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sábado, dezembro 23, 2023

Reforma Protestante na Inglaterra.


Reforma Protestante na Inglaterra. - O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Desde há muito tempo que havia uma forte corrente anticlerical, tendo a Inglaterra já visto o movimento Lollardo, que inspirou os hussitas na Boemia. 

No entanto, ao redor de 1520 os lollardos já não eram uma força ativa, ou pelo menos um movimento de massas.

Embora Henrique VIII tivesse defendido a Igreja Romana com o livro Assertio Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos), que contrapunha as 95 Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. 

Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa. 

O Ato de Supremacia, votado no parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o anglicanismo.

Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados, perseguido e executados, tribunais religiosos foram instaurados e os católicos foram obrigados a assistir cultos protestantes, muitos importantes opositores foram mortos, tais como Thomas More, o bispo John Fischer e alguns sacerdotes, frades franciscanos e monges cartuxos. 

Quando Henrique foi sucedido pelo seu filho Eduardo VI em 1547, os protestantes viram-se em ascensão no governo. Uma reforma mais radical foi imposta diferenciando o anglicanismo ainda mais do catolicismo romano.

Seguiu-se uma breve reação romana durante o reinado de Maria I (1553–1558). De início moderada na sua política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma, consagrada em 1554, quando o parlamento votou o regresso à obediência ao papa. 

Um consenso começou a surgir durante o reinado de Isabel I. Em 1559, Isabel I retornou ao anglicanismo com o restabelecimento do Ato de Supremacia e do Livro de Orações de Eduardo VI.

Através da Confissão dos Trinta e Nove Artigos (1563), Isabel alcançou um compromisso entre o protestantismo e o catolicismo romano: embora o dogma se aproximasse do calvinismo, só admitindo como sacramentos o Batismo e a Eucaristia, foi mantida a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias religiosas.

A Reforma na Inglaterra procurou preservar o máximo da Tradição Romana (episcopado, liturgia e sacramentos).

A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a ecclesia anglicanae, ou seja, A Igreja cristã na Inglaterra e não como uma derivação da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre Roma e o protestantismo.

Em 1561, apareceu uma confissão de fé com uma Exortação à Reforma da Igreja modificando seu sistema de liderança, pelo qual nenhuma igreja deveria exercer qualquer autoridade ou governo sobre outras, e ninguém deveria exercer autoridade na Igreja se isso não lhe fosse conferido por meio de eleição.

Esse sistema, considerado "separatista" pela Igreja Anglicana, ficou conhecido como congregacionalismo. 

Richard Fytz é considerado o primeiro pastor de uma igreja congregacional, entre os anos de 1567 e 1568, na cidade de Londres. Por volta de 1570, ele publicou um manifesto intitulado As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo

Em 1580, Robert Browne, um clérigo anglicano que se tornou separatista, junto com o leigo Robert Harrison, organizou em Norwich uma congregação cujo sistema era congregacionalista, sendo um claro exemplo de igreja desse sistema.

Na Escócia John Knox (1505-1572), que tinha estudado com João Calvino em Genebra, levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma Protestante em 1560, sendo estabelecido o presbiterianismo.

A primeira Igreja Presbiteriana, a Igreja da Escócia (ou Kirk), foi fundada como resultado disso.

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