A história das tatuagens na
África indica que homens também modificavam seus corpos, ao contrário do
previsto. Conhecida como “Múmia Ginger (5500 anos), de um jovem que morreu
entre os 18 / 24 anos, com uma faca nas costas.
Em seu braço direito é
possível ver a tatuagem de um touro, representado como símbolo de poder e
virilidade no Egito.
A descoberta em 1896 em uma
cova rasa na areia egípcia, junto de mais cinco corpos, o conjunto é chamado de
múmias pré-dinásticas de Guebeleim, e foram escavadas por Wallis Budge,
responsável pelas descobertas de egiptologia do Museu Britânico.
Seu corpo foi mumificado
naturalmente, permanecendo na posição flexionada. Estudos realizados em 2012
por médicos forenses utilizando a tecnologia 3D de tomografia computadorizada indicam
que a múmia é de um homem que morreu entre 18 e 24 anos, de físico musculoso.
Sua morte foi em
decorrência de uma facada nas costas, sem luta por parte da vítima, o que
indica um golpe surpresa. Seu ombro e as costelas estão bastante danificados
devido ao forte golpe sofrido, por uma lâmina de sílex ou de cobre.
Daniel Antoine, curador de
Antropologia Física do Museu Britânico e um dos autores do trabalho, ressalta
que a descoberta "transformou" a ideia que os cientistas tinham de
como as pessoas daquela época viviam.
"Apenas agora estamos
tendo maior clareza sobre como era a vida desses indivíduos notavelmente
preservados. Com mais de 5 mil anos de existência, eles mostram que as
tatuagens na África apareceram mil anos antes do que as evidências mais
recentes sugeriam", disse ele.
As imagens obtidas por
scanner na múmia, revelaram que as tatuagens representam dois animais
sobrepostos. Uma delas parece ser a de um touro selvagem com um rabo grande, e
a outra, a de um carneiro com chifres.
Até então os arqueólogos
acreditavam que apenas as mulheres tinham tatuagens naquela época. Uma múmia
feminina (também encontrada no local) tem quatro pequenos motivos em formato de
"S" no seu ombro direito.
Ela também tem um outro
desenho que parece representar um bastão usado em um ritual de dança. O
pigmento usado é provavelmente fuligem.
Simbolismo: Os arqueólogos
acreditam que as tatuagens indicariam um determinado status dentro da
comunidade, ou de coragem ou de um certo conhecimento "mágico".
As múmias foram encontradas
em Gebelein, a 40 km do território onde hoje fica Luxor. As covas em que elas
estavam não eram profundas, mas graças ao calor, à salinidade e à aridez do
deserto, elas se mantiveram bem conservadas.
A análise de carbono 14
indica que o homem e a mulher viveram entre 3351 a.C. e 3017 a.C. (Outro exame
indica que o homem foi esfaqueado quando tinha entre 18 e 24 anos).
O exemplo mais antigo de
tatuagem está em uma múmia conhecida como Ötzi, descoberta em 1991 nos Alpes,
na fronteira entre Áustria e Itália, que viveu entre 3370 a.C. e 3100 a.C. Mas
os desenhos em sua pele não traziam figuras, mas apenas traços verticais e
horizontais.
Ciências e afins. Foto:
Museu Britânico.
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