Cracóvia (em polonês: Kraków)
é uma das cidades mais antigas e importantes da Polônia, situada no sul do
país, às margens do rio Vístula, na voivodia da Pequena Polônia (Małopolska).
Com uma área de 326,85 km², possuía uma população de
774.839 habitantes em 2019, o que lhe confere uma densidade demográfica de
aproximadamente 2.371 habitantes por km². É a segunda maior cidade da Polônia,
atrás apenas da capital, Varsóvia.
Historicamente,
Cracóvia foi a capital do país em três períodos distintos: de 1039 a 1079, de
1138 a 1290 e novamente de 1296 até 1596, sendo considerada oficialmente
capital até 1795. Durante a maior parte da Idade Média e do Renascimento, foi o
principal centro político, cultural e religioso da nação.
A cidade abrigava a corte real polonesa, sendo local
de coroação e sepultamento de diversos monarcas no complexo da colina de Wawel,
que inclui a imponente Catedral de Wawel e o Castelo Real, marcos fundamentais
da arquitetura polonesa.
Em
1978, o Centro Histórico de Cracóvia foi incluído na lista de Patrimônio
Mundial da UNESCO, sendo um dos primeiros 12 locais do mundo a receber essa
distinção.
É amplamente considerada uma das cidades mais belas da
Europa e um dos destinos turísticos mais encantadores do mundo, com um
riquíssimo patrimônio cultural que abrange estilos arquitetônicos como o
gótico, renascentista e barroco.
Entre
seus monumentos mais notáveis estão a Basílica de Santa Maria (Kościół Mariacki), famosa por seu altar
entalhado por Veit Stoss e pela trombeta tocada a cada hora de sua torre mais
alta; a Igreja dos Santos Pedro e Paulo, com sua fachada barroca distinta; e a
Rynek Główny, a maior praça medieval da Europa, com aproximadamente 40.000 m².
Esta praça do século XIII é rodeada por edifícios
históricos e abriga no centro o Sukiennice - antigo mercado de tecidos
reconstruído em estilo renascentista em 1555 - cuja varanda é decorada com
máscaras esculpidas.
Também se destaca a Wieża Ratuszowa (Torre da
Prefeitura), que restou do antigo prédio da câmara municipal medieval. A cidade
é ainda sede de uma das universidades mais antigas da Europa Central: a
Universidade Jaguelônica (Uniwersytet
Jagielloński), fundada em 1364 pelo rei Casimiro III, o Grande. Foi nesta
universidade que estudou o astrônomo Nicolau Copérnico.
Ao
longo de sua história, Cracóvia enfrentou diversos desafios. Foi atacada e
devastada por invasões mongóis nos anos de 1241, 1259 e 1287. Após as Partições
da Polônia, tornou-se parte do Império Austríaco (sob o nome de Krakau) entre 1795 e 1809, voltou à
administração polonesa por um breve período e, posteriormente, foi novamente
integrada ao Império Austro-Húngaro entre 1846 e 1914.
Cracóvia
desempenhou um papel importante durante a ocupação nazista na Segunda Guerra
Mundial, quando os nazistas estabeleceram ali o governo do chamado
"Governo Geral" e deportaram ou exterminaram a grande população
judaica da cidade.
Próximo à cidade localiza-se o antigo campo de
concentração de Auschwitz-Birkenau, hoje um memorial do Holocausto. Apesar dos
horrores do conflito, o centro histórico da cidade sobreviveu quase intacto, ao
contrário de outras grandes cidades polonesas.
No
século XXI, Cracóvia continua a ser um polo cultural vibrante. Em 2000, foi
escolhida como Capital Europeia da Cultura. Em 2014, foi uma das subsedes do
Campeonato Mundial de Voleibol e, em 2016, sediou a Jornada Mundial da Juventude com a
presença do Papa Francisco - um evento que atraiu milhões de peregrinos
católicos do mundo inteiro.
A
cidade também tem tradição no esporte. Os dois maiores times de futebol locais,
Cracovia e Wisła Kraków, estão entre os clubes mais antigos da Polônia,
conhecidos por sua histórica rivalidade. Além disso, Cracóvia é a cidade natal
de Robert Kubica, o único piloto polonês a competir na Fórmula 1.
Hoje,
Cracóvia é uma fusão entre tradição e modernidade, combinando um patrimônio
histórico riquíssimo com uma vida cultural, acadêmica e turística dinâmica. É
um dos símbolos da resistência, da memória e da identidade polonesa.
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