As tragédias de antigamente - Quando as fichas acabavam
no meio da ligação feita do orelhão. A agulha riscava o LP bem na melhor música.
Você̂ datilografava errado a última
palavra da página e não tinha fita corretiva de máquina de escrever para
consertar.
A fita do Atari não
funcionava nem depois de você̂ assoprar. O locutor falava as horas ou soltava
uma vinheta bem no meio da música que você̂ tinha passado horas esperando para
gravar na fita K7 e depois o toca-fitas mastigava a fita K7.
O locutor não falava o nome
da música quando ela terminava e você̂ ficava anos sem saber quem cantava ou
como se chamava aquela música que você̂ tinha amado.
Alguém fumava dentro do ônibus.
Você tinha que pagar multa por devolver
a fita de vídeo VHS para locadora sem rebobinar.
O Ki-suco vazava da
garrafinha da sua lancheira e molhava as bisnaguinhas com patê̂.
Você tirava as letras das músicas
em inglês tudo errado e depois descobria, no folheto da Fisk, que estava tudo
errado mesmo, mas já́ era tarde, pois você̂ já́ tinha decorado errado (e canta
errado até́ hoje).
Você arranhava com todo
cuidado, mas quando levantava o papel via que o bichinho do decalque do Ploc
tinha saído sem uma perninha.
A televisão resolvia sair do ar no dia do último capítulo
da novela e seu pai tinha que subir no telhado para mexer na antena. Ele
gritava lá́ de cima “melhorou?” E você̂, embaixo, avisava: “melhorou o 5, o 7 e
o 9. Piorou o 4, o 11 e o 13”. E nunca todos os canais ficavam bons ao mesmo
tempo.
Chegar à padaria e lembrar
que você̂ tinha esquecido o “casco” do refrigerante. Você descobria que todas
as 36 fotos do seu aniversário tinham ficado desfocadas.
Quando sobrava só́ o lápis
branco da caixa de 36 cores. E nem faz tanto tempo assim (35 a 40 anos), mas
nossos filhos nem tem ideia do que significa tudo isso.
0 Comentários:
Postar um comentário