O
irreparável acaba de levantar-se entre nós: Deixaste-me, querida. Deixaste-me! Por
mais que repita essa expressão, não consigo persuadir-me.
A
voz com que a digo não parece minha, é como se não viesse da boca, ó querida,
que tanto disse te amar, que tanto te beijou e que tanto beijaste.
É
como se dissesse outra pessoa, um desconhecido que nada tem a ver comigo, que
relatasse uma ação sem importância, alheia a nos dois.
Obscuro
como um desses trechos de frases, que ouvimos nas ruas, de outras pessoas e
cujo sentido não chegamos a distinguir, porque não nos é interessante.
Deixaste-me!
Francisco Silva Sousa
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