Margaret Mead nasceu na
Filadélfia no dia 16 de dezembro de 1901, foi uma antropóloga cultural
americana
Margaret foi criada na
localidade de Doylestown por um pai professor universitário e uma mãe ativista
social.
Graduou-se no Barbard
College em 1923 e fez doutorado na Universidade de Columbia em 1929.
Em 1925, ficou conhecida pelo trabalho de campo na Polinésia.
Em 1926, colaborou no Museu
Americano de História Natural, em Nova Iorque, como assistente do diretor, e
depois como diretora de etnologia (de 1946 a 1969).
Durante a Segunda Guerra
Mundial, foi secretária executiva do comité de hábitos alimentares do Conselho
Nacional de Investigação.
Entre os anos de 1946 e
1953 Margaret Mead integrou o grupo reunido sob o nome de Macy Conferences,
contribuindo para a consolidação da teoria cibermétrica ao lado de outros
cientistas renomados.
Desde 1954 trabalhou como
professora adjunta da Universidade de Columbia. Seguindo o exemplo da
instrutora e amante Ruth Benedict, concentrou os estudos em problemas de
criança infantil, personalidade e cultura.
Há desacordo com certas conclusões
do primeiro livro, Adolescência, Sexo e Cultura em Samoa (1928),
baseado em investigações feitas como estudante pré-graduada; e em trabalhos
publicados posteriormente, baseados no tempo que passou na Papua-Nova Guiné,
como pessoa letrada pelas culturas descreveu ter posto em causa algumas das
observações.
Todavia, a posição como
antropóloga pioneira - uma que escreveu de forma suficientemente clara e vívida
para que o público em geral lesse e aprendesse com os trabalhos - permanece
firme.
Margaret Mead foi casada
três vezes, primeiro com Luther Cressman e depois com dois colegas
antropólogos, Reo Fortune e Gregory Bateson. De Bateson teve uma filha, também
antropóloga, Mary Catherine Bateson.
A neta, Sevanne Margaret
Kassarjian, é atriz de teatro e televisão e trabalha profissionalmente sob o
nome artístico de Sevanne Martin.
Adolescência, sexo e
cultura em Samoa
No prólogo deste
livro, o mentor de Margaret Mead, Franz Boas, escreveu acerca da
importância que:
Cortesia, modéstia, boas
maneiras, conformidade são universais para os padrões éticos definitivos, mas o
que constitui a cortesia, a modéstia, as boas maneiras e os padrões éticos
definitivos não é universal. É instrutivo saber que os padrões diferem nas
formas mais inesperadas.
Franz Boas quis realçar
que, no momento da publicação, muitos americanos haviam começado a discutir os
problemas enfrentados pelos jovens (especialmente as mulheres) quando passam
pela adolescência como "períodos inevitáveis de ajustamento".
Boas sentia que um estudo
dos problemas enfrentados pelos adolescentes numa outra cultura seria
esclarecedor.
Por outro lado, a mesma
Margaret Mead descreveu o objetivo da investigação da seguinte maneira:
"Tratei de dar resposta à questão que me enviou a Samoa: Os distúrbios que
angustiam os nossos adolescentes devem-se à natureza própria da adolescência ou
à civilização?
Sob diferentes condições a
adolescência apresenta diferentes circunstâncias?" Chegou à conclusão de
que assim era.
Mead conduziu estudo entre
um pequeno grupo de samoanos, numa aldeia de 600 pessoas na ilha de Tau -
na qual se familiarizou, viveu, observou e entrevistou (através de um
intérprete) 68 mulheres jovens entre os 9 e os 20 anos.
Concluiu que a passagem da
infância à adolescência na Samoa era uma transição suave e não estava marcada
pelas angústias emocionais ou psicológicas, e a ansiedade e confusão observadas
nos estados Unidos.
Como Boas e Mead esperavam,
este livro indispôs os ânimos de muitos ocidentais quando apareceu pela
primeira vez, em 1928.
Muitos leitores americanos
ficaram em choque pela observação de que as jovens mulheres samoanas adiavam o
casamento por muitos anos enquanto desfrutavam do sexo ocasional, mas que, uma
vez casadas, assentavam e criavam com êxito os próprios filhos.
Em 1983, cinco anos depois
da morte de Mead, John Derek Freeman publicou Margaret Mead e
Samoa: a construção e destruição de um mito antropológico, onde punha em
causa os principais achados de Mead.
Freeman baseou a crítica
nos quatro anos de trabalho de campo em Samoa e em entrevistas recentes com
informantes sobreviventes da época de Mead.
O argumento dependia do
lugar do sistema taupou na sociedade samoana. Segundo Mead, o
sistema taupou consistia numa virgindade institucionalizada,
exclusivamente, para as mulheres jovens de alto estatuto social.
Segundo Freeman, todas as
mulheres samoanas seguiam o sistema taupou e as informantes de
Mead entrevistadas negaram ter estado envolvidas em sexo ocasional quando eram
jovens e declararam ter mentido a Margaret Mead.
Após uma acesa discussão
inicial, alguns antropólogos tentaram defender a teoria de Margaret, pois
acharam a crítica de Freeman altamente questionável.
Em primeiro lugar,
especularam acerca do fato de que Freeman tivesse esperado que Margaret Mead
morresse para publicar a crítica de forma a que ela não pudesse responder.
Por outro lado, inventaram
que as informantes originais de Mead eram, então, mulheres idosas, avós e se
tinham convertido ao cristianismo.
Para convencer de suas
ideias, afirmaram que a cultura samoana havia mudado consideravelmente nas
décadas seguintes à investigação original de Mead e que, depois da intensa
atividade missionária, muitos samoanos haviam adotado exatamente os mesmos
padrões sexuais dos americanos que tinham anteriormente ficado tão chocados com
o livro de Mead.
Sugeriram que, como
mulheres nesse novo contexto, era inaceitável falar francamente acerca do
comportamento adolescente (note-se também que uma das entrevistadas de Freeman
deu a nova fé como razão para admitir a o erro do passado).
Finalmente, sugeriram que
aquelas mulheres não seriam tão francas e honestas acerca da sexualidade quando
falavam com um homem entrado em anos, como haveriam sido ao falar com uma
mulher jovem.
No entanto, os dados de
Freeman comprovam suas conclusões: em uma aldeia samoana do Oeste documentou
que apenas 20% das mulheres de 15 anos, 30% das de 16 e 40% das de 17 se haviam
envolvido em sexo pré-matrimonial.
Mesmo assim, em 1983, a
Associação Americana de Antropologia emitiu uma moção declarando o livro
de Freeman, Margaret Mead e Samoa, como "mal escrito, pouco
científico, irresponsável e enganoso", embora nos anos seguintes,
antropólogos debateram vigorosamente esses problemas, mas, no fim, apoiaram a
crítica a Freeman.
Freeman continuou argumentando
o caso na publicação de 1999 A fatídica fraude de Margaret Mead: uma
análise histórica da investigação samoana.
Outro livro extremamente
influente de Mead foi Sexo e Temperamento em Três Sociedades Primitivas.
Este converteu-se na principal pedra angular do movimento de liberação
feminina, desde que assegurou que as mulheres eram as que dominavam na
tribo Tchambuli (agora Chambri) de Papua-Nova
Guiné (no Pacífico Oeste) sem causar nenhum problema em especial.
A carência de dominação
masculina poderá ter sido o resultado da proibição da guerra por parte da
administração australiana. De acordo com investigações contemporâneas, os
homens dominam em toda a Melanésia (embora alguns creiam que as bruxas têm
poderes especiais).
Outros discutiram que,
todavia, há grande diversidade cultural ao longo da Melanésia e, especialmente,
na grande ilha da Nova Guiné.
Por outro lado, os
antropólogos frequentemente não entendem a importância das redes de influência
política entre as mulheres.
As instituições de domínio
masculino formal, típicas de algumas áreas de alta densidade populacional, não
estavam presentes da mesma forma, por exemplo, em Oksapmin (província do
oeste de Sepik), uma área de população mais escassa.
Os padrões culturais ali
eram diferentes, digamos, dos de Mt. Hagen. Eles eram mais próximos àqueles
descritos por Mead.
Mead indicou que a gente de
Arapesh era pacifista, embora notasse que, eventualmente, guerreavam.
Por outro lado, as suas
observações acerca da forma de compartir as parcelas entre os Arapesh, a ênfase
igualitária na criança infantil e as relações predominantemente pacíficas
mantidas entre parentes, eram muito diferentes às exibições de domínio de
"grande homem" que estavam documentadas em culturas mais
estratificadas de Nova Guiné, por exemplo, por Andrew Strathern.
Estas observações
implicavam, realmente, como ela escreveu, um padrão cultural.
Quando Margaret Mead
descreveu a sua investigação aos estudantes na Universidade de Columbia, expôs
sucintamente quais haviam sido os objetivos e conclusões.
Um relato de primeira mão
de um antropólogo que estudou com Mead nos anos 1960 e anos 1970, forneceu a
seguinte informação:
1. Citações de Mead
no Sexo e Temperamento em Três Sociedades Primitivas. "Ela
explicou que ninguém conhecia em que grau o temperamento está biologicamente
determinado pelo sexo, de modo que esperava ver se havia fatores culturais ou
sociais que afetassem o temperamento. Eram os homens inevitavelmente
agressivos? Eram as mulheres inevitavelmente caseiras? Resultou que as três
culturas com que conviveu na Nova Guiné eram um laboratório quase perfeito,
pois encontravam-se cada uma das variáveis que associamos com masculino e
feminino numa configuração diferente da nossa sociedade. Ela disse que
esse fato a havia surpreendido e que não era o que ela esperava encontrar, mas
aconteceu.
Entre os Arapesh, tanto
homens como mulheres eram de temperamento pacífico e nem os homens nem as
mulheres faziam a guerra.
Entre os
Mundugumor, a realidade era precisamente o contrário: tanto homens como
mulheres eram de temperamento bélico.
E os Tchambuli eram diferentes dos anteriores. Os homens embonecavam-se e
gastavam o tempo a arranjarem-se, enquanto as mulheres trabalhavam e eram
práticas - o oposto do que parecia ser a América no início do século XX."
2. Citações de Mead
no Crescendo na Nova Guiné. "Margaret Mead contou-nos como
chegou ao problema de investigação no qual baseou o Crescendo na Nova
Guiné. Ela raciocinou assim: se os adultos primitivos pensam de uma forma
animista, como Piaget diz que as nossas crianças o fazem, como pensam as
crianças primitivas?
Na sua
investigação na Ilha de Manus da Nova Guiné, descobriu que as crianças
'primitivas' pensam de uma forma muito prática e começam a pensar em termos de
espíritos à medida que vão crescendo."
Margaret Mead faleceu em
Nova Iorque no dia 15 de novembro de 1978.
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