Quando você joga um bebê de um ano de idade para o
alto, ele não chora de medo - ele gargalha, cheio de alegria. Essa risada nasce
de uma certeza silenciosa e profunda: na queda, haverá braços fortes e
carinhosos prontos para segurá-lo. Essa certeza tem um nome: confiança.
E a
confiança não surge do nada. Ela começa a ser tecida nos primeiros dias de
vida, quando o bebê é atendido em suas necessidades mais básicas. Cada colo que
o aquece, cada olhar que o acolhe, cada gesto de cuidado - como a mamada
oferecida no momento certo ou o carinho que acalma um choro - são fios que
constroem esse vínculo invisível, mas fundamental.
O simples ato de jogá-lo para o alto e segurá-lo na
volta não é apenas uma brincadeira divertida; é um ritual simbólico que
reafirma a segurança emocional e fortalece laços afetivos.
A
psicologia mostra que esses primeiros vínculos moldam o desenvolvimento da
criança. A teoria
do apego, formulada por John Bowlby, afirma que a forma como a
criança experimenta a confiança nos primeiros anos influencia profundamente
como ela irá relacionar-se com o mundo.
Crianças que crescem em ambientes estáveis e amorosos
desenvolvem maior autoestima, autonomia e capacidade de lidar com adversidades.
Ao contrário, a ausência de segurança e cuidado pode gerar marcas emocionais
que acompanham por toda a vida.
Mas a
confiança não é um bem que se esgota na infância. Ela acompanha o ser humano em
cada etapa. Na adolescência, por exemplo, ela se transforma na coragem de
arriscar, de testar limites e de acreditar em si mesmo.
Na vida adulta, se manifesta na forma como confiamos
em nossos parceiros, amigos e colegas de trabalho. Assim como o bebê se entrega
rindo ao ser lançado ao ar, nós também buscamos, mesmo que sem perceber, a
segurança de braços invisíveis que nos amparem nos momentos de incerteza.
A
confiança, portanto, é mais do que um sentimento: é a base da conexão humana. É
ela que sustenta relacionamentos, que dá coragem para sonhar, que nos permite
enfrentar os altos e baixos da vida sem perder a esperança.
E tudo começa ali, nos pequenos gestos de amor que
mostram a um bebê que o mundo pode ser um lugar seguro - porque alguém sempre
estará lá para segurá-lo na queda.








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