Uma
obra prima que foi destruída. A poucos quilômetros de Roma, no coração das
colinas albanas, fica o Lago Nemi. É um local habitado desde a pré-história e
na época romana foi um local importante devido à presença do templo de Diana.
Durante
muito tempo, os pescadores diziam que suas redes ficavam emaranhadas no fundo e
que, uma vez desembaraçadas com muita dificuldade, encontravam dentro delas
grandes pedaços de madeira decorada e objetos preciosos.
Hoje
sabemos que eram dois palácios flutuantes encomendados pelo imperador Calígula,
depois afundados após o seu assassinato e a sua subsequente Damnatio memoriae.
Mas nos
séculos anteriores houve muitas tentativas de descobrir a verdade. Em 1446, o
cardeal Prospero Colonna contratou o qualificado engenheiro hidráulico Leon
Battista Alberti para realizar pesquisas no lago.
Ele
mandou construir uma plataforma flutuante com barris sobre a qual foram
colocadas máquinas equipadas com guinchos e arpões. O engenheiro pediu a
colaboração de especialistas em trabalhos subaquáticos, os shags, que
confirmaram as histórias dos pescadores, aliás vislumbraram o contorno de um
grande naufrágio.
A
tentativa de recuperar a embarcação, porém, foi decepcionante. Engolido pela
lama, grande e pesado demais para ser levantado pelos dispositivos de Alberti,
o navio permaneceu no lugar, mas grande parte de uma das estruturas foi
desajeitadamente arrancada.
Em
1535, foi a vez de De Marchi que, ao mergulhar num fato de mergulho de madeira,
com vigia de cristal, que permitia ao homem olhar e ter braços e pernas livres
para operar, confirmou a existência do grande navio.
As idas
e vindas de mergulhadores em busca de antiguidades continuaram a arruinar lenta
e continuamente os destroços. Tivemos que esperar três séculos para ver uma
nova tentativa, mais organizada, de recuperar a embarcação.
Em 1827
alguns mergulhadores mergulharam no lago protegido pelo "sino
Halley", uma câmara estanque suspensa por um cabo, e em vinte dias
trouxeram à superfície peças de madeira, metal, tijolos estampados, pregos e
tijolos.
O mau tempo pôs fim à busca.
Em
1895, Eliseo Borghi, em nome da família Orsini, descobriu a existência de um
segundo navio, graças também à técnicas de mergulho mais avançadas. Foi nesta
ocasião que foram recuperadas as peças mais interessantes (como a medusa e as
cabeças de leão).
Finalmente,
em 1896, o governo tomou consciência da importância arqueológica dos navios e
confiou a tarefa ao engenheiro Malfatti para elaborar um estudo para
recuperação dos destroços.
Foi ele
o primeiro a ter a ideia de baixar o nível do lago em 15 metros bombeando a
água ao longo do caminho de um antigo aqueduto. Na época, a proposta foi
considerada visionária e excessivamente cara. No entanto, o ambicioso projeto
não caiu no esquecimento.
Benito
Mussolini, que via no empreendimento uma celebração e homenagem à grandeza da
civilização romana, anunciou o início das obras em 1927.
No final de 1932, ambos os destroços foram finalmente recuperados e colocados num hangar à espera do novo Museu dos Navios Romanos, destinado a acolhê-los, que foi inaugurado em 21 de abril de 1940. Mas a incrível história dos navios Nemi ainda não tinha terminado.
Na
noite de 31 de maio de 1944, o museu pegou fogo e os navios foram destruídos. Quem
foi? Os nazistas em fuga, os bombardeios dos aliados ou locais na tentativa de
roubar artefatos? Ainda não temos a resposta definitiva.
Império
Romano e Bizantino
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