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sábado, outubro 28, 2023

Memórias do Subsolo - Fiódor Dostoiévski


 

Fiódor Dostoiévski Mikháilovitch nasceu em Moscou, em 1821, e morreu em São Petersburgo, em 1881. É reconhecido como um dos maiores escritores da literatura soviética e internacional.

Memórias do Subsolo é a obra mais sombria e estranha de Dostoiévski. A obra oferece uma refutação poderosa ao iluminismo e idealismo e às promessas do utopismo socialista.

Rejeita corajosamente as ideias de "desenvolvimento" e "consciência superior", preferindo descrever o ser humano como irracional, rebelde e não cooperativo. De acordo com Nietzsche, uma obra que expressa "a voz do sangue".

Memórias do subsolo é um romance difícil e irresistível, que merece ser reconhecido como muito mais do que um mero prelúdio crítico às obras posteriores e mais célebres de Dostoiévski.

Memória do Subsolo é um curto romance de Fiódor Dostoiévski, publicado em 1864. Para Walter Kaufmann, esta obra faz de Dostoiévski o principal precursor do existencialismo. Apresenta-se como um excerto das memórias de um empregado civil aposentado que vive em São Petersburgo.

O livro, com cerca de 150 páginas (a depender da edição) é dividido em duas partes, a primeira intitulada "O Subterrâneo", contém 11 capítulos, e a segunda parte "A Propósito da Neve Derretida", possui 10 capítulos.

O personagem anônimo (chamado geralmente de Homem subterrâneo) é caracterizado como um homem amargo e isolado. O mesmo encena na primeira parte do romance um grande monólogo com a intenção de "comover" de alguma forma seu leitor.

A autopercepção do leitor das Notas é descrita pelo autor como de suma importância no exercício da leitura, pois o discurso do narrador é "moldado" por seu receptor, dessa forma o seu monólogo é, na verdade, uma evocação sistemática de discursos alheios que são parodiados de forma zombeteira e crítica.

O personagem chega a dizer que é um homem mau, ou age como tal, mas que pode ser agradado e visto como uma pessoa de bem.

Essa incapacidade de se livrar do peso moral o aflige, ao que o mesmo diz que os homens sanguinários eram cultos e inteligentes (reforçando as ideias de Raskolnikov em Crime e Castigo), e que ele mesmo gostaria muito de encontrar um motivo para dar sentido a sua vida, como os chamados "homens de ação". Ele conclui que "o melhor é não fazer nada".

Na segunda parte, nomeada de "A propósito da neve molhada", há três episódios que relatam de uma forma concreta como o anti-herói é encurralado socialmente pelos discursos e ações de uma sociedade. Essa narrativa é exposta sistematicamente com uma visão da consciência do protagonista, num dos melhores exemplos do recurso literário fluxo de consciência.

Crítica

Memórias do subterrâneo tornou-se uma influência para diversas personagens criadas em trabalhos posteriores. Alguns exemplos disso são Nikolai Levin, personagem do romance Anna Karenina, de Leo Tolstoi, a personagem Mersault, do romance O Estrangeiro, de Albert Camus; Gregor Samsa, personagem do romance A Metamorfose, de Franz Kafka; e Moses Herzog, personagem do romance Herzog, de Saul Bellow.

O livro também influenciou fortemente o filme Taxi Driver (1976). Sobre isso, seu diretor Martin Scorcese disse: "[...]eu fiz muita leitura ao longo dos anos, e passei uma vida no cinema em certo sentido, assistindo muitos filmes. 

Mas um dos primeiros livros que eu li e causaram um forte impacto em mim, que eu realmente quis fazer (filmar) ou fazer versões - ou outras versões de outras obras deste autor - é Memórias do Subsolo de Dostoiévski. Então, essa é a coisa mais próxima que eu cheguei a fazer. [...]".

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