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domingo, setembro 18, 2022

Crença sem evidência



Crença sem evidência - O que faz isso tão estranho é que nós, seres humanos, sobrevivemos, nos multiplicamos e viemos a dominar a Terra em virtude de nossa inata tendência de resolver problemas percebendo relações de causa-e-efeito e fazendo uso delas – observando e usando informação empírica vinda desde a aerodinâmica superior de uma flecha quando emplumada até a extraordinária expansão de nossos poderes cognitivos alcançada com computadores.

Todavia, ao mesmo tempo em que isso indica que a mente humana é basicamente pragmática, praticamente todo ser humano durante a história documentada (e julgando a partir da evidência arqueológica de muito da pré-história) cultivou crenças religiosas sem qualquer base empírica.

Certamente, nossos ancestrais da era Homérica e Mosaica frequentemente pensavam que haviam ouvido deuses falando com eles em suas mentes e às vezes pensavam tê-los visto, e mesmo hoje alguns indivíduos mentalmente doentes e outros que, apesar de tecnicamente saudáveis, são excessivamente devotos, pensam ouvir Deus falando com eles ou veem alguma fugaz aparição divina.

Mas a grande maioria dos crentes não ouve ou vê tais coisas. Apesar de que muitos às vezes experimentam a manifestação de um sentimento de contato com o divino, os crentes do mundo não veem seus deuses, mas ídolos, símbolos e documentos que representam ou relatam sobre seus deuses.

Que outro tipo de evidência pode existir? Muitos tipos – mas todos altamente dúbios; eventos naturais interpretados como o trabalho de deus podem quase sempre ser explicados pelo senso comum ou por termos científicos.

Ademais, a ocorrência de eventos miraculosos quase nunca é pesada contra a não-ocorrência comparável de eventos miraculosos.

Frequentemente lemos nos jornais sobre alguma criança adorável morrendo de câncer inoperável que foi maravilhosamente curada quando a cidade toda rezou – mas nunca lemos sobre os casos em que rezas igualmente fervorosas não salvaram as vidas de crianças igualmente adoráveis.

Ninguém se lembra delas, pois seres humanos possuem uma tendência à “parcialidade confirmativa”, como a denominam os psicólogos – lembramo-nos de eventos que confirmam nossas crenças, mas esquecemos aqueles que não; esta é provavelmente a razão pela qual 69% dos adultos numa pesquisa recente disseram que acreditam em milagres.

Apesar do conhecimento realístico das relações de causa-e-efeito vir sendo acumulado ao longo dos três séculos da era da ciência, ele não eliminou a religião.

Alguns crentes modificam suas crenças para acomodar a evidência, enquanto outros a reinterpretam de modo mais extraordinário (os fundamentalistas dizem que os traços fósseis e geológicos da história da Terra e da evolução foram feitos por Deus e plantados no chão durante os seis dias da Criação).

 A religião tem sobrevivido à vasta expansão do conhecimento científico através da adaptação; exceto no caso do fundamentalismo, ela minimizou a explicação em termos sobrenaturais de eventos que podem ser mais bem explicados em termos naturais e, em lugar disso, enfocou os fenômenos que não podem ser testados ou refutados, como a piedade de Deus, a existência da alma e a vida após a morte.

Em conformidade, mais de 90% dos adultos americanos ainda acreditam em Deus ou alguma forma de Ser Superior, uma grande minoria vivenciou a sensação do renascer e apenas 10% possuem uma visão da evolução na qual Deus não possui qualquer função.

Por que, repetindo minha questão central, as pessoas precisão de religião?(Norton Hunt)

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