Ufologia - Objetos voadores não identificados - A ufologia ou ovniologia é o conjunto de assuntos e atividades associadas ao interesse em objetos voadores não identificados e fenômenos relacionados que sirvam de objeto de investigação a governos, grupos independentes de jornalistas e cientistas ou interesse da sociedade em geral.
Os fenômenos referentes à ufologia podem ter
caráter diverso, indo desde alegados contatos com extraterrestres, sequestros,
comunicações telepáticas até desastres teoricamente originados por essas
entidades.
A ufologia não
constitui um campo de pesquisa cientifica reconhecido, constituindo-se num
ramo de investigação, parte dele especulativo, e que não faz uso do método
cientifico, sendo caracterizada pela comunidade científica como uma pseudociência,
e pelos próprios ufologistas como uma pesquisa, não uma ciência de facto, a par
da biologia ou outras.
A crença de que
alguns objetos voadores não identificados podem ter origem extraterrestre
e alegações de abdução alienígena são rejeitadas pela maior parte da
comunidade científica. Não há qualquer evidência amplamente aceita que
corrobore a existência de vida extraterrestre; no entanto, várias
reivindicações controversas já foram feitas.
A
grande maioria dos relatos desses objetos podem ser explicados por avistamentos
de aeronaves humanas, fenômenos atmosféricos ou objetos astronômicos conhecidos,
ou são apenas embustes. Cerca de 23% dos casos restam inexplicados, conforme
estatísticas do CNES/GEIPAN em 2009.
A etimologia da palavra ufologia deriva da
junção do acrônimo -ufo, do inglês "unidentified flying objects", e o sufixo -logia que vem do grego antigo -λογία, que significa estudo ou ramo de conhecimento. No
Oxford English Dictionary, é atribuída a primeira referência publicada do termo
ao Times Literary Supplement de janeiro de 1959, onde se lia: "Os
artigos, relatórios e estudos burocráticos que foram escritos sobre este
visitante desconcertante constituem "ufologia".
O acrônimo UFO foi cunhado por Edward J.
Ruppelt, capitão da Força Aérea dos Estados Unidos e chefe do Projeto
Livro Azul. Em seu livro The Report on Unidentified Flying Objects de 1956, Ruppelt declara: “UFO é o termo oficial que eu
criei para substituir as palavras discos voadores". No Brasil, o termo
ufologia é amplamente utilizado, apesar do acrônimo UFO ser comumente
substituído pelo acrônimo OVNI, não sendo substituído pelo equivalente no
português europeu, ovniologia.
Antecedentes
No final do século XIX e início do XX a questão da vida extraterrestre já
era apresentada em livros, como os do astrônomo Percival Lowell, sobre uma
hipotética civilização marciana avançada, "Mars" (1895), "Mars
and Its Canals" (1906), ou no livro A Guerra dos Mundos de
H. G. Wells, sobre uma invasão marciana ao nosso planeta.
No Brasil, os primeiros livros de ficção científica com a temática da
pluralidade de mundos foram O Doutor Benignus (1875) de
Augusto Emilio Zaluar, A Liga dos Planetas (1923) de Albino
José F. Coutinho e O Outro Mundo (1934) de Epaminondas
Martins. Também em jornais, história de quadrinhos e programas de rádio,
como a transmissão em 1938 nos Estados Unidos da dramatização do livro A
Guerra dos Mundos, que gerou pânico ao ser confundida pelos ouvintes com um
ataque real de alienígenas marcianos e filmes do seriado Flash Gordon
(1936) com extraterrestres do planeta Mongo.
No Brasil, os extraterrestres de Orson Welles apareceram nos jornais do
Rio de Janeiro que noticiaram o pânico provocado pela transmissão de A
Guerra dos Mundos. O Diário da Noite em sua primeira página de 06 de
dezembro de 1938 noticiou "Susto Incrível Por Todo o Paiz" (sic).
O Correio da Manhã publicou em sua terceira página: "A Guerra
dos Mundos - Momentos de Pavor..." (sic).
Em São Paulo, a Folha da Manhã publicou: "Intenso pânico
provocado nos Estados Unidos pela irradiação de A Guerra dos Mundos, de H. G.
Wells". Quadrinhos de Flash Gordon começaram a
ser publicados no Brasil em 1934 e filmes da série do herói também foram
exibidos nos cinemas brasileiros nas décadas de 30 e 40.
O
fenômeno OVNI, como tal o conhecemos hoje, veio na forma de um objeto aéreo,
parecido com um dirigível, que sobrevoou vastas regiões nos Estados Unidos
entre 1896 e 1897, começando pela Califórnia. O jornal San Francisco
Call publicou em 23 de novembro de 1896 uma ilustração da misteriosa
nave aérea.
Na
noite de 25 de novembro a suposta nave reapareceu em onze lugares ao longo do
estado. O dirigível misterioso continuou a ser notícia até 1897; o jornal Chicago
Chronicle de 13 de abril daquele ano publicou: A Nave Aérea é vista em
Iowa e o The Dallas Morning News em 19 de abril publicou
um incidente em Aurora, Texas, quando a nave aérea colidiu com um moinho de
vento, explodindo. O piloto, escreveu o jornal, não era um habitante desse
mundo.
Outro fenômeno
aéreo desconhecido surgiu em 1945, conhecido como foo fighter. Em dezembro de
1945 surgiu o primeiro artigo nos Estados Unidos dando conta da observação por
pilotos aliados durante a Segunda Guerra Mundial, de bolas de fogo, que se
aproximavam dos aviões.
O
fenômeno chegou a ser descrito como pratos de torta, roscas voadoras,
bolhas de sabão, balões e dirigíveis. Tripulações de bombardeiros chegaram a
disparar contra essas bolas de fogo, sem resultado.
Em 1946 surgiram
histórias vindas da Suécia e países escandinavos, sobre a observação de
vários foguetes no céu relatados a imprensa, apelidados de foguetes fantasmas,
devido a sua origem desconhecida à época. Investigações conjuntas
envolvendo o Estados Unidos, Reino Unido e Suécia atribuíram a grande
maioria das observações a lançamentos de foguetes da extinta União Soviética.
Surgimento
de foguetes desconhecidos foram noticiados sobrevoando também o norte da Grécia pelo
inglês London Daily Telegraph e por jornais gregos.
O ano de 1947
foi o marco inicial do surgimento do interesse pelos chamados discos
voadores, designação popular e precursora do acrônimo UFO, criado por Edward
Rupplet para objetos voadores não identificados. O chamado viral aos discos
voadores começou em 1947.
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