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quinta-feira, setembro 14, 2023

As tragédias de antigamente



As tragédias de antigamente - Quando as fichas acabavam no meio da ligação feita do orelhão. A agulha riscava o LP bem na melhor música.  Você̂ datilografava errado a última palavra da página e não tinha fita corretiva de máquina de escrever para consertar.

A fita do Atari não funcionava nem depois de você̂ assoprar. O locutor falava as horas ou soltava uma vinheta bem no meio da música que você̂ tinha passado horas esperando para gravar na fita K7 e depois o toca-fitas mastigava a fita K7.

O locutor não falava o nome da música quando ela terminava e você̂ ficava anos sem saber quem cantava ou como se chamava aquela música que você̂ tinha amado.

Alguém fumava dentro do ônibus.  Você tinha que pagar multa por devolver a fita de vídeo VHS para locadora sem rebobinar.

O Ki-suco vazava da garrafinha da sua lancheira e molhava as bisnaguinhas com patê̂.

Você tirava as letras das músicas em inglês tudo errado e depois descobria, no folheto da Fisk, que estava tudo errado mesmo, mas já́ era tarde, pois você̂ já́ tinha decorado errado (e canta errado até́ hoje).

Você arranhava com todo cuidado, mas quando levantava o papel via que o bichinho do decalque do Ploc tinha saído sem uma perninha.

A televisão resolvia sair do ar no dia do último capítulo da novela e seu pai tinha que subir no telhado para mexer na antena. Ele gritava lá́ de cima “melhorou?” E você̂, embaixo, avisava: “melhorou o 5, o 7 e o 9. Piorou o 4, o 11 e o 13”. E nunca todos os canais ficavam bons ao mesmo tempo.

Chegar à padaria e lembrar que você̂ tinha esquecido o “casco” do refrigerante. Você descobria que todas as 36 fotos do seu aniversário tinham ficado desfocadas.

Quando sobrava só́ o lápis branco da caixa de 36 cores. E nem faz tanto tempo assim (35 a 40 anos), mas nossos filhos nem tem ideia do que significa tudo isso.

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