle da mente aperfeiçoado através dos séculos, e transmitido de geração a geração. Milhões de pessoas foram educados em sua doutrina. Chama-se religião... tudo o que precisamos agora é reunir alguns desses fanáticos da fé e dar-lhes lições de voo.

"... Estou tentando chamar a atenção para o elefante na sala, esse mesmo que ninguém nota por educação ou devoção: a religião, ou, mais especificamente, o efeito depreciador que a religião tem sobre a vida humana... a religião ensina a absurdidade perigosa de que a morte não é o fim...

"Não há dúvida de que o cérebro suicida e obcecado pela vida após a morte é uma arma poderosa e perigosíssima...

"Religião é também a fonte fundamental da discórdia no Oriente Médio. Foi o que motivou o uso dessa arma letal... encher o mundo de religião, ou religiões do tipo abraâmico, é como forrar as ruas de armas carregadas. Não se surpreendam se forem usadas.”

Richard Dawkins, The Guardian, 15 de setembro de 2001

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