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sábado, janeiro 20, 2024

Léptis Magna - A Morte de uma Cidade


 

Léptis Magna foi uma próspera cidade do Império Romano. Suas ruinas estão situadas em Homs, Líbia, 130 quilômetros ao leste de Tripoli. Era uma das mais belas cidades do Império Romano, devido a Septimio Severo, que a aumentou e embelezou, erguendo imponentes edifícios públicos, um porto, um mercado, armazéns, lojas e bairros residenciais.

Período púnico

A cidade provavelmente foi fundada por colonos fenícios em 1100 a.C., embora não tivesse a mesma importância que Cartago, que se transformou na potência principal do mar Mediterrâneo no século IV a.C. Fez parte do estado de Cartago até a Segunda Guerra Púnica. Em 146 a.C. foi anexada à República Romana.

Período romano - auge e declínio

Léptis Magna remanesceu assim até o governo do imperador romano Tibério, quando a cidade foi incorporada no império como parte da província romana da África. Logo se transformou na terceira cidade mais importante da África romana.

O auge é atingido durante a dinastia dos Severos. O imperador Septímo Severo, nascido em Leptis, vai favorecer a sua cidade natal e patrocinar o seu engrandecimento em grande escala e em grande estilo. O palácio de Leptis Magna foi construído nesta época, pelo imperador.

Durante a crise do século III, com o declínio do comércio no Império Romano, a importância de Léptis Magna também caiu, na metade do século IV, as principais partes da cidade tinham sido abandonadas.

Procópio de Cesareia, historiador bizantino contemporâneo de Justiniano, comentou que Léptis Magna passou de uma cidade larga e populosa para uma cidade abandonada em sua maior parte, e quase toda coberta de areia.

Devido à anarquia militar, Leptis Magna e a maioria das cidades da Tripolitânea estavam desprotegidas. Em 439 os vândalos invadiram o Império Romano fundando um reino no Norte da África, tendo Cartago como capital. Leptis Magna passou a fazer parte do Reino dos Vândalos.

Em 523 um grupo de incursores Berberes saqueiam a cidade. Os mouros, da tribo dos leuatas, derrotaram os vândalos, e deixaram a cidade sem habitantes.

Período bizantino

Em 534 o general bizantino Belisário reconquistou Leptis Magna e destruiu o Reino dos Vândalos. A cidade foi anexada ao Império Bizantino, e Leptis Magna convertida a capital de província, porém nunca se recuperou da destruição causada pelos berberes na cidade.

Justiniano reconstruiu a muralha da cidade, porém menor do que ela era antes, de forma que fosse mais fácil protegê-la dos ataques e da areia. O imperador dedicou uma igreja a Maria, mãe de Jesus (literalmente, no texto de Procópio, Mãe de Deus), e construiu mais quatro igrejas. 

O palácio, construído por Septimo Severo, que estava em ruínas, foi reconstruído. Justiniano também construiu banhos públicos na cidade. Em 650 os árabes dominaram a Tripolitania.

A morte de uma cidade

A invasão árabe, que atingiu velozmente o norte da África depois da derrota de Bizâncio frente aos muçulmanos, vem apenas concluir um processo de declínio e de apagamento de uma grande e importante rede de grandes cidades.

A desolação é geral e a areia invadirá Leptis. O prestígio e a sumptuosidade dos seus materiais de construção vão transformar o sítio de Leptis numa fonte de lucro. Parte dos mármores do Palácio de Versalhes foi retirada de Leptis. A partir dos anos 1920 foi escavada sistematicamente.


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