Uday Hussein – O Cruel filho mais velho de Saddam Hussein - Uday Saddam
Hussein al-Tikriti nasceu em Ticrite, Iraque no dia 18 de junho de 1964. Foi o
filho mais velho do presidente do Iraque Saddam Hussein e sua esposa,
Sajida Talfah.
Formado em
engenharia pela Universidade de Bagdá, Uday controlou os principais meios de
comunicação do país, sendo nomeadamente diretor do canal de televisão iraquiano
para a juventude, e que tinha maiores audiências, e do principal jornal do
Iraque, o Babel.
Também dirigia
uma série de jornais menores e uma rádio. Era simultaneamente presidente do
sindicato dos jornalistas iraquianos, função que assumiu em 1992.
Uday era conhecido por seu comportamento impulsivo e
violento, cometendo assassinatos, torturas e estupros com impunidade. Isso o tornou
muito impopular no Iraque.
Em 1996 foi
alvo de um atentado, que o deixou paralítico durante vários meses. Acabou
por ficar com dificuldades de locomoção, o que terá impedido que fosse apontado
como sucessor do pai na presidência do Iraque.
Caiu em desgraça perante o seu pai ao tomar certas
atitudes violentas influenciado pelo álcool. Num jantar em homenagem à
primeira-dama do Egito, Uday teve um acesso de fúria e matou um dos provadores
de comida.
Depois disso
Saddam enviou-o para a Suíça, onde esteve quatro meses até regressar por
influência da mãe. No entanto levava uma vida luxuosa, rodeado de bons e
potentes carros, e vivia num palácio com um jardim zoológico particular.
Uday, teve durante um determinado tempo um sósia, cujo
nome era Latif Yahia, que era usado para estar em seu lugar em determinadas
situações de risco. Um filme chamado O Dublê do Diabo, estrelando
Dominic Cooper, conta a história deste sósia.
Em 22 de julho de 2003, Uday foi morto após um ataque
desferido pelas forças especiais dos Estados Unidos.
Uday e o seu
irmão Qusay Hussein foram detectados pelas tropas norte-americanas
escondidos em Mosul. Resistiram à prisão e após uma troca de tiros
acabaram por ser mortalmente atingidos numa operação que durou seis horas.
Acusações
Um relatório publicado
em 20 de março de 2003 pela rede de televisão dos Estados Unidos ABC detalha
várias acusações sobre Uday Hussein:
Enquanto chefe do Comitê Olímpico
Iraquiano, Uday ordenou a prisão e a tortura de atletas iraquianos
derrotados ou que não tivessem uma performance satisfatória. De acordo com
relatos, torturadores batiam na planta dos pés dos jogadores de futebol,
provocando grande dor sem deixar marcas visíveis no resto do corpo.
Uday mantinha cartões com
anotações sobre quantas pancadas cada jogador deveria levar em caso de má
apresentação. Um antigo aliado reportou que jogadores de futebol presos
foram forçados a chutar uma bola de concreto após não chegarem à final da
Copa do Mundo de 1994.
Os jogadores iraquianos
foram vistos com as cabeças raspadas após não conseguirem bons resultados
na década de 1980, como punição. Outro ex-aliado afirmou que atletas foram
arrastados sobre pedras de calcário e depois imersos em um tanque de
esgoto para que seus ferimentos infeccionassem.
Sequestro de mulheres
jovens iraquianas nas ruas para estupra-las. Uday era conhecido por entrar
em festas sem ser convidado, com o intuito de "descobrir" mulheres
que ele estupraria depois.
A revista Time publicou
um artigo em 2003 detalhando sua brutalidade sexual. Em um caso, ele
abordou uma jovem que andava com seu marido, chamado por Uday de "um
ninguém", apesar de ele usar o uniforme de capitão do Exército Iraquiano.
Uday ordenou a seus homens
que raptassem a jovem, ao que o marido atacou Uday, sendo preso pelos
guarda-costas. A esposa foi estuprada e morta, e o marido sentenciado à morte
por "alta traição a Saddam".
Vida de luxo numa era de
severas privações. Quando as tropas estadunidenses capturaram sua mansão em Bagdá,
encontraram um zoológico pessoal com leões e guepardos, um estacionamento
subterrâneo para sua coleção de carros de luxo, pinturas glorificando Uday e
sua mãe com Saddam (que, sabe-se, enfureceram Saddam), charutos cubanos com
seu nome impresso e milhões de dólares em vinhos finos, licores e heroína.
Um kit de teste de HIV, também foi encontrado junto a seus pertences.
Uso de uma dama de ferro para
torturar seus inimigos.
Uday espancou um oficial do
Exército enquanto este estava inconsciente, após o homem ter se oposto a
dar-lhe sua esposa para dançar. O oficial morreu pelos ferimentos. Uday também
matou a tiros um oficial que não o cumprimentou.
Uday comprou cerca de 1 200
veículos de luxo, incluindo um Rolls-Royce avaliado em mais de 20 milhões
dólares. Em um referendo sob o regime de seu pai, ele compareceu ao local
de votação num Rolls-Royce cor-de-rosa.
De acordo com um relatório
publicado em 2000, Uday fez um plano para assassinar um líder da oposição iraquiana.
O relatório cita Ahmed Chalabi, então líder do Congresso Nacional Iraquiano,
como sendo o alvo.
Em entrevista à BBC News,
no programa HARDtalk em 2009, Latif Yahia, sósia de Uday, disse que ele era
"pior do que um psicopata" e afirmou que Uday tomou "uma mulher
bonita e transformou-a em um pedaço de carne que mal conseguia respirar."
Ele acrescentou que a
mulher foi assassinada e seu corpo jogado fora. Uday era conhecido por suas
atrocidades de caráter psicótico, doentio.
Morte
Em 22 de julho de 2003, a
Força-Tarefa 20, ajudada por tropas da 101 Divisão Aerotransportada do Exército
dos Estados Unidos, teve um confronto com Uday, Qusay e o filho deste,
Mustapha, de apenas 14 anos de idade, durante uma incursão em uma casa na
cidade iraquiana de Mosul.
Ele seria o Ás de Copas
entre os mais procurados do Iraque, nas cartas de baralho (Qusay sendo o Ás de
Paus). Agindo com uma dica de um 101 iraquiano não identificado, soldados da
101 ª Divisão Aerotransportada providenciaram segurança, enquanto operadores da
Força-Tarefa 20 tentaram apreender os habitantes da casa.
Depois que as tropas dos
EUA interceptaram o Lamborghini de Uday, ele se revelou, após um tiroteio que
se seguiu. O elemento de assalto retirou-se para solicitar apoio. Cerca de 200
soldados norte-americanos, mais tarde auxiliados por helicópteros OH-58 Kiowa e
um A-10 "Warthog", cercaram e dispararam sobre a casa, matando assim
Uday, Qusay e o filho de Qusay.
Depois de cerca de quatro
horas de batalha, os soldados entraram na casa e encontraram quatro corpos,
incluindo os guarda-costas dos irmãos Hussein.
Mais tarde, o comando
americano disse que os registros dentários tinham conclusivamente identificados
dois dos homens mortos como filhos de Saddam Hussein. Eles também anunciaram
que o informante (possivelmente o proprietário da casa em Mosul, no qual os
irmãos foram mortos) iria receber o combinado 30 milhões dólares de recompensa
anteriormente oferecido para sua apreensão.
Ao proprietário da casa,
Nawaf az-Zeidan, que é parente distante de Saddam, foi concedida a cidadania
dos EUA, e foi autorizado a deixar o Iraque. Os moradores alegaram que Zeidan
tinha informado as forças dos Estados Unidos de que os filhos de Saddam foram
ali se hospedar.
Em 18 de junho de 2004, o
irmão de Zeidan Salaah al-Zeidan foi morto, assim como três de seus parentes
masculinos (incluindo um menino de oito anos de idade), que viajavam no mesmo
veículo.
A Administração dos EUA divulgou imagens gráficas dos corpos
dos irmãos Hussein. Quando criticado, a resposta do Exército dos EUA foi a de
salientar que estes homens não eram combatentes comuns, e para expressar a
esperança de que a confirmação das mortes seria pôr fim ao povo iraquiano. Uday
foi enterrado em um cemitério perto de Ticrite ao lado de Qusay e Mustapha
Hussein.
Qusay Hussein
Qusay Saddam Hussein
al-Tikrit nasceu no dia 17 de maio de 1966. Foi morto junto com seu irmão, Uday,
durante a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003.
Ao contrário de Uday, que
era conhecido pela extravagância e comportamento errático e violento, Qusay
Hussein mantinha a discrição.
Era casado com a filha de um
oficial do alto escalão militar e tinha três filhos; Um dos filhos,
Mustapha Hussein (nascido em 3 de janeiro de 1989 em Ticrite), foi morto ao
lado de seu pai em um tiroteio com tropas dos EUA. Os outros dois são
presumidos vivos, mas seus paradeiros são desconhecidos.
Qusay era considerado o
responsável pelas forças de segurança interna, talvez o serviço de inteligência
iraquiano (SSO), e também tinha alguma autoridade sobre a Guarda Republicana e
outras unidades militares iraquianas.
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