Pérolas são lindas joias, mas são produtos da dor. Cada pérola é o
resultado de uma ostra ferida por um grão de areia que entra nela. Uma
ostra não ferida não pode produzir pérolas.
Pérolas são produtos da dor; resultados da entrada de uma substância
estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou grão de
areia. Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada
nácar.
Quando um grão de areia a penetra, às células do nácar começam a
trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o
corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda pérola vai se formando. Uma ostra que não foi
ferida, de modo algum produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. A
pérola é o resultado de uma reação natural do molusco contra invasores
externos, como certos parasitas que procuram reproduzir-se em seu interior.
Para isso, esses organismos perfuram a concha e se alojam no manto, uma
fina camada de tecido que protege as vísceras da ostra.
Ao defender-se do intruso, ela o ataca com uma substância segregada pelo
manto, chamada nácar ou madrepérola, composta de 90% de um material calcário –
a aragonita (CaCO3) -, 6% de material orgânico (conqueolina, o principal
componente da parte externa da concha) e 4% de água.
Depositada sobre o invasor em camadas concêntricas, essa substância
cristaliza-se rapidamente, isolando o perigo e formando uma pequena bolota
rígida. As pérolas perfeitamente esféricas só se formam quando o parasita é
totalmente recoberto pelo manto, o que faz com que a secreção de nácar seja
distribuída de maneira uniforme.
“Mas o mais comum é a pérola ficar grudada na concha, como uma espécie
de verruga. Por isso, as esféricas são tão valiosas”, diz o biólogo Luís
Ricardo Simone, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). O
tempo médio de maturação de uma pérola é de três anos.
A cor da pérola varia conforme as condições ambientais e a saúde da
ostra: as mais comuns são rosa, creme, branca, cinza e preta
As formas da pérola dependem do formato do invasor e do local onde ele
se instala. As esféricas são as mais raras e, consequentemente, mais valiosas.
“Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.” Direitos dos Animais
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