Na
arquitetura, especificamente na arquitetura gótica, uma gárgula é
um ser grotesco esculpido ou formado com um bico projetado para
transportar água de um telhado do lado de uma edificação, evitando que ela
escorra pelas paredes de alvenaria.
Os
arquitetos costumavam usar várias gárgulas em um edifício para dividir o fluxo
de água da chuva do telhado para minimizar os danos potenciais das
tempestades. Uma calha é cortada na parte de trás da gárgula e a água da
chuva normalmente sai pela boca aberta.
Gárgulas
são geralmente animais fantásticos alongados porque seu comprimento determina a
que distância a água é direcionada da parede. Gárgulas, especialmente na Idade
Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas, comumente
presentes na arquitetura gótica.
Acredita-se
que as gárgulas eram colocadas nas Catedrais Medievais para indicar que o
demônio nunca dormia, exigindo a vigilância contínua das pessoas, mesmo nos
locais sagrados.
Uma
quimera, ou uma figura grotesca, é um tipo de escultura similar que não
funciona como desaguadouros e serve apenas para funções artísticas e
ornamentais. Elas também são popularmente conhecidas como gárgulas.
História
O
termo gárgula é majoritariamente aplicado ao trabalho medieval, mas
através das épocas alguns significados de escoar a água do telhado, quando não
conduzidos por goteiras, foram adotados.
No
antigo Egito, as gárgulas escoavam a água usada para lavar os vasos sagrados, o
que aparentemente precisava ser feito no telhado plano dos templos. Nos templos
gregos, a água dos telhados passava através da boca de leões os quais eram
esculpidos ou modelados em mármore ou terracota na carnija.
Em Pompeia,
muitas gárgulas de terracota que foram encontradas eram modeladas na forma de
animais. Uma lenda francesa gira em torno do nome de São Romano (+ 641
D.C), primeiro chanceler do rei merovíngio Clotário II, que foi feito bispo de
Ruão.
A
história relata como ele e mais um prisioneiro voluntário derrotaram
"Gárgula", (La Gargouille), um dragão-do-rio (ou serpente-do-rio) que
vivia nos pântanos da margem esquerda no rio Sena, em Ruão, e que afundava os
barcos e comia as pessoas e os animais da região.
Um dia,
o bispo atraiu a Gárgula para fora do rio com um crucifixo, e usando seu lenço
como cabresto, levou o monstro até à praça principal. Lá, os aldeões a
queimaram até a morte.
Apesar
da maioria ser figuras grotescas, o termo gárgula inclui todo o tipo de imagem.
Algumas gárgulas são esculpidas como monges, outras combinando animais reais e
pessoas, e muitas são cômicas.
Gárgulas,
ou mais precisamente quimeras, foram usadas na decoração no século XIX e no
começo do século XX em construções de cidades como Nova Iorque e Chicago.
Gárgulas podem ser encontrados em muitas igrejas e prédios.
Uma das
mais impressionantes coleções de gárgulas modernas pode ser encontrada na
Catedral Nacional de Washington, nos Estados Unidos. A catedral iniciada em
1908 é encrustada com quimeras em pedra calcária. No século XX, o neogótico produziu
muitas gárgulas modernas, notavelmente na Universidade de Princeton, Universidade
de Duke e na Universidade de Chicago.
0 Comentários:
Postar um comentário