Eu sou
vários. Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou
todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo.
Você
nunca saberá com quem está sentado ou quanto permanecerá com cada um de mim.
Mas
prometo que, se nos sentarmos à mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao
menos um dos tantos que sou, e correrei os riscos de estarmos juntos no mesmo
plano.
Desde
logo, evite ilusões: também tenho um lado mau, ruim, que tento manter preso e
quando se solta me envergonha.
Não sou
santo, nem exemplo, infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia
serei eu mesmo, definitivamente. Como já foi dito: ouse conquistar a ti mesmo.
Friedrich Nietzsche
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