O
termo girafa é a designação dada a mamíferos artiodátilos, ruminante, do
gênero Giraffa, da família dos girafídeos, no qual constam quatro
espécies. Até 2016 considerava-se uma única espécie, a Giraffa
camelopardalis, ou camelo-leopardo, como eram chamadas pelos romanos quando
elas existiam no norte da África, pois acreditava-se que vinham de uma mistura
de uma fêmea camelo, com um macho leopardo. São ungulados com número par
de dedos.
As girafas são os únicos membros de seu gênero e,
juntas com os ocapis, formam a família Giraffidae. Atualmente estão listadas
quatro espécies de girafa existentes e nove já extintas, diferenciadas também
pela distribuição geográfica e pelo padrão das manchas.
Essas
várias subespécies de girafas agora habitam as terras secas ao sul do Saara. As
girafas se distribuem em dois grupos: girafa-do-norte que são tricornes,
isto é, com um corno nasal interocular e dois frontoparietais, apresentando
pelagem predominantemente reticulada; e girafa-do-sul, sem corno nasal e a
pelagem tem predominantemente malhas irregulares.
Os machos chegam a 5 metros de altura e com suas línguas preênseis
que alcançam até 50 centímetros são capazes de pegar as folhas de
acácias, por entre pontiagudos espinhos nos altos dos galhos, que são sua
principal fonte de alimentação. Elas são capazes de comer as folhas das árvores
até 6 metros de altura.
Para
poderem pastar, têm de afastar uma da outra as pernas dianteiras. Devido ao
baixo teor nutritivo das folhas, as girafas precisam comer grandes quantidades
e passam quase 20 horas por dia comendo. O comprimento do corpo pode
ultrapassar os 2,25 metros e ainda possui uma cauda com oitenta centímetros de
comprimento, não contando com o pincel final.
O seu
peso pode ultrapassar os 500 quilogramas. Apesar do seu tamanho, a girafa pode
atingir a velocidade de 56 km/h, suficiente para fugir de seus predadores.
As girafas, como todos os mamíferos, possuem sete
vertebras cervicais. Os seus pescoços, entretanto, são os maiores dos
animais atuais, pelo que é pouco flexível. Por causa de seu pescoço comprido e
rígido, seu sistema vascular possui a fama de ser o responsável pela maior
pressão sanguínea do reino animal.
O
coração tem dois orifícios: um que bombeia sangue para o pulmão e
membros e outro que alimenta o cérebro com o líquido vermelho. Este último
é fino, visto que os músculos são maiores, assim a força necessária para o
bombeamento não é tão grande como se imagina.
No
entanto, quando a girafa tem de beber água, a pressão sanguínea da cabeça aumenta
muito e só não a mata devido a duas particularidades excepcionais. Próximo ao
cérebro, existe uma rede de vasos capilares que se ramificam em inúmeras
veias menores dentro do crânio do animal.
Eles
servem para amortecer e distribuir essa sobrecarga de sangue jorrada pelo
coração quando a girafa está com o pescoço abaixado. Além disso, uma veia
grossa repleta de válvulas que retorna ao coração recebe parte do sangue
bombeado. Quando o sangue pressiona demasiadamente os vasos da cabeça da
girafa, ele é desviado para essa veia. Repleta de válvulas que se fecham com a
passada do sangue, a veia alivia a pressão da cabeça e não deixa que o animal
morra cada vez que deseja matar a sede.
Ambos os sexos possuem dois a quatro cornos curtos
e recobertos por pele. O pelo da girafa é fulvo (amarelo-tostado,
alourado) ou rosado, com grandes manchas de cor amarronzada (exceto no
ventre, onde o pelo é branco.
As
manchas pardas possuem um padrão único para cada indivíduo e o auxilia a se
mimetizar por entre as sombras das árvores onde habita. Essas manchas
também concentram, debaixo da pele, vasos sanguíneos e são responsáveis pela
manutenção da temperatura corporal adequada das girafas.
Elas
possuem pernas longas, sendo as dianteiras mais altas que as traseiras, e
número reduzido de costelas. O tempo de vida de uma girafa é de aproximadamente
15 a 20 anos. O couro das pernas é mais rijo e comprime mais os membros da
girafa do que no restante do corpo.
Isso
permite que o sangue não se espalhe pelo tecido e músculos das patas, fazendo-o
retornar ao coração. Caso isso não acontecesse, as pernas da girafa acumulariam
muito sangue por serem longas demais e acabariam matando o animal.
Leões,
hienas e leopardos são predadores dos filhotes de girafas, mas os adultos
possuem porte e velocidade suficientes para limitar o número de predadores. As
girafas quase não emitem sons.
A
gestação dura 420 a 450 dias, nascendo só uma cria de cada vez com uma
altura que oscila entre 1,5 e 1,7 metros. Seus chifres nascem soltos no crânio
para que não machuquem a mãe durante sua saída do útero.
Os
chifres se fundem com o osso durante a infância e adolescência. Os
filhotes de girafas caem de uma altura de quase 2 metros quando a mãe está de
pé durante o nascimento, o que é frequente. A vegetação da savana africana,
entretanto, amortece a queda.
É um animal gregário constituindo rebanhos ou bandos
pouco numerosos, andando rapidamente, a passo travado e associando-se aos
antílopes e avestruzes nas savanas africanas ao sul do Saara.
As girafas dormem aproximadamente duas horas por dia e
um pouco de cada vez. Elas dormem em pé e, apenas em ocasiões muito especiais,
quando se sente completamente segura, se deita no chão para descansar.
A girafa só se deita se estiver segura pois, caso um
predador se aproxime, ela demora muito tempo para se levantar devido a seu
tamanho. A girafa é bem grande, devido a um osso de seu pescoço e de suas
pernas, que são bem alongadas.
Por muito tempo considerou-se que as
girafas atuais eram constituídas por uma única espécie. Até que um estudo de
2016 demonstrou que, apesar da semelhança na aparência, há grandes diferenças
genéticas entre grupos de girafa, indicando a existência de quatro espécies.
Espécies
Girafa-reticulada ou girafa-da-somália (G.
reticulata) - manchas cor-de-fígado, reticuladas e separadas por linhas
brancas muito nítidas; NE Quênia, Etiópia, Somália.
Girafa-do-Kilimanjaro ou girafa-masai (G.
tippelskirchi) - manchas irregulares, em forma de folha de videira,
cor-de-chocolate; Quênia, Tanzânia.
Girafa-núbia (G. camelopardalis) - manchas
grandes, quadrangulares, cor-de-avelã, ausentes nas patas; E Sudão, NE Congo.
Girafa-sul-africana (G. giraffa) – África do Sul, Namibia, Botswana, Zimbabwe, Moçambique.
Predadores
Em alguns países da África, em seu
primeiro ano de vida, sobretudo nos primeiros cinco meses, entre 50% e 70% dos
filhotes de girafas são presas de predadores como leões, leopardos,
hienas, cachorros-selvagens ou crocodilos.
Nicho Ecológico
Alimentam-se de folhagem decídua,
durante a época das chuvas (entre os meses de novembro e maio, quando o
alimento é mais abundante) ou de espécies de folhas perene, na estação da seca.
Pequenos rebentos ou brotos e
arbustos de acácias e mimosas também são apreciados. As girafas são
adaptadas para explorar uma banda de vegetação localizada acima de 3 metros de
altura, fora do alcance de todos os outros herbívoros.
À exceção dos elefantes, as girafas
exploram um nicho ecológico muito restrito e deste modo não têm
competidores pelos escassos recursos da savana. Tem só um filhote por vez, que
já nasce com dois metros de altura.
Distribuição
Em 2016, a girafa entrou
para a lista elaborada pela International Union for the Conservation of Nature
de espécies ameaçadas.
Em 30 anos o número de
girafas reduziu 40% de 157 mil para 97 mil, estando agora na categoria de
“vulnerável”, segundo o IUCN. As razões são várias, tal como o crescimento da
população da África, que faz com que o habitat dos animais seja ameaçado, a
transformação das terras selvagens em terras agrícolas e a deflorestação.
Também as guerras civis
estão a contribuir para a diminuição destes animais. A caça ilegal é outra das
razões apontadas para a presente situação.
Os antigos romanos eram
particularmente fascinados por animais exóticos que eles podiam ver nos jogos
de caça no Coliseu, especialmente aqueles que nunca tinham visto antes.
Em alguns casos, ainda não havia
nomes latinos para alguns dos "novos" animais. O exemplo mais famoso
é a girafa.
Uma girafa foi levada a Roma pela
primeira vez por Júlio César em 46 a.C. depois de uma campanha de guerra
vitoriosa no Egito.
Chamava-se camelopardalis, ou
seja, um camelo alto com feições de leopardo! Ainda hoje o nome científico
deste animal é Giraffa camelopardalis, nome dado pelos espantados Antigos
Romanos.
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