Delirium tremens - Perturbações Somáticas - Delirium
tremens (DT) é um estado
confusional breve, acompanhado de perturbações somáticas, que usualmente
acomete usuários de álcool gravemente dependentes em abstinência absoluta
ou relativa. Esse quadro geralmente ocorre três dias após o início dos
sintomas de abstinência e pode durar vários dias.
Os sintomas clássicos dessa
psicose incluem a diminuição da claridade de percepção do ambiente,
confusão, alucinações e ilusões vívidas e tremores marcantes. Os efeitos
físicos podem incluir agitação, tremores, arritmia cardíaca e sudorese. Casos
mais graves, com episódios de hipertermia ou convulsões, podem resultar em
morte.
Normalmente, o delirium
tremens só é observado em pessoas que ingerem grandes quantidades de
álcool por mais de um mês. Uma síndrome semelhante pode ocorrer com indivíduos
em abstinência de benzodiazepínicos e barbitúricos. Já a suspensão de
estimulantes, como a cocaína, não tem maiores complicações médicas.
Em uma pessoa com quadro
sugestivo de delirium tremens, é importante fazer o diagnóstico
diferencial para descartar outros problemas associados, como distúrbios
eletrolíticos, pancreatite e hepatite alcoólica.
A prevenção não consiste em
tratar os sintomas da abstinência. Se ocorrer delirium tremens, é
necessário um tratamento agressivo, pois trata-se de emergência médica. O
paciente deve ser internado em local tranquilo e com pouca luz e submetido a
terapia com benzodiazepínicos, como diazepan, lorazepan, clordiazepóxido e
oxazepam.
Pacientes refratários a esses
medicamentos podem ser tratados com haloperidol, infusão de propofol, ou
clonidina. Também é recomendada a reposição vitamínica com tiamina, para
prevenir a Síndrome de Wernicke-Korsakoff, que causa ataxia, confusão
mental e anormalidades de movimentação ocular. Sem tratamento, a
mortalidade por delirium tremens pode ser de 15% a
40%. Atualmente, entretanto, as mortes ocorrem em cerca de 1% a 4% dos
casos.
Cerca de metade das pessoas
com problemas de alcoolismo irá desenvolver sintomas de abstinência após a
redução no seu consumo. Destes, 3% a 5% irão desenvolver delirium
tremens ou sofrer convulsões. O termo foi utilizado pela primeira
vez em 1813, mas os sintomas dessa psicose já haviam sido descritos em 1700.
A
farmacoterapia costuma ser sintomática e de suporte. Se a ocorrência do
delirium tremens for devido à abstinência alcoólica o paciente é mantido sedado
a maior parte do tempo com benzodiazepínicos como Diazepam, lorazepam.
Nos casos de psicose mais
severa doses sub-terapêuticas de haloperidol ou mesmo benzodiazepínicos
mais fortes como paraldeído e clometiazole. A médio prazo acomprosato pode
ajudar a conter o desejo pelo consumo das substâncias causadoras dessa
patologia e reduzir a probabilidade de recaídas.
O delirium tremens não deve ser confundido com a Doença de Parkinson.
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