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terça-feira, novembro 07, 2023

A baleia azul de Gotemburgo


 

A baleia azul de GotemburgoEm 1865, uma jovem baleia azul nadava muito perto da costa na Suécia e acabou encalhando em Askim Bay, ao sul de Gotemburgo, costa oeste da Suécia.

A enorme criatura com 16,41 metros de comprimento e pesando 25 toneladas, lutou até a exaustão para se libertar, mas não conseguiu sair.

Dois pescadores locais a encontraram e desejando ganhar algum dinheiro com ela, acabaram desferindo muitos golpes de facão e arpão por dois dias seguidos, até finalmente a baleia morrer.

August Wilhelm Malm, taxidermista e futuro curador do Museu de Gotemburgo, soube da baleia e comprou a carcaça dos pescadores para incorporá-la ao acervo de um futuro museu.

Pois taxidermizar uma baleia inteira era o sonho de muitos empalhadores, e seria um espécime única no mundo e traria muitos visitantes, que pagariam um bom dinheiro para ver o animal em toda a sua magnitude.

August contratou cinco barcos a vapor para reboca-la até um estaleiro em Gotemburgo. Sem perder tempo, o taxidermista começou a medir e fotografar o animal, antes que certas partes começassem a inchar, como resultado da decomposição.

Uma semana depois, August conseguiu que alguns pescadores o ajudassem a cortar a baleia em quatro partes, tirar sua pele, dar o devido tratamento e secá-la e desossar a baleia, que seria exposto em separado, em troca de bebidas grátis.

A baleia despertou a curiosidade da população e apesar da cena sangrenta e do mau cheiro, uma multidão apareceu para inspecionar os trabalhos e a polícia teve que intervir para não gerar tumulto, sem resultado.

August cercou o local e começou a cobrar uma pequena taxa, para que as pessoas pudessem acompanhar os trabalhos e ao mesmo tempo ajudar nos custos da operação.

A cobrança da taxa não foi muito bem recebida pela população que começou a roubar pedaços de carne e ossos da baleia como lembranças, fazendo com que August acelerasse os trabalhos.

Para preservar o coração, intestinos, olhos, pulmões e outros, foram mergulhados numa mistura de glicerina e álcool

Foi removido 3.400 quilos de pele em tiras, que foram penduradas sobre armação de madeira e escovadas para remover a gordura, até que a mesma ficasse com uma espessura de um centímetro.

Enquanto muitas pessoas trabalhavam na pele, outros limpavam o esqueleto, fervendo os ossos e depois, cada parte era etiquetado com plaquetas de latão para posteriormente ser montado no lugar certo.

Foi construído uma grande estrutura em madeira em forma da baleia, para que a pele fosse esticada sobre ela, processo semelhante é usado para revestir sofás em couro e algumas partes do animal tiveram de ser esculpida, como partes das mandíbulas e nadadeira caudal.

Partes essas perdidas ou danificadas no transporte e depredadas pela população. A cabeça da baleia foi montada de forma que se pudesse abrir a parte de cima (maxila) para acessar seu interior, que foi todo revestido em tecido e equipado com bancos confortáveis e tapetes.

Após meses de trabalho, a baleia azul finalmente estava pronta em quatro seções e para pagar o empréstimo feito na compra do animal e os custos de sua reconstrução, ela viajou para muitos países da Europa, antes de ser exposta definitivamente no Museu Natural de Gotemburgo. 

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