Stonehenge é
uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras, que chegam
a ter 5 metros de altura e a pesar quase 50 toneladas, localizada na
Inglaterra, no condado de Wiltshire, na Planície de Salisbury. No monumento
identificam-se três distintos períodos construtivos:
O
chamado Período I (c. 3100 a.C.), quando o monumento não passava de
uma simples vala circular com 97,54 m de diâmetro, dispondo de uma única
entrada. Internamente, erguia-se um banco de pedras e um santuário de madeira.
Cinquenta
e seis furos externos ao seu perímetro continham restos humanos cremados. O
círculo estava alinhado com o pôr do Sol do último dia do Inverno e
com as fases Lua.
Durante
o chamado Período II (c. 2150 a.C.), deu-se a realocação do santuário
de madeira, a construção de dois círculos de pedras azuis (coloridas com um
matiz azulado), o alargamento da entrada, a construção de uma avenida de
entrada marcada por valas paralelas alinhadas com o Sol nascente do primeiro
dia do verão, e a construção do círculo externo, com 35 pedras que pesavam
toneladas.
As
altas pedras azuis, que pesam 4 t, foram transportadas das montanhas de Gales,
a cerca de 24 km ao Norte. No chamado Período III (c. 2075 a.C.), as
pedras azuis foram derrubadas e as pedras de grandes dimensões (megálitos) -
ainda no local - foram erguidas.
Estas
pedras, medindo em média 5,49 m de altura e pesando cerca de 25 t cada, foram
transportadas do Norte por 19 km de distância. Entre 1500 a.C., e 1100
a.C., aproximadamente sessenta das pedras azuis foram restauradas e erguidas em
um círculo interno, com outras dezenove, colocadas em forma ferradura, também
dentro do círculo.
Estima-se
que essas três fases da construção requereram mais de trinta milhões de horas
de trabalho. Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestiais,
as observações de Stonehenge foram usadas para indicar os dias apropriados no
ciclo ritual anual.
Nesta
consideração, a estrutura não foi usada somente para determinar o ciclo
agrícola, uma vez que nesta região o solstício de verão ocorre bem após o
começo da estação de crescimento; e o solstício de inverno bem depois que a
colheita é terminada.
Desta
forma, as teorias atuais a respeito da finalidade de Stonehenge sugerem uso
simultâneo para observações astronómicas e a funções religiosas, sendo
improvável que estivesse sendo utilizado após 1100 a.C.
A
respeito da sua forma e funções arquitetônicas, os estudiosos sugeriram
que Stonehenge - especialmente os seus círculos mais antigos - pretendia ser a
réplica de um santuário de pedra, santuários de madeira eram mais comuns
em épocas Neolíticas.
No dia
21 de junho, o Sol nasce em perfeita exatidão sob a pedra principal.
Segundo
dados mais recentes, obtidos por arqueólogos chefiados por Mike Parker Pearson,
Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrington. Este
povoado formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2600 a.C. e 2500
a.C., situado em Durrington Walls, perto de Salisbury, é considerado a maior
aldeia neolítica do Reino Unido. Segundo os arqueólogos,
Origem
Denominado
pelos saxões de hanging stones (pedras suspensas) e referido em
escritos medievais como dança dos gigantes, existem diversas lendas e
mitos acerca da sua construção, creditada a diversos povos da Antiguidade.
Uma das
opiniões mais populares foi a de John Aubrey. No século XVIII, antes do
desenvolvimento dos métodos de datação arqueológica e da pesquisa
histórica, foi quem primeiro associou este monumento, e outras estruturas
megalíticas na Europa, aos antigos druidas, promovendo ideias que difundiram-se
na cultura popular do século XVII, mantendo-se até aos dias atuais.
Na
realidade, os druidas só apareceram na Grã-Bretanha após 300 a.C.
mais de 1500 anos após os últimos círculos de pedras terem sido erguidos.
Algumas evidências, entretanto, sugerem que os druidas encontraram os círculos
de pedra e os utilizaram com fins religiosos.
Outros
autores sugeriram que os monumentos megalíticos foram erguidos pelos romanos,
embora esta ideia seja ainda mais improvável, uma vez que os romanos só
ocuparam as Ilhas Britânicas após 43, quase dois mil anos após a
construção do monumento.
Somente
com o desenvolvimento do método de datação a partir do carbono-14 se
estabeleceram datas aproximadas para os círculos de pedra. Durante décadas, não
foram formuladas explicações plausíveis para a função dos círculos, além das
suposições de que se destinavam a rituais e sacrifícios.
O mais
famoso monumento da pré-história pode ter sido um centro de cura, para onde iam
peregrinos, há mais de 4.500 anos. A afirmação é de um grupo de arqueólogos que
trabalha nas primeiras escavações em mais de 40 anos no monumento.
O grupo
acredita ter encontrado indícios que podem finalmente explicar os mistérios da
construção de blocos de pedra. A equipe descobriu um encaixe que, no passado,
abrigou as chamadas pedras azuis, rochas vulcânicas de tom azulado, a maioria
já desaparecida, que formava a primeira estrutura construída no monumento.
Eles
acreditam que as pedras azuis podem confirmar a tese de que Stonehenge era um
local onde as pessoas iam em busca de cura. Em 2013, um grupo de estudos da
University College London levantou uma nova teoria de que Stonehenge pode
ter surgido como um cemitério para famílias de elite, por volta do ano 3000
A.C.
Estudos
de restos humanos encontrados no local, indicam que, antes do monumento ser o
que hoje se conhece, havia ali um grande círculo de pedras construído como um
cemitério.
Arqueaostromia
Nas
décadas de 1950 e de 1960, o professor Alexander Thom, coordenador da
Universidade de Oxford e o astrônomo Gerald Hawkins abriram caminho
para um novo campo de pesquisas, a Arqueoastronomia, dedicado ao estudo do
conhecimento astronómico de civilizações antigas.
Ambos
conduziram exames acurados nestes e em outros círculos de pedras e em
numerosos outros tipos de estruturas megalíticas, associando-os a alinhamentos
astronómicos significativos às épocas em que foram erguidos.
Estas
evidências sugeriram que eles foram usados como observatórios astronômicos.
Além disso, os arqueoastrónomos revelaram as capacidades matemáticas extraordinárias
e a sofisticação da engenharia que os primitivos europeus desenvolveram,
antes mesmo das culturas egípcias e mesopotâmicas.
Dois
mil anos antes da formulação do Teorema de Pitágoras, constatou-se que os
construtores de Stonehenge incorporavam conhecimentos matemáticos, tais como o conceito
e o valor do PI em seus círculos de pedra.
A
explicação científica para a construção está no ponto em que o monumento tenha
sido concebido para que um observador em seu interior possa determinar, com
exatidão, a ocorrência de datas significativas, tais como solstícios e
equinócios, eventos celestes que anunciam as mudanças de estação.
Para
isto, basta se posicionar adequadamente entre os mais de 70 blocos de arenito
que o compunham e observar-se na direção certa. Esta descoberta deu-se em 1960,
demonstrando, através da arqueologia, que os povos neolíticos, 3000 anos antes
de Cristo, já tinham este conhecimento.
A
importância estaria vinculada diretamente à agricultura dos povos da época.
Segundo o historiador Johnni Langer, a vida dos povos agrícolas está ligada ao
ciclo das estações. O homem pré-histórico precisava demarcar o tempo, para
saber quais eram as melhores épocas para colheita e semeadura. A observação do
céu nasceu daí.
Um
monumento pré-histórico foi encontrado sob a terra perto de Stonehenge cerca de
2 quilômetros em Durrington Walls, o local de uma vila neolítica. O local
consiste em pelo menos 20 poços, com mais de 10 metros de diâmetro e 5 metros
de profundidade, formando um círculo com mais de 2 quilômetros de diâmetro.
Os poços parecem ter sido escavados há cerca de 4.500 anos e poderiam marcar os arredores de uma área sagrada ou limites em torno de um monumento circular conhecido como o henge de Durrington Walls.
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