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sexta-feira, janeiro 19, 2024

A Incrível História dos Navios de Nemi


 

Uma obra prima que foi destruída. A poucos quilômetros de Roma, no coração das colinas albanas, fica o Lago Nemi. É um local habitado desde a pré-história e na época romana foi um local importante devido à presença do templo de Diana.

Durante muito tempo, os pescadores diziam que suas redes ficavam emaranhadas no fundo e que, uma vez desembaraçadas com muita dificuldade, encontravam dentro delas grandes pedaços de madeira decorada e objetos preciosos.

Hoje sabemos que eram dois palácios flutuantes encomendados pelo imperador Calígula, depois afundados após o seu assassinato e a sua subsequente Damnatio memoriae.

Mas nos séculos anteriores houve muitas tentativas de descobrir a verdade. Em 1446, o cardeal Prospero Colonna contratou o qualificado engenheiro hidráulico Leon Battista Alberti para realizar pesquisas no lago.

Ele mandou construir uma plataforma flutuante com barris sobre a qual foram colocadas máquinas equipadas com guinchos e arpões. O engenheiro pediu a colaboração de especialistas em trabalhos subaquáticos, os shags, que confirmaram as histórias dos pescadores, aliás vislumbraram o contorno de um grande naufrágio.

A tentativa de recuperar a embarcação, porém, foi decepcionante. Engolido pela lama, grande e pesado demais para ser levantado pelos dispositivos de Alberti, o navio permaneceu no lugar, mas grande parte de uma das estruturas foi desajeitadamente arrancada.

Em 1535, foi a vez de De Marchi que, ao mergulhar num fato de mergulho de madeira, com vigia de cristal, que permitia ao homem olhar e ter braços e pernas livres para operar, confirmou a existência do grande navio.

As idas e vindas de mergulhadores em busca de antiguidades continuaram a arruinar lenta e continuamente os destroços. Tivemos que esperar três séculos para ver uma nova tentativa, mais organizada, de recuperar a embarcação.

Em 1827 alguns mergulhadores mergulharam no lago protegido pelo "sino Halley", uma câmara estanque suspensa por um cabo, e em vinte dias trouxeram à superfície peças de madeira, metal, tijolos estampados, pregos e tijolos.

O mau tempo pôs fim à busca.

Em 1895, Eliseo Borghi, em nome da família Orsini, descobriu a existência de um segundo navio, graças também à técnicas de mergulho mais avançadas. Foi nesta ocasião que foram recuperadas as peças mais interessantes (como a medusa e as cabeças de leão).

Finalmente, em 1896, o governo tomou consciência da importância arqueológica dos navios e confiou a tarefa ao engenheiro Malfatti para elaborar um estudo para recuperação dos destroços.

Foi ele o primeiro a ter a ideia de baixar o nível do lago em 15 metros bombeando a água ao longo do caminho de um antigo aqueduto. Na época, a proposta foi considerada visionária e excessivamente cara. No entanto, o ambicioso projeto não caiu no esquecimento.

Benito Mussolini, que via no empreendimento uma celebração e homenagem à grandeza da civilização romana, anunciou o início das obras em 1927.

No final de 1932, ambos os destroços foram finalmente recuperados e colocados num hangar à espera do novo Museu dos Navios Romanos, destinado a acolhê-los, que foi inaugurado em 21 de abril de 1940. Mas a incrível história dos navios Nemi ainda não tinha terminado.

Na noite de 31 de maio de 1944, o museu pegou fogo e os navios foram destruídos. Quem foi? Os nazistas em fuga, os bombardeios dos aliados ou locais na tentativa de roubar artefatos? Ainda não temos a resposta definitiva.

Império Romano e Bizantino


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