Gail Borden e o Leite Condensado - O leite condensado surgiu
quando o americano Gail Borden, tentando desidratar o leite comum, descobriu
que, antes de transformar-se em leite em pó, o produto virava leite condensado.
A invenção dele, patenteada
em 1856, só foi valorizado quando estourou a Guerra Civil Americana, quatro
anos depois.
Transportando leite em pó e
leite condensado para as tropas – e depois colocando esses produtos no mercado,
ele ficou rico.
Mas foi somente alguns anos
mais tarde, em 1867, que surgiu a primeira indústria criada especialmente para
a produção comercial do leite condensado.
Foi quando o americano
George H. Page, proprietário da empresa Anglo Swiss Condensed Milk iniciou na
cidade suíça de Cham, a fabricação de leite condensado, utilizando o leite
abundante e de boa qualidade produzido no país.
Rapidamente o produto fez
sucesso na Europa, principalmente entre as mulheres, que reforçavam a
alimentação de seus filhos dando-lhes o energético e açucarado leite
condensado.
A Nestlé, por sua vez,
iniciou a fabricação de leite condensado logo a seguir. Essa concorrência entre
as duas empresas terminaria em 1905 numa fusão que deu origem a Nestlé &
Anglo Swiss Condensed Milk Co.
A jovem com trajes típicos
que aparecia nos rótulos das embalagens do produto era uma camponesa suíça do
século XIX. Naquela época, o leite condensado mais popular da Suíça tinha a
marca LA LAITIÉRE, que significa “vendedora de leite”.
Quando esse leite foi
exportado para outros países, procurou-se um nome equivalente na língua de cada
região para onde o produto foi levado, o nome sempre associado à figura da camponesa típica
com seus baldes de leite.
Em espanhol, por exemplo,
foi adotada a marca LA LECHERA, e na língua inglesa MILKMAID.
Os primeiros carregamentos
de leite condensado chegaram ao Brasil em 1890 como uma alternativa ao leite
fresco, cujo abastecimento era problemático.
O produto era vendido nas
drogarias e, inicialmente, comercializado com o nome de MILKMAID (chamado assim
pela falta de uma palavra equivalente adequada em português).
Mas os brasileiros tinham
dificuldade para pronunciar esse nome inglês e passaram a chamar o produto de o
“leite da moça”, referindo-se à ilustração da camponesa em seu rótulo.
A princípio utilizado como
bebida (reconstituído com água obtinha-se o leite integral já adoçado), o leite
condensado podia ser armazenado por muito tempo, o que era importante em
períodos de escassez de leite.
Quando a Nestlé abriu sua
primeira fábrica no país, em 1921, na cidade de Araras, em São Paulo, e começou
a produzir o produto, optou pela solução lógica de utilizar uma designação
criada espontaneamente pelos consumidores: LEITE MOÇA.
Somente durante a Segunda
Guerra Mundial, após campanhas de reposicionamento do produto, o leite
condensado chegou à cozinha, utilizado pelas donas de casa como ingrediente
para o preparo de doces e sobremesas.
Com isso, as vendas do
produto dispararam. Outro fator decisivo para a popularidade da marca foi a
paixão nacional pelos doces, herdada dos portugueses, associada ao gosto pelas
compotas e frutas, herança africana.
Um exemplo disso foi o
Brigadeiro, que se tornou um marco importante na história da marca.
Conta-se que em 1945, as
eleitoras do Brigadeiro da Aeronáutica Eduardo Gomes, candidato à Presidência
da República, criaram o doce misturando LEITE MOÇA com chocolate em pó, a fim
de arrecadar fundos para sua campanha.
O Brigadeiro perdeu a
eleição para o General Eurico Gaspar Dutra, mas o outro Brigadeiro, o de LEITE
MOÇA, foi se tornando, com os anos, um dos docinhos preferidos de crianças e
adultos.
Em 1955, o rótulo de LEITE
MOÇA, em sua parte traseira, passou a indicar o produto para uso culinário ou
doméstico na preparação de diversos pratos.
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