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quinta-feira, junho 27, 2024

Irma Grese - A Hiena de Auschwitz

Irma Grese "a Hiena de Auschwitz”  

Irma Grese: A Hiena de Auschwitz

Irma Ida Ilse Grese, uma das mais infames criminosas de guerra nazistas, foi guarda nos campos de concentração de Ravensbrück, Auschwitz-Birkenau e Bergen-Belsen durante a Segunda Guerra Mundial.

Conhecida como "a Hiena de Auschwitz" pelos prisioneiros devido à sua crueldade sádica, ela se tornou um símbolo do terror e da desumanidade do regime nazista.

Condenada à morte pelos Aliados, foi executada aos 22 anos, tornando-se a mulher mais jovem sentenciada à forca sob as leis britânicas no século XX.

Infância e Juventude

Nascida em 7 de outubro de 1923, em Wrechen, uma pequena cidade na Alemanha, Irma era filha de Wilhelm Grese, um leiteiro filiado ao Partido Nazista, e de Berta Grese, que cometeu suicídio quando Irma tinha 14 anos.

A tragédia familiar marcou sua adolescência, e ela abandonou os estudos aos 15 anos, mostrando pouco interesse acadêmico. Em vez disso, dedicou-se fanaticamente à Bund Deutscher Mädel (Liga da Juventude Feminina Alemã), uma organização nazista que promovia a ideologia do regime entre jovens mulheres.

Sua obsessão pelo nazismo gerou conflitos com o pai, que desaprovava seu envolvimento com tais ideologias. Antes de ingressar nos campos de concentração, Irma trabalhou em uma fazenda, em uma loja e passou dois anos em um sanatório da SS, onde tentou, sem sucesso, se formar como enfermeira.

Essas experiências, embora variadas, não a prepararam para uma carreira convencional, mas reforçaram sua atração pelo poder e pela autoridade oferecidos pelo regime nazista.

Carreira nos Campos de Concentração

Em julho de 1942, aos 18 anos, Irma voluntariou-se para treinamento como guarda no campo de concentração de Ravensbrück, uma decisão que a levou a ser expulsa de casa pelo pai, que rejeitava sua escolha.

Após o treinamento, ela foi transferida para Auschwitz-Birkenau em 1943, onde rapidamente ganhou notoriedade por sua brutalidade. Promovida a supervisora sênior (Oberaufseherin), tornou-se uma das guardas mais temidas, responsável por milhares de prisioneiros, majoritariamente mulheres e crianças.

Entre 1943 e 1945, Grese atuou em Ravensbrück, Auschwitz-Birkenau e, finalmente, Bergen-Belsen, campos conhecidos por suas condições desumanas e pelo extermínio sistemático de milhões de pessoas, especialmente judeus, durante o Holocausto.

Em Auschwitz, ela participava diretamente das seleções para as câmaras de gás, decidindo quem viveria ou morreria. Sua presença era marcada por botas pesadas, um chicote e uma pistola, que usava para infligir terror.

Sobreviventes relataram atos de extrema crueldade, como soltar cães famintos para atacar prisioneiros, assassinar internos a sangue-frio, torturar crianças, cometer abusos sexuais e espancar prisioneiros até a morte com seu chicote.

Um dos episódios mais chocantes associados a Grese foi a descoberta, após a libertação de Bergen-Belsen, de abajures em seu alojamento com cúpulas feitas de pele humana de três prisioneiros judeus assassinados. Esses objetos macabros, produzidos a partir de práticas sádicas, reforçaram sua reputação de monstruosidade.

Prisão e Julgamento

Em 15 de abril de 1945, as forças britânicas libertaram Bergen-Belsen e prenderam Irma Grese junto a outros membros da SS. O campo, superlotado e assolado por doenças como tifo, era um cenário de horrores, com corpos empilhados e sobreviventes em estado de extrema desnutrição.

Grese foi um dos principais alvos no julgamento de criminosos de guerra de Belsen, realizado entre setembro e dezembro de 1945, em Lüneburg, Alemanha.

Durante o julgamento, sobreviventes prestaram depoimentos devastadores, descrevendo suas atrocidades em detalhes. Acusada de assassinatos, torturas e abusos, Grese negou muitas das acusações, mas as evidências e testemunhos eram esmagadores. Sua frieza e falta de remorso chocaram até mesmo os juízes. Ela foi condenada à morte por enforcamento.

Execução e Legado

Em 13 de dezembro de 1945, aos 22 anos, Irma Grese foi executada na prisão de Hameln, na Alemanha. Suas últimas palavras ao carrasco, "Schnell!" (Rápido!), refletiam sua postura desafiadora até o fim.

Sua execução marcou o encerramento de um capítulo sombrio, mas também destacou a participação de mulheres no aparato de terror nazista, desafiando estereótipos de gênero da época.

Contexto e Impacto

O caso de Irma Grese é um lembrete perturbador de como a ideologia nazista corrompeu indivíduos jovens e impressionáveis, transformando-os em agentes de violência.

Sua ascensão rápida dentro da hierarquia da SS, apesar da pouca educação e experiência, reflete a atração que o regime exercia sobre pessoas em busca de poder e pertencimento.

A brutalidade de Grese, combinada com sua juventude e aparência, que contrastavam com seus atos, tornou-a uma figura particularmente notória no imaginário do Holocausto.

Além disso, seu envolvimento com a Bund Deutscher Mädel ilustra como a propaganda nazista moldava mentes jovens, incentivando a adesão cega a ideais de supremacia racial e obediência absoluta.

O julgamento de Belsen, no qual Grese foi ré, foi um dos primeiros a expor ao mundo o horror dos campos de concentração, contribuindo para a compreensão global do Holocausto e para a criação de precedentes legais para julgar crimes contra a humanidade.

Irma Grese permanece uma figura controversa, estudada por historiadores e psicólogos que buscam compreender as motivações por trás de sua crueldade.

Sua história serve como alerta sobre os perigos do fanatismo, da desumanização e do abuso de poder, reforçando a importância de lembrar as vítimas do Holocausto e de combater ideologias de ódio.

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