Era uma
manhã aparentemente comum na pequena cidade quando um grupo de ladrões invadiu
o Banco Central da Vila, uma instituição conhecida por sua fachada imponente e
cofres abarrotados.
Um dos
assaltantes, com a voz rouca e autoritária, bradou para todos no saguão: -
Ninguém se mexa! O dinheiro pertence ao banco, mas suas vidas pertencem a
vocês! Fiquem quietos e ninguém se machuca!
O
silêncio tomou conta do ambiente. Clientes, caixas e seguranças, tomados pelo
medo, obedeceram imediatamente, deitando-se no chão com as mãos na cabeça. A
tensão era palpável, mas a frase do ladrão, quase filosófica, fez com que todos
refletissem por um instante.
Era
como se ele tivesse reprogramado a mente dos presentes, desviando o foco do
pânico para a preservação da vida.
Isso se chama MUDANÇA DE MENTALIDADE.
No
canto do saguão, uma mulher, talvez movida pelo nervosismo ou por uma confusão
momentânea, gritou para o assaltante que liderava o grupo: - Meu amor, por
favor, não seja cruel comigo!
O
ladrão, sem perder o controle, respondeu com um misto de ironia e firmeza: -
Calma, senhora, isso aqui é um assalto, não uma novela romântica! Comporte-se!
Os
outros clientes abafaram risos nervosos, enquanto o assaltante mantinha o foco
na operação, sem deixar que distrações comprometessem o plano.
Isso se chama PROFISSIONALISMO.
Enquanto
os ladrões recolhiam sacos de dinheiro dos cofres, o mais jovem do grupo,
empolgado com a adrenalina, virou-se para o líder, um homem mais velho com
olhos astutos: - Ei, chefe, vamos contar quanto pegamos?
O
líder, com a calma de quem já havia passado por muitas situações como aquela,
retrucou: - Não seja ingênuo, garoto. É muito dinheiro pra contar agora. Vamos
esperar o noticiário da noite. Eles vão dizer exatamente quanto o banco “perdeu”.
O jovem
ficou confuso, mas obedeceu. A experiência do veterano sabia que a mídia,
sempre ávida por números impactantes, faria o trabalho sujo de contabilizar o
butim.
Isso se chama EXPERIÊNCIA.
Após a
fuga dos assaltantes, com sirenes já ecoando ao longe, o supervisor do banco,
ainda trêmulo, correu até o gerente e exclamou: - Precisamos chamar a polícia
imediatamente e relatar o roubo!
O
gerente, com um brilho calculista nos olhos, respondeu calmamente: - Calma, meu
caro. Antes de chamar a polícia, vamos incluir no prejuízo aqueles “desfalques”
que fizemos ao longo dos meses. Ninguém vai notar a diferença.
O
supervisor, inicialmente surpreso, logo entendeu o plano. Com um aceno de
cabeça, concordou em manipular os números para encobrir as fraudes internas.
Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA.
No dia
seguinte, os jornais estampavam manchetes sensacionalistas: “Banco Central da
Vila perde R$ 80 milhões em assalto audacioso!”. Nos esconderijos, os ladrões,
exaustos após contar o dinheiro, descobriram que haviam levado apenas R$ 10
milhões.
O
líder, furioso, murmurou: - Arriscamos nossas vidas, enfrentamos a polícia, e
tudo isso por R$ 10 milhões? Enquanto isso, o gerente do banco embolsou R$ 70
milhões sem suar uma gota!
Os
assaltantes, apesar do sucesso do roubo, sentiram-se enganados. O gerente, com
sua astúcia, havia transformado o assalto em uma cortina de fumaça perfeita
para encobrir suas próprias fraudes.
Isso se chama CONHECIMENTO.
O
gerente, por sua vez, estava radiante. Não apenas seus desfalques foram
completamente apagados dos registros, mas o banco também foi ressarcido pela
seguradora, que cobriu os supostos R$ 80 milhões de prejuízo.
A
instituição saiu ilesa, os clientes continuaram confiando no sistema, e o
gerente ainda foi elogiado por sua “gestão de crise”.
Isso se chama APROVEITAR AS OPORTUNIDADES.
E
assim, enquanto os ladrões enfrentavam a fuga e o peso da lei, o gerente
brindava com champagne em sua mansão, rindo da ironia: o verdadeiro crime
perfeito não precisava de máscaras ou armas, apenas de um cargo de confiança e
um pouco de criatividade.
Essa
história, dizem, é um espelho do que muitos políticos fazem com o povo:
transformam crises em oportunidades, desviam fortunas e saem como heróis,
enquanto os outros pagam o preço.
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