Em 24 de dezembro de 1865
era fundada a Ku Klux Klan, em Pulaski, no Tennessee, Estados Unidos, após o
final da Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão.
O movimento também
conhecido como KKK ou simplesmente “o Klan”, tinha por objetivo impedir a integração
social dos negros recém-libertados, como por exemplo, adquirir terras e votar.
O nome, cujo registro mais
antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kýklos, que significa
“círculo”, “anel”, e da palavra inglesa klan (“clã”).
Há também a hipótese que o
nome tenha se inspirado no som feito quando se prepara um rifle para atirar. A
KKK era um grupo paramilitar que tentou atingir seus objetivos políticos com
terror e violência
O grupo foi reconhecido
como uma organização terrorista e suprimido pela Lei de direitos civis de 1871.
O clã apenas desapareceu gradualmente. A segunda onda KKK veio em 1915-1944.
Segunda onda Ku Klux Klan
O segundo grupo KKK surgiu
em Atlanta inspirado pelo filme épico O nascimento de uma nação, de
D.W.Griffith que estreou em 8 de fevereiro de 1915.
A história de amor no
contexto da guerra civil foi um enorme sucesso e causou forte impacto no
público aumentando o ódio contra os negros. Esse sentimento foi usado pelo
pregador metodista William Joseph Simmons para restaurar a KKK.
Na noite do dia 16 de
outubro de 1915, o pregador Simmons e outros 15 homens escalaram a montanha de
pedra na Geórgia e, diante de um altar improvisado, incendiaram uma cruz,
fizeram um juramento de fidelidade ao “Império Invisível” e anunciaram o
renascimento da Ku Klux Klan. Sob as luzes da cruz em chamas, eles colocaram
uma bandeira dos Estados Unidos, uma espada e uma Bíblia.
A partir de então, sob a
leitura seletiva de trechos bíblicos, a KKK passou a pregar a supremacia
branca, a apoiar a escravidão e a justificar uma segunda onda de terror contra
os negros. Na propaganda da KKK e em seu livro de regras de 1916, Simmons afirmava
que somente os “bons brancos cristãos”, isto é, brancos protestantes (os WASP,
sigla em inglês para protestantes brancos anglo-saxões) que acreditam na pureza
racial e na moralidade
protestante salvariam o
país da destruição. Os inimigos da KKK eram católicos, judeus, negros e
asiáticos, assim como outros imigrantes, e também ativistas, dirigentes
sindicais, intelectuais e adversários da Lei Seca – todos alvos dos
linchamentos, espancamentos, intimações e ameaças realizados pelos membros da
KKK.
Os supremacistas brancos
interpretavam as escrituras e as parábolas bíblicas sob o viés da discriminação
racial e do ódio. Dessa forma, eles podiam justificar suas crenças. Adotaram a
túnica e o capuz branco, a cruz em chamas, hinos, uma “linguagem sagrada” com palavras
ininteligíveis e outros símbolos.
A combinação de
protestantismo fundamentalista e nacionalismo xenófobo atraiu milhões de
membros. A KKK se espalhou pelo país e chegou a ter 4 ou 5 milhões de membros
na década de 1920, incluindo muitos políticos. Desentendimentos entre os
líderes levaram a cisões internas, mas isso não enfraqueceu a organização.
O grupo sob liderança de
Hiram Weslwy Evans, um dentista de Dallas, tornou-se uma poderosa organização
secreta que cooptou centenas de juízes, xerifes e prefeitos. A exibição da
bandeira americana e da cruz cristã nos gigantescos desfiles públicos, bem como
o discurso moralista com citações bíblicas, reverberavam na população
protestante branca atraindo novos membros diante da crescente insatisfação da
classe média branca.
O KKK desafiou as leis
existentes e usou seu poder para agir como um Estado paralelo. As mulheres
também participaram da KKK especialmente após a conquista do direito ao voto,
no início da década de 1920, e formaram seus próprios grupos como o Women of
the Ku Klun Klan que chegou a reunir cerca de 500.000 membros.
Queda da popularidade do Ku
Klux Klan
A popularidade do grupo
caiu durante a Grande Depressão pelas dificuldades econômicas da própria
organização e, especialmente, pelas denúncias dos crimes noticiados pela mídia
que contradiziam a autoimagem do clã. A Segunda Guerra Mundial deu o golpe
final. Os Estados Unidos se posicionaram ao lado dos aliados, que eram
contrários às ideias totalitárias, extremistas e racistas, como as dos
nazistas.
A KKK se desfez em 1944
oficialmente, pela segunda vez. A terceira onda KKK (década de 1950 até hoje)
na década de 1950, com o surgimento do movimento pelos direitos civis dos
negros, houve um reavivamento de várias organizações de Klans.
Os mais significativos
foram os Cavaleiros Brancos da Ku Klux Klan, no estado de Mississippi,
liderados por Samuel Bowers. A terceira onda Klan caracterizou-se pelo
anticomunismo, homofobia, anticatolicismo fanático, neonazismo e
antimiscigenação fazendo uso de violência, linchamento, boicote e assassinatos
para reprimir ativistas pelos direitos civis.
Vários membros dos grupos
Klan foram condenados pela morte de ativistas dos direitos civis no Mississippi
em 1964. O maior atentado feito pela KKK, foi contra a Igreja Batista, em
Birmingham, no domingo, 15 de setembro de 1963, conhecido como 16th Street
Baptist. Quinze dinamites foram colocadas nos degraus da igreja matando quatro
meninas afro-americanas e ferindo 22 pessoas. Depois que a legislação federal
foi aprovada proibindo segregação racial em escolas, ônibus e outros locais, os
grupos da KKK começaram a realizar ações intimidatórias e de violência.
Em 1971, os membros da Klan
usaram bombas para destruir 10 ônibus escolares em Pontiac, Michigan. Em 1975
havia grupos da Klan na maioria dos campos universitários da Louisiana, Geórgia,
Mississippi e Califórnia.
Em 3 de novembro de 1979,
cinco manifestantes comunistas foram mortos por membros da Klan e do Partido
Nazista, em Greensboro, Carolina do Norte. Em 1980, três membros da KKK mataram
quatro mulheres negras idosas em Chattanooga, Tennessee.
As recentes campanhas de
adesão à KKK têm focado em temas que preocupam a classe média branca –
imigração ilegal, crimes urbanos, uniões e casamento homoafetivos – contra os
quais lançam propagandas homofóbicas que incentivam a violência aos gays e
lésbicas. Muitos grupos KKK formaram fortes alianças com outros grupos
supremacistas brancos, como os neonazistas chegando a adotar a aparência e os
emblemas dos skinheads brancos.
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