Mário
Pais de Oliveira, também conhecido por Padre Mário de Oliveira ou Padre
da Lixa, nasceu em Lourosa, Santa Maria da Feira no dia 8 de março de 1937. Foi
um presbítero, filósofo, teólogo, jornalista e escritor português, de formação
católica, mas aderente do Jesuísmo.
O Padre
Mário (também conhecido por Padre Mário da Lixa, pelo fato de ter sido pároco
de Macieira da Lixa) ficou conhecido por, antes da Revolução do 25 de Abril,
ter criticado duramente a guerra colonial, vindo a ser perseguido pela PIDE e
julgado por duas vezes em Tribunal Plenário.
Foi
professor de Religião e Moral no Liceu Normal D. Manuel II e foi enviado
como capelão para a guerra colonial, onde se confrontou com os dramas pessoais
dos soldados e com a ocupação colonial.
Quando
foi levado a um tribunal, durante a ditadura, começou por ter apoio de vastos
setores progressistas, mas o bispo D. Antônio Ferreira Gomes acabou por lhe
retirar a paróquia, em face das suas posições menos ortodoxas.
O Padre
Mário manteve sempre uma ligação a meios progressistas da Igreja Católica (mas
não só, já que assume uma postura ecuménica), ainda que alguns destes meios se
situem nas franjas dessa igreja, e nem sempre sejam reconhecidos. A sua visão
filosófica e religiosa liga-o sem dúvida ao Jesuísmo.
Destaca-se,
em particular, a sua atividade de jornalista, como diretor do jornal
"Fraternizar", que ainda continua a ser publicado.
A
Comunidade que dirigiu, em torno de Lourosa, teve relevância no apoio à
democratização da América Latina, e as atividades desenvolvidas em Portugal de
solidariedade com esses povos durante os anos 70 e 80 do século passado, em que
estavam submetidos a ferozes ditaduras.
Em
abril de 1999 publicou em Portugal pela Editora Campo das letras o livro
"Fátima nunca mais" e conseguiu oito edições em 12 meses. Padre
Mário de Oliveira tenta desfazer o mito e apresenta provas que desmentem
as aparições de Fátima.
Refere
que a utilização de Jacinta Marto, Francisco Marto e Lúcia de Jesus dos Santos numa
suposta aparição de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, arruinou a vida das três
crianças.
Padre
Mário de Oliveira acusa também o clero de Ourém e a Igreja Católica de ter
abusado psicologicamente das 3 crianças, a ponto de duas delas terem morrido de
pneumonia por estarem fracas devido aos jejuns religiosos, e de terem
enfiado a sobrevivente num convento
Morte
Tendo sofrido um grave acidente de carro, a 26 de janeiro de 2022, em Macieira da Lixa, o Padre Mário de Oliveira, a poucos dias de fazer 85 anos, faleceu, a 24 de fevereiro do mesmo ano, no Hospital de Penafiel.
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