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terça-feira, novembro 26, 2024

Despedida


 

Ela sussurrou com voz serena: "Não chame o médico. Quero adormecer em paz, com sua mão na minha.

Ele, com o coração apertado, mas firme em respeitar seu desejo, segurou sua mão com ternura. Sentados na pequena sala de sua casa em Bad Kreuznach, uma cidade alemã conhecida por suas pontes medievais e águas termais, eles compartilharam um momento que transcendia o tempo.

As janelas abertas deixavam entrar a brisa suave do rio Nahe, misturada com o perfume das flores do jardim que ela tanto amava cultivar. Era um cenário simples, mas perfeito, como se o universo conspirasse para tornar aquele instante eterno.

Ele começou a falar, com a voz embargada pela emoção, mas carregada de amor. Contou-lhe sobre o passado: o dia em que se conheceram, numa tarde de outono, quando as folhas douradas caíam no parque da cidade.

Ele lembrou como ela riu de uma piada boba que ele contou, e como aquele riso o fez perceber que sua vida nunca mais seria a mesma. Falou do primeiro beijo, roubado sob a luz de um lampião em uma das pontes históricas de Bad Kreuznach, com o som do rio como testemunha silenciosa.

Eles não derramaram lágrimas; em vez disso, sorriram, os olhos brilhando com memórias que valiam mais do que qualquer riqueza.

Não havia espaço para arrependimentos. Eles haviam vivido uma vida plena, cheia de momentos simples, mas profundos: as caminhadas pelas vinhas da região, as conversas ao redor da lareira, as vezes em que dançaram sem música, apenas pelo prazer de estarem juntos.

Cada lembrança era um tesouro, e eles se sentiam gratos por cada segundo compartilhado.

Ela, com a voz fraca, mas cheia de convicção, repetiu: "Amo-te para sempre." Ele, com lágrimas contidas, mas um sorriso sincero, devolveu as mesmas palavras, selando a promessa com um beijo gentil em sua testa.

Ela fechou os olhos, o rosto sereno, e, com a mão dele ainda segurando a sua, adormeceu pacificamente, como se apenas descansasse para um novo dia.

O amor, naquele momento, era tudo o que importava. Eles chegaram ao mundo com nada além do potencial para amar e partiram deixando apenas o amor que construíram. profissão, carreira, conta bancária, bens materiais - tudo isso são apenas ferramentas, passageiras e frágeis. Nada disso os acompanhou naquele instante final.

O que ficou foi o calor da mão dela na dele, o eco de suas palavras e a certeza de que o amor verdadeiro é eterno.

Pense nisso: ame profundamente, como se o amor fosse a única coisa que importa. Ame aqueles que te amam de volta, que caminham ao teu lado, que seguram tua mão nos momentos de luz e escuridão.

Ame como se não houvesse nada mais importante na vida, porque, no fim, é exatamente assim.

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