Criso
ou Crixus em latim foi um gladiador e líder militar, de origem gaulesa (atual
França), da escola de gladiadores de Lêntulo Batiato, em Cápua. O seu nome
significa "o encaracolado" ou "o cacheado" em gaulês.
Junto
com o trácio Espártaco e o seu colega gaulês Enomau, Criso tornou-se um
dos líderes dos escravos rebeldes durante a Terceira Guerra Servil, entre
a Republica Romana e os escravos rebeldes (73 a.C – 71 a.C).
Criso
era originalmente da Gália, onde, enquanto lutava junto aos Alóbroges contra
os romanos, foi capturado e posteriormente escravizado por vários anos.
Em 73
d.C., Criso fez parte do que começou por ser uma pequena revolta de escravos na
escola de treino de gladiadores de Lêntulo Batiato, em Cápua, da qual cerca de
70 gladiadores escaparam.
Os
escravos fugitivos derrotaram uma pequena força enviada para recapturá-los e
acamparam nas encostas do Monte Vesúvio. A notícia da revolta dos gladiadores
fugitivos espalhou-se e outros escravos fugitivos começaram a juntar-se à
revolta.
Nessa
época, o bando de ex-escravos escolheu Criso - com o trácio Espártaco e o
gaulês Enomau - como um dos seus líderes. Mais tarde na rebelião, outro
gaulês, Casto, e o ex-gladiador celta Gânico também serviram como generais
sob o comando de Spartacus.
Este
movimento, no curso do que viria a ser conhecido como a Terceira Guerra Servil,
testemunhou inúmeros sucessos militares para os escravos fugitivos. De forma a
derrotar as forças da milicia que o Senado romano enviou para
reprimir a insurreição, os escravos desceram pelos penhascos do Monte Vesúvio e
atacaram o acampamento romano por trás com sucesso.
Com
estas primeiras vitórias, milhares de companheiros escravos aglomeraram-se às
suas fileiras, até que o seu número aumentou para possivelmente até 150 000. Por
razões que não são claras, Criso e cerca de 30.000 seguidores parecem ter-se
separado de Espártaco e do corpo principal de escravos fugitivos no final de 73
a.C.
Os
historiadores contemporâneos teorizaram duas razões possíveis para a divisão.
Uma teoria propõe que Criso e os seus seguidores pretendiam saquear o campo
romano e, talvez, marchar sobre Roma, enquanto Espártaco e os seus seguidores
cruzariam os Alpes para alcançar a Gália e a liberdade.
Uma
segunda teoria é que a divisão tinha um valor estratégico e foi planeada
conjuntamente por Espártaco e Criso como uma forma de promover os seus
objetivos estratégicos. Esta manobra permitiria a Espártaco escapar para o
extremo norte com o corpo principal do exército.
No
entanto, quando os exércitos romanos começaram a voltar para casa das campanhas
ultramarinas a oeste e a este, poderia também representar uma posição perigosa
para Espártaco. Se a manobra funcionasse, Criso reunir-se-ia com Espártaco por
outra rota.
Contudo,
não há dados reais que mostrem que foi esse o caso. Ainda assim, as ações de
Espártaco levantam ainda mais questões sobre as suas intenções. Ambos os
relatos de Apiano e Plutarco afirmam que depois de Espártaco ter derrotado
Lêntulo, acabou por voltar e atacar um exército atrás do mesmo.
Num dos
relatos, o exército seria o de Gélio, no outro, seria uma força romana não
identificada. A questão que se levanta desta ação seria "Se Espártaco
queria escapar de Itália para o norte, que razão teria para voltar atrás para
um derramamento de sangue desnecessário?" Este fato parece inclinar a
história a favor da segunda teoria.
Independentemente
do motivo da divisão, o contingente de Criso encontrou um exército romano sob o
comando do cônsul romano Lucius Gellius Publicola perto do Monte Gargano,
na região da Apúlia, na primavera de 72 a.C.
Na
Batalha de Monte Gargano, ambas as legiões consulares sob o comando de
Publicola posicionaram-se defensivamente ao longo do topo de uma colina,
enquanto os escravos liderados por Criso fizeram três ataques falhados numa
encosta íngreme. Criso usou a sua infantaria alemã para enfraquecer os romanos
antes de enviar os seus gladiadores celtas.
No
entanto, os seus guerreiros germânicos acabaram derrotados, forçando Criso a
lutar defensivamente. O exército de 20.000 homens foi totalmente aniquilado e
Criso, que dizem ter lutado bravamente num esforço perdido, foi morto no
conflito.
Espártaco,
ao saber da derrota de Criso e das suas forças, organizou jogos de gladiadores,
nos quais forçou soldados romanos capturados a lutar até a morte. Cerca 300 a
400 romanos foram sacrificados em honra de Criso.
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