Uruque – A cidade dos Deuses e Reis no Iraque - Uruque foi uma cidade antiga da Suméria – posteriormente Babilônia -
situada a leste do Eufrates, na linha do antigo canal Nil, numa região
pantanosa, a cerca de 225 quilômetros sul-sudeste de Bagdá.
O próprio nome moderno Iraque é derivado de Uruque. Uruque foi uma das mais antigas e importantes cidades
da Babilônia. Era rodeada por uma muralha de aproximadamente 9 km de
extensão.
Dizia-se que
suas muralhas haviam sido construídas por ordem de Gilgamés, que, diz-se,
também mandou erguer o famoso templo de Eana, dedicado à Inana, ou Istar.
Os extensos
registros sobreviventes do templo, pertencentes ao Período Neobabilônico, documentam
a função social do templo como um centro de redistribuição social. Em tempos de
fome, famílias podiam enviar crianças ao templo como oblato.
Uruque possuía um papel importante na história
política do país desde tempos remotos, exercendo um poder hegemônico na
Babilônia num período anterior a Sargão, o Acádio.
Mais tarde
desempenhou uma função de liderança nas batalhas nacionais dos babilônios
contra o Império elamita até 2 000 a.C., quando sofreu
severamente. A Epopeia de Gilgamés apresenta relatos do conflito, sempre
de forma literária e nobre.
Nas palavras de A. Leo Oppenheim, em Uruque,
ao sul da Mesopotâmia, a civilização suméria parece haver alcançado seu
apogeu no quesito criatividade. Para este fato apontam repetidamente à cidade
as referências de textos religiosos e particularmente literários,
incluindo aqueles de conteúdo mitológico; isso é confirmado pela tradição
histórica como foi preservada na lista dos reis sumérios. De Uruque o centro de
gravitação política parece ter sido transferido para Ur.
De acordo com a lista de reis sumérios, Uruque foi
fundada por Enmercar, que trouxe consigo o direito oficial de realeza da cidade
de Eana. Seu pai Mesquianguegaser havia "entrado no mar e
desaparecido."
Outros reis
históricos de Uruque incluem Lugal-Zages de Uma (atualmente Djoca, que
conquistou Uruque) e Utuegal.
A primeira escavação em Uruque foi realizada antes da
Segunda Guerra Mundial por uma equipe alemã liderada por Julius Jordan. A
expedição retornou em 1928, realizando outras escavações até 1939.
Retornaram
novamente em 1954 sob a direção de H. Lenzen, empreendendo escavações sistemáticas
nos anos seguintes. Essas investigações revelaram alguns registros antigos
sumérios e uma chusma de tabuinhas referentes a documentos legais e literatos
do período selêucida, depois publicados por Adam Falkenstein e outros
epigrafistas alemães.
Essa antiga cidade desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da
civilização na Mesopotâmia e é um marco na história da urbanização humana. Suas
ruínas e descobertas arqueológicas continuam a fascinar estudiosos e
arqueólogos, proporcionando insights valiosos sobre as origens da civilização
humana.
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