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quinta-feira, outubro 26, 2023

Preservativo - Data de 1640 o preservativo mais antigo do mundo


 

Data de 1640 o preservativo mais antigo do mundo. Continua completamente intacto e fez parte de uma exposição dedicada à História Cultural do Sexo no Museu do Condado Tirolês, na Áustria, em 2006.

A exposição também incluiu um preservativo de 1813 feito de intestino de porco e projetado para uso múltiplo. Vinha acompanhado de um manual de instruções escrito em latim que aconselhava o usuário a mergulhá-lo em leite morno “para evitar doenças ao dormir com prostitutas”.

Embora isso possa parecer bizarro para alguns, foi uma grande melhoria em relação à recomendação dos antigos egípcios de usar esterco de crocodilo.

Na Itália do século XVI, Gabriele Faloppio (as trompas de Falópio têm o seu nome) foi a primeira pessoa a escrever sobre preservativos e defender o seu uso para prevenir a sífilis, chamada De Morbo Gallico ("A Doença Francesa").

Em seus escritos ele recomenda o uso de panos embebidos em solução química e secos antes do uso. Fallopio também afirmou ter submetido testes clínicos com 1.100 homens e relatou que nenhum deles contraiu a doença.

Durante início do século XIX assistiu-se pela primeira vez à promoção de contraceptivos vaentre as classes mais desfavorecidas. No entanto, os especialistas em contracepção continuavam a preferir outros métodos de controlo de natalidade.

As feministas deste período defendiam que a contracepção deveria ser uma questão exclusiva da mulher e desaprovavam métodos controlados pelo homem, como o preservativo. 

Vários autores citam também o fato de os preservativos serem dispendiosos e pouco confiáveis (frequente abriam-se orifícios, deslizavam ou rasgavam-se), embora referissem que para alguns pudesse ser uma boa opção e que o preservativo era o único contraceptivo que também protegia contra doenças. 

Vários países adaptaram leis que impediam o fabrico e a promoção de contraceptivos. Apesar destas restrições, os preservativos começam a ser promovidos em anúncios de jornais e em campanhas de rua, recorrendo a eufemismos em locais onde a sua divulgação era proibida.

Na Europa e nos Estados Unidos eram muitas vezes distribuídas instruções para o fabrico de preservativos em casa. A partir da segunda metade do século XIX, a incidência de doenças sexualmente transmissíveis disparou nos Estados Unidos.

Entre as causas apontadas pelos historiadores estão a Guerra Civil e ignorância em relação aos métodos de contracepção, devido à Lei de Comstock. 

Para combater a crescente epidemia foram criadas pela primeira vez aulas de educação sexual nas escolas públicas, que esclareciam o público em relação a doenças venéreas e à sua transmissão, embora geralmente ensinassem que a abstinência era a única forma de prevenção. 

O preservativo não era promovido, uma vez que a comunidade médica e alguns setores da sociedade consideravam as DST um castigo por conduta sexual imprópria. O estigma contra as vítimas destas doenças era de tal ordem que muitos hospitais se recusavam a tratar doentes com sífilis. 

Apesar da oposição social e legal, em finais do século XIX o preservativo era já o mais popular método contraceptivo no Ocidente.

Em 1839 Charles Goodyear, descobriu uma forma de processar borracha natural de forma a torná-la consistentemente elástica, uma vez que é demasiado rígida fria e demasiado flexível quente.

Isto viria a ter implicações no fabrico de preservativos, uma vez que ao contrário dos preservativos de origem animal, os preservativos de borracha podiam esticar e não se rompiam facilmente durante o uso.

O processo de vulcanização foi patenteado por Goodyear em 1844. Os primeiros preservativos de borracha tinham uma costura, sendo tão espessos como a câmara de ar de uma bicicleta.

Durante várias décadas, os preservativos de borracha eram fabricados envolvendo tiras de borracha crua em torno de um molde com a forma do pênis, depois mergulhado numa solução química para a cura da borracha. 

Em 1912, o inventor polaco Julius Fromm desenvolveu uma nova técnica de fabrico de preservativos, mergulhando moldes de vidro numa solução de borracha. Este método exigia que fosse acrescentada gasolina ou benzina à borracha para a tornar líquida. 

Em 1920 foi inventado o látex, que consiste em borracha suspensa em água. A produção de preservativos de látex era menos trabalhosa do que o mergulho em borracha, que depois necessitava de ser amaciada e cortada.

A utilização de água para suspender a borracha em vez de gasolina ou benzina eliminou o risco de incêndios associado às fabricas de preservativos. Os preservativos de látex eram também superiores do ponto de vista da utilização: mais resistentes e mais finos do que os de borracha e com um prazo de validade de cinco anos, quando comparado com os três meses dos de borracha.

Até à década de 1920, todos os preservativos eram fabricados à mão por operários pouco qualificados. Ao longo dessa década foram introduzidos vários processos automáticos, sendo a primeira linha totalmente automatizada introduzida em 1930.

Os maiores fabricantes de preservativos adquirem linhas de produção mecanizadas, afastando os pequenos produtores do mercado. Os preservativos de pele, agora bastante mais caros do que os de látex, tornam-se restritos a um nicho de mercado.

O exército alemão foi o primeiro a promover o uso do preservativo entre os soldados, a partir de finais do século XIX. Algumas experiências norte-americanas durante o início do século XX concluíram que distribuir preservativos entre os soldados diminuía consideravelmente as taxas de infecção com doenças sexualmente transmissíveis. 

Todos os países intervenientes na Primeira Guerra Mundial, à exceção dos Estados Unidos, distribuíram preservativos entre o exército, promovendo o seu uso através de várias campanhas. 

Durante o pós guerra, os exércitos europeus continuaram a distribuir preservativos entre os soldados como forma de prevenir infecções, até mesmo em países cujo uso era proibido entre a generalidade da população.

Nas décadas posteriores à Primeira Guerra Mundial, continuaram a existir obstáculos sociais e legais em relação ao uso do preservativo por toda a Europa e América do Norte.

Sigmund Freud opunha-se a qualquer método de controlo de natalidade, alegando que a sua taxa de insucesso era demasiado elevada, opondo-se em particular ao uso do preservativo, que argumentava diminuir o prazer sexual.

Algumas feministas continuavam a opor-se à métodos contraceptivos controlados pelo homem, como os preservativos. Em 1920 as Conferências de Lambert da Igreja Anglicana condenaram todos os "meios de evitar a concepção que não fossem naturais". 

Ao longo da década de 1920, o slogan facilmente memorizável e o cuidado com a embalagem tornam-se uma técnica de promoção cada vez mais importante para os bens de consumo, entre os quais os preservativos. 

O controlo de qualidade torna-se cada vez mais comum, consistindo sobretudo no enchimento de cada preservativo com ar, seguido por um de vários métodos para detectar qualquer diminuição de pressão. Na mesma década, a venda de preservativos à escala mundial duplicou. 



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