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quarta-feira, março 15, 2023

Toulouse-Lautrec Monfa


 Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa

 

 O Monstro de gênio. Deformado fisicamente, o grande pintor da bela epoque parisiense, tinha uma sensibilidade que o levou a pintura, ao amor e a morte.

Não conseguiu ser amado por nenhuma mulher, mas assim insistiu e obteve a amizade de muitas, principalmente nos bordeis em que praticamente vivia. Seu sofrimento, suas humilhações e suas angustias geraram, no entanto, um dos maiores pintores de todos os tempos.

 ***

Quando nasceu, a 24 de novembro de 1864, em Albi (sul da França), o Conde Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa, era um menino encantador. Primeiro filho do casal, cresceu cercado de carinho.

Feliz, querido e belo, Henri tinha o apelido familiar de (Petit Bijou) joiazinha. Como toda criança, ele tinha a curiosidade de saber o desenvolvimento do seu crescimento físico, o que era muito lento, contudo, vivia contente.

Seu calvário ia começar aos 14 anos. No dia 30 de maio de 1878, ele adoeceu em Albi. Enfraquecido pela febre, reclinado em uma cadeira de acento baixo, tenta levantar-se apoiado numa bengala que se quebra.

O rapaz vai ao chão e não consegue levantar-se; fratura o fêmur direito. O acidente a princípio, não tem gravidade, mas o caso se complica. Os médicos não conseguem reduzir a fratura.

Aos 15 anos, irremediavelmente aleijado, Petit Bijou converte-se num pequeno monstro de um metro e cinquenta de altura. É quase normal da cintura para cima, mas os braços e pernas extremamente curtos e finos não desenvolvem o que o obrigara a andar para sempre, apoiado a uma bengala.

A doença toma aspecto ainda mais assustador: suas feições tornam-se pesadas, os lábios proeminentes, a cabeça enorme, o queixo fugidio, o nariz deformado lhe enchem o rosto. Ao falar, baba-se, enrola e come as silabas. 

Tem um aspecto grosseiro, do qual só escapa os olhos negros de extrema vivacidade: olhos que mais tarde iriam retratar genialmente para sempre a alegria e a miséria da nossa civilização urbana.  

Aos poucos, a arte substitui a vida normal que lhe falta. Pinta e desenha sem parar. Pinta para esquecer. “Se eu tivesse as pernas um pouco mais longas, jamais teria pintado” – diz ele.

Lautrec torna-se um renegado no seio da família, o pai e os parentes o esquecem. Apenas a mãe daí por diante, seria seu único apoio. Vai para Paris estudar arte, a Paris dos inúmeros cabarés, neles Lautrec faria seu lar, ao lado dos vagabundos e prostitutas.

Primeiro é olhado como um mostro, depois como uma curiosidade local, a seguir como um feio agradável. Os amigos adoram o seu senso de humor e finalmente o veneram como um gênio.

A arte para ele seria o trampolim que lhe daria o direito de viver entre os homens que não eram monstros. O álcool seria o veneno que o faria esquecer a falta de amor. “Como gostaria de encontrar uma mulher que tivesse um amante mais feio do que eu!” – dizia ele.

Amava sem esperança muitas mulheres, que apenas lhe retribuía amizade. Lautrec amou perdidamente a Jane Avril, uma dançarina melancólica, sonhadora, distante do mundo orgíaco em que vivia.

Ao amor dele, Jane respondia com uma doce amizade. Era triste ter por amizade, o que se queria ardentemente por amor. Lautrec pintava sarcasticamente sua própria tristeza e bebia sua angustia; refugiava-se nos bordéis como que obedecendo a um destino e dali saia suas mais belas obras.

Aos 30 anos de idade, suas forças começaram a declinar, os amigos preocupavam-se com seu alcoolismo permanente, mas não sabiam como ajudar. O fim se aproximava. Tanto para sua arte, como para sua vida. 

Sua mente povoava-se de pensamentos conturbados. Começava o delírio do fim. Chegava ao suicídio a tanto tempo procurado, embora exclamasse: - Como é bela a vida!

Em agosto de 1901, sofre um ataque de paralisia e é levado pela mãe para o castelo da família em MalroméO herdeiro dos Toulouse Lautrec, o Petit Bijou, o gnomo da pintura já não podia mais andar, amar, pintar ou comer. Estava surdo. Às vezes ria agudamente.

No enorme leito medieval, ocupava um lugar bem pequeno. O dia 20 de agosto é terrivelmente quente, as moscas invadem o quarto do agonizante que nem mesmo podia afastá-las com um gesto.

Ela chama em voz baixa: - Mamãe, mamãe, tenho medo. Mamãe, só você, ninguém mais. É tão imbecil morrer...

O conde Alphonse, seu pai, tenta fazer algo pelo filho na sua agonia. Por isso ajoelha-se aos pés do leito do filho e passa a caçar as moscas que voam importunas. Lautrec olha o na semi-penumbra do quarto e profere suas últimas palavras: - Velho patife!...   

Morre. Tinha 37 anos. Logo depois, a genial obra do conde Henri de Toulouse Lautrec, ultrapassava em fama, todos os feitos heroicos dos antepassados medievais de sua família “Os Toulouse Lautrec” que eram oriundos dos heróis das Cruzadas.  

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