A
capacidade de voo dos pássaros é uma proeza incrível que envolve conhecimentos
de engenharia e matemática.
Os
pássaros desenvolveram um corpo e um cérebro que fazem ajustes precisos e
constantes no campo de voo, resultado de uma combinação de estabilidade
(resistência a perturbações) e controle (habilidade ativa de alterar respostas
a perturbações).
Esses
ajustes acontecem graças à incrível flexibilidade da estrutura geométrica das
asas dos pássaros e aos cálculos matemáticos sofisticados feitos por um cérebro
menor que uma noz.
Embora
os pássaros tenham inspirado projetos para máquinas voadoras e todas as
equações dinâmicas de estabilidade no voo usadas pelo homem, nenhuma aeronave
consegue igualar a biomecânica e a incrível capacidade de manobrabilidade dos
pássaros.
A
flexibilidade das asas e a variabilidade dos voos são tão extraordinárias e
quase mágicas que os pássaros podem transformar suas asas durante o voo para
voar suavemente como um avião de passageiros ou acrobaticamente como um jato de
combate.
Os
pássaros podem alterar completamente as características aerodinâmicas que
governam como o ar se move sobre suas asas e as características inerciais de
seus corpos que determinam como eles caem no ar para completar manobras rápidas
ou pousar suavemente.
As
aeronaves modernas não podem fazer isso, não apenas porque suas características
aerodinâmicas e inerciais são fixas, mas porque precisariam de pelo menos dois
algoritmos de controle diferentes.
E as
aves fazem isso no dia a dia, através de cálculos sofisticados de engenharia e
matemática.
O voo é
o principal meio de locomoção da maior parte das aves. O voo é usado na procura
e caça de comida, nos cuidados parentais e para evitar predadores.
Princípios
básicos
Sustentação
A força
de sustentação é produzida pela ação da passagem do ar na asa, que tem a função
de aerofólio. A forma do aerofólio faz com que o ar ao passar produza uma força
ascendente na asa, enquanto o movimento do ar é dirigido para baixo.
Em
algumas espécies, a passagem do ar à volta do corpo também cria força
ascendente, principalmente durante o voo intermitente em que as asas estão
dobradas ou semidobradas.
Planado
Durante
o voo planado, as aves usam as asas para obter forças ascendentes ou
descendentes. Isto é possível porque a força de sustentação é gerada em
determinados ângulos em relação à corrente de ar, que no voo planado tem origem
ligeiramente abaixo da linha horizontal.
Voo
batido
Ao
contrário do voo planado, quando uma ave bate as asas (voo batido), as asas
continuam a criar força de sustentação, mas essa força é dirigida para trás de
modo a criar impulso, que contraria o arrasto e aumenta a velocidade, o que por
sua vez também aumenta a força de ascensão para contrabalançar o peso,
permitindo à ave manter a altura ou subir.
O bater
de asas envolve duas fases: o golpe descendente, que proporciona a maior parte
do impulso, e o golpe ascendente, que também proporciona algum impulso,
dependendo da espécie.
Em cada
golpe ascendente, a asa é ligeiramente dobrada para dentro de modo a diminuir o
custo energético do movimento. As aves mudam constantemente o ângulo do ataque
com cada bater de asas, assim como a velocidade.
Arrasto
Além do
peso próprio, existem três principais forças de arrasto que contrariam o voo
aéreo das aves: o atrito de fricção (causado pela fricção do ar com a
superfície do corpo), o arrasto parasita (devido à área frontal da ave) e o
arrasto induzido (causado pelos vórtices na ponta da asa).
Asa
Os
membros anteriores das aves, as asas, são a chave para o voo das aves. Cada asa
tem uma palheta central que atinge o vento, constituída por três ossos: o
úmero, a ulna e o rádio.
A mão,
que nos ancestrais era constituída por cinco dedos, está reduzida a três (II,
III e IV ou I, II, III dependendo do esquema), que servem de âncora para as
penas primárias, um de dois grupos de penas de voo responsáveis pela forma do
aerofólio.
O outro grupo, atrás da articulação do carpo na ulna,
é composto pelas penas secundárias. As restantes penas são denominadas penas de
cobertura, distribuídas em três conjuntos. As asas apresentam, por vezes,
garras vestigiais. Na maior parte das espécies, estas são perdidas até a idade
adulta.
Fonte: https://www.quantamagazine.org/
0 Comentários:
Postar um comentário