Reforma Protestante na
Inglaterra. - O curso da Reforma foi
diferente na Inglaterra. Desde há muito tempo que havia uma forte corrente
anticlerical, tendo a Inglaterra já visto o movimento Lollardo, que inspirou os
hussitas na Boemia.
No entanto, ao redor de
1520 os lollardos já não eram uma força ativa, ou pelo menos um movimento
de massas.
Embora Henrique
VIII tivesse defendido a Igreja Romana com o livro Assertio
Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos), que
contrapunha as 95 Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a Reforma Inglesa
para satisfazer as suas necessidades políticas.
Sendo este casado com
Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao
papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do
papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa.
O Ato de Supremacia, votado
no parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na
liderança da igreja, nascendo assim o anglicanismo.
Os súditos deveriam
submeter-se ou então seriam excomungados, perseguido e executados,
tribunais religiosos foram instaurados e os católicos foram obrigados a
assistir cultos protestantes, muitos importantes opositores foram mortos, tais
como Thomas More, o bispo John Fischer e alguns sacerdotes, frades
franciscanos e monges cartuxos.
Quando Henrique foi
sucedido pelo seu filho Eduardo VI em 1547, os protestantes viram-se em
ascensão no governo. Uma reforma mais radical foi imposta diferenciando o
anglicanismo ainda mais do catolicismo romano.
Seguiu-se uma breve reação
romana durante o reinado de Maria I (1553–1558). De início moderada na sua
política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma, consagrada em 1554,
quando o parlamento votou o regresso à obediência ao papa.
Um consenso começou a
surgir durante o reinado de Isabel I. Em 1559, Isabel I retornou ao
anglicanismo com o restabelecimento do Ato de Supremacia e
do Livro de Orações de Eduardo VI.
Através da Confissão
dos Trinta e Nove Artigos (1563), Isabel alcançou um compromisso entre
o protestantismo e o catolicismo romano: embora o dogma se aproximasse do
calvinismo, só admitindo como sacramentos o Batismo e a Eucaristia, foi mantida
a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias religiosas.
A Reforma na
Inglaterra procurou preservar o máximo da Tradição Romana (episcopado,
liturgia e sacramentos).
A Igreja da Inglaterra
sempre se viu como a ecclesia anglicanae, ou seja, A Igreja
cristã na Inglaterra e não como uma derivação da Igreja de
Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana
buscou ser a "via média" entre Roma e o protestantismo.
Em 1561, apareceu uma
confissão de fé com uma Exortação à Reforma da Igreja modificando seu sistema
de liderança, pelo qual nenhuma igreja deveria exercer qualquer autoridade ou
governo sobre outras, e ninguém deveria exercer autoridade na Igreja se isso
não lhe fosse conferido por meio de eleição.
Esse sistema, considerado
"separatista" pela Igreja Anglicana, ficou conhecido como
congregacionalismo.
Richard Fytz é considerado
o primeiro pastor de uma igreja congregacional, entre os anos de
1567 e 1568, na cidade de Londres. Por volta de 1570, ele publicou um manifesto
intitulado As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo.
Em 1580, Robert Browne, um
clérigo anglicano que se tornou separatista, junto com o leigo Robert
Harrison, organizou em Norwich uma congregação cujo sistema era
congregacionalista, sendo um claro exemplo de igreja desse sistema.
Na Escócia John
Knox (1505-1572), que tinha estudado com João Calvino em Genebra,
levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma Protestante em 1560,
sendo estabelecido o presbiterianismo.
A primeira Igreja
Presbiteriana, a Igreja da Escócia (ou Kirk), foi fundada como
resultado disso.
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