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domingo, junho 18, 2023

Ciganos - Originários do noroeste da Índia


Ciganos Originários do noroeste da Índia - O povo que hoje é conhecido por cigano ou Rom partiu em êxodo desta região por volta do ano 1000 por razões ainda hoje não totalmente esclarecidas.

Este povo espalhou-se pela Ásia e norte da Europa num surto de migração que deu origem à denominação povo Rom.

Um outro fluxo de migração passou pelo Egito, daí o nome de gypsy, tsigane, gitano e cigano, e veio a espalhar-se pelo norte da África, Península Ibérica e sul da Europa.

Os ciganos do sul da Europa, Calés ou Calós em Portugal e Espanha e Manouches na França, bem como os Rom do leste da Europa.

A maioria na Romênia, em que constituem cerca de mais de dois milhões e meio de pessoas, partilha todos a mesma herança cultural da Índia, transformada por séculos de itinerância e nomadismo em contato com povos de todo o Mundo.

Constituindo ao longo da História um grupo marginalizado pelas sociedades com as quais estiveram em contato pela recusa de abandonar a sua cultura, tradição, língua, costumes e pela sua necessidade visceral de liberdade e independência.


 Os ciganos escolheram durante séculos a vida nômada por ser aquela que lhes permitia sobreviver em plena identidade.

Além da discriminação, exclusão social e racismo, os ciganos sofreram formas de escravatura real ou informal, como no caso da Romênia, e foram vítimas de tentativa de genocídio do III Reich nazista que levou ao extermínio de cerca de meio milhão de homens, mulheres e crianças.

A base da economia das comunidades ciganas era tradicionalmente o ofício artesanal, ferreiros, caldeireiros, cesteiros, etc., ou o comércio de bens de variada ordem e de animais.

Os vários tipos de ocupações profissionais mantêm-se ainda hoje. No leste da Europa, existem clãs de famílias cujas características fazem lembrar as das castas indianas, em que os ofícios são seguidos por várias gerações.

Por exemplo, encontramos no ofício de caldeireiros os Kalderash, ou no comércio de cavalos os Lovara.

Uma outra forma de vida do povo cigano é a arte do circo, da representação, da adestração de animais e a música.


Foi sobretudo a música que permitiu a um certo número de grupos de ciganos uma posição muito favorável junto das cortes de reis e czares na Europa e na Rússia.

Em termos musicais, os ciganos assimilam a cultura musical dos povos com quem estão em contato e reinterpretam-na de uma forma inteiramente pessoal e cultural que chega a ter laivos de verdadeira reinvenção.

Uma das manifestações mais importantes desta influência mútua de ciganos e gadjés encontra-se no flamengo, arte viva que uniu na sua expressão não só as formas culturais como também os povos.

O povo cigano tem uma língua própria manifestada em diferentes dialetos que têm origem na língua hindu e no sânscrito.

A sua língua é também uma espécie de código que estabelece a base dos laços sociais e familiares dentro da mesma comunidade ou em comunidades diferentes de ciganos.

Dentro da família cigana, os velhos e as crianças ocupam uma importância fundamental, significando por um lado a preservação da experiência e do conhecimento predominantemente oral desta comunidade e o futuro e a sobrevivência da sua cultura.

A família e a honra são os valores mais queridos deste povo que observa uma série de regras de forma muito rigorosa.

Muitos dos costumes das comunidades ciganas, sobretudo os mais característicos, são completamente desconhecidos das sociedades onde estes se inserem, o que por vezes contribui para aprofundar o fosso social e a discriminação.

Hoje em dia são raras as comunidades totalmente nômadas de ciganos, dado que a maior parte se sedentarizou total ou parcialmente.

A força de muitos dos costumes mais tradicionais do povo cigano tem enfraquecido, sobretudo nas comunidades suburbanas sujeitas a uma enorme pressão por problemas econômicos e de marginalidade.

Por outro lado, assiste-se, sobretudo durante a segunda metade do século XX, à criação na Europa de instituições organizadas de defesa da cultura e dos direitos do povo cigano, que pugnam pela preservação de muitas das suas tradições.

Ao mesmo tempo que pretendem um estatuto de cidadania efetiva junto das sociedades em que estão inseridos, com o respeito dos seus direitos mais elementares, entre os quais o respeito à diferença. (Patrícia Contant)


 

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