Mengele usou Auschwitz como
uma oportunidade para continuar seus estudos antropológicos e pesquisas sobre a
hereditariedade, usando prisioneiros para a experimentação humana.
Os experimentos não tinham
qualquer consideração pela saúde ou segurança das vítimas. Estava
particularmente interessado em gêmeos idênticos, pessoas com heterochromia
iridum (olhos de duas cores diferentes).
Fazia também experiencias
com anões e pessoas com anormalidades físicas. Foi concedida tão criminosamente
como os Nazistas, uma subvenção pela Deutsche Forschungsgemeinschaft, solicitada
por von Verschuer, que recebia relatórios regulares e expedições de espécimes
de Mengele.
A concessão foi usada para
construir um laboratório de patologia ligado ao Crematório II em Auschwitz
II-Birkenau. O Dr. Miklós Nyiszli, patologista judeu-húngaro que
chegou a Auschwitz em 29 de maio de 1944, realizou dissecções e preparou
espécimes para serem enviados para este laboratório.
A pesquisa com gêmeos feita
por Mengele destinava-se, em parte, a provar a supremacia da hereditariedade
sobre o ambiente e assim reforçar a premissa nazista da superioridade da raça
ariana.
Nyiszli e outros relatam
que os estudos com gêmeos também podem ter sido motivados por um desejo de
melhorar a taxa de reprodução da raça alemã, melhorando as chances de pessoas
racialmente desejáveis tendo gêmeos.
Os sujeitos da pesquisa de
Mengele eram alimentados e abrigados melhor do que outros prisioneiros e
ficavam temporariamente livres das câmaras de gás.
Estabeleceu um jardim de
infância para crianças que foram os objetos de suas experiências,
juntamente com todas as crianças ciganas menores de seis anos.
A unidade proporcionava
melhores condições de alimentação e de vida do que outras áreas do campo e
inclusive incluiu um playground. Ao visitar as crianças se
apresentava como "Tio Mengele" e oferecia-lhes doces.
Mas também foi pessoalmente
responsável pelas mortes de um número desconhecido de vítimas que matou através
de injeção letal, fuzilamentos, espancamentos e através de seleções e
experimentos mortais.
Lifton descreve Mengele
como sádico, sem empatia e extremamente antissemita, sendo que acreditava que
os judeus deveriam ser eliminados inteiramente como uma raça inferior e
perigosa.
O filho de Mengele, Rolf,
disse que seu pai não mostrou remorso por suas atividades durante a guerra.
Um ex-prisioneiro médico de
Auschwitz disse:
“Ele era capaz de ser tão
gentil com as crianças, de fazer com que elas se apaixonassem por ele, de lhes
trazer açúcar, de pensar em pequenos detalhes de suas vidas diárias e de fazer
coisas que realmente admiramos... E então, ao lado... a fumaça dos crematórios
e essas crianças, amanhã ou em meia hora, iriam ser mandadas para lá. Bem, aí
estava a anomalia.”
Os gêmeos eram submetidos a
exames e medições semanais de seus atributos físicos feitos por Mengele ou um
de seus assistentes. Os experimentos realizados por Mengele em gêmeos
incluíam a amputação desnecessária de membros, a infecção intencional de um
gêmeo com tifo ou outras doenças e transfusão de sangue de um gêmeo no
outro.
Muitas das vítimas morreram
ao passar por esses procedimentos. Depois que um experimento terminava, os
gêmeos às vezes eram mortos e seus corpos dissecados.
Nyiszli lembrou uma ocasião
em que Mengele matou pessoalmente 14 gêmeos em uma noite por meio de uma
injeção de clorofórmio no coração. Se um gêmeo morria de doença,
Mengele matava o outro para que pudessem ser preparados relatórios pós-morte
comparativos.
Os experimentos de Mengele
com olhos incluíram tentativas de mudar a cor dos olhos injetando produtos
químicos em pessoas vivas. Também matava pessoas com olhos heterocromáticos
para que eles pudessem ser removidos e enviados para Berlim para estudo.
Seus experimentos em anões
e pessoas com anormalidades físicas incluíam medidas físicas, extração de
sangue, extração de dentes saudáveis e tratamento com drogas desnecessárias e
raios-X.
Muitas das vítimas eram
enviadas para as câmaras de gás após cerca de duas semanas e seus esqueletos
eram enviados para Berlim para estudo posterior.
Mengele procurava por
mulheres grávidas, nas quais realizaria experimentos antes de enviá-las para as
câmaras de gás.
A testemunha Vera Alexander
descreveu como ele costurou dois gêmeos ciganos pelas costas em uma tentativa
de criar gêmeos xifópagos. As crianças morreram de gangrena após
vários dias de sofrimento.
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