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sábado, novembro 18, 2023

A múmia egípcia, Ginger


 

A história das tatuagens na África indica que homens também modificavam seus corpos, ao contrário do previsto. Conhecida como “Múmia Ginger (5500 anos), de um jovem que morreu entre os 18 / 24 anos, com uma faca nas costas.

Em seu braço direito é possível ver a tatuagem de um touro, representado como símbolo de poder e virilidade no Egito.

A descoberta em 1896 em uma cova rasa na areia egípcia, junto de mais cinco corpos, o conjunto é chamado de múmias pré-dinásticas de Guebeleim, e foram escavadas por Wallis Budge, responsável pelas descobertas de egiptologia do Museu Britânico.

Seu corpo foi mumificado naturalmente, permanecendo na posição flexionada. Estudos realizados em 2012 por médicos forenses utilizando a tecnologia 3D de tomografia computadorizada indicam que a múmia é de um homem que morreu entre 18 e 24 anos, de físico musculoso.

Sua morte foi em decorrência de uma facada nas costas, sem luta por parte da vítima, o que indica um golpe surpresa. Seu ombro e as costelas estão bastante danificados devido ao forte golpe sofrido, por uma lâmina de sílex ou de cobre.

Daniel Antoine, curador de Antropologia Física do Museu Britânico e um dos autores do trabalho, ressalta que a descoberta "transformou" a ideia que os cientistas tinham de como as pessoas daquela época viviam.

"Apenas agora estamos tendo maior clareza sobre como era a vida desses indivíduos notavelmente preservados. Com mais de 5 mil anos de existência, eles mostram que as tatuagens na África apareceram mil anos antes do que as evidências mais recentes sugeriam", disse ele.

As imagens obtidas por scanner na múmia, revelaram que as tatuagens representam dois animais sobrepostos. Uma delas parece ser a de um touro selvagem com um rabo grande, e a outra, a de um carneiro com chifres.

Até então os arqueólogos acreditavam que apenas as mulheres tinham tatuagens naquela época. Uma múmia feminina (também encontrada no local) tem quatro pequenos motivos em formato de "S" no seu ombro direito.

Ela também tem um outro desenho que parece representar um bastão usado em um ritual de dança. O pigmento usado é provavelmente fuligem.

Simbolismo: Os arqueólogos acreditam que as tatuagens indicariam um determinado status dentro da comunidade, ou de coragem ou de um certo conhecimento "mágico".

As múmias foram encontradas em Gebelein, a 40 km do território onde hoje fica Luxor. As covas em que elas estavam não eram profundas, mas graças ao calor, à salinidade e à aridez do deserto, elas se mantiveram bem conservadas.

A análise de carbono 14 indica que o homem e a mulher viveram entre 3351 a.C. e 3017 a.C. (Outro exame indica que o homem foi esfaqueado quando tinha entre 18 e 24 anos).

O exemplo mais antigo de tatuagem está em uma múmia conhecida como Ötzi, descoberta em 1991 nos Alpes, na fronteira entre Áustria e Itália, que viveu entre 3370 a.C. e 3100 a.C. Mas os desenhos em sua pele não traziam figuras, mas apenas traços verticais e horizontais.

Ciências e afins. Foto: Museu Britânico.

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