Josef Kramer - Responsável pela morte de milhares de judeus. Foi o comandante do campo de concentração de Bergen-Belsen na Alemanha, tendo sido um dos mais impiedosos criminosos de guerra nazista.
Responsável diretamente pela morte de milhares de judeus durante o Holocausto na Segunda Guerra Mundial.
Sua crueldade era tamanha que recebeu por parte dos prisioneiros do
campo o apelido de Besta de Belsen. Kramer nasceu no dia 10 de novembro de
1906, na cidade de Munique na Alemanha.
Em 1931 Kramer entrou no Partido Nazista, logo depois em 1932 entrou como soldado da SS. Depois de um treinamento dentro da SS, transformou-se em guarda de presidio e quando a guerra começou foi transformado em guarda de campo de concentração.
Em 1934
foi designado guarda em Dachau e rapidamente foi promovido, conseguindo postos
de supervisão em outros campos como Sachsenhausen e Mauthausen.
Em 1940, Josef Kramer tornou-se assistente de Rudolf Hoess em Auschwitz e logo em 1942 foi promovido a SS Hauptsturmfuhrer, quando recebeu o controle das câmaras de gás no complexo de extermínio Auschwitz-Birkenau.
Finalmente em
1944 tornou-se comandante do campo de concentração de Bergen-Belsen.
Kramer tornou-se famoso no período que esteve em Auschwitz pela sua maneira violenta e cruel com que tratava seus subordinados e os seus prisioneiros.
Um dos acusados no
julgamento de crimes de guerra de Frankfurt, o Doutor Franz Lukas, narrou que
evitava ao máximo as tarefas determinadas por ele dizendo-se sentindo dores no
estômago e no intestino.
Quando certa vez viu seu nome ser colocado numa lista de médicos que deveriam selecionar prisioneiros recém-chegados em um comboio da Hungria para trabalhos forçados ou execução protestou violentamente o que levou Kramer a lhe dizer:
"Eu sei que você está sendo
investigado por favorecimento a prisioneiros. Eu estou-lhe ordenando agora que
suba aquela rampa e faça seu trabalho. Se se recusar a obedecer, eu o mato no
local".
Kramer sendo escoltado por soldados ingleses em Bergen-Belsen após ser
capturado, 1945.
No mês de agosto de 1943, Auschwitz recebeu um grupo de 40 mulheres que deveriam ser executadas na câmara de gás.
Com a ajuda dos SS, Kramer as despiu,
as enfiou nas câmaras e ficou olhando pelo lado de fora através de um pequeno
visor vendo-as gritarem desesperadas até caírem mortas ao chão. Perguntado
sobre o que sentia com isso, ele respondeu:
- Eu não sentia nada em fazer estas coisas porque eu estava simplesmente
obedecendo a ordens. Esta era a maneira como fui treinado.
Em dezembro de 1944, investido do comando no campo de Belsen, as regras
e a conduta de Kramer eram tão duras e bárbaras que ele foi apelidado pelos
internos de “Besta de Belsen”.
A Alemanha começava a entrar em colapso e a administração dos campos ruía em sua organização, Kramer continuava devoto à burocracia.
Em março
de 1945, ele preencheu um relatório dizendo que dos 25 mil prisioneiros em seu
campo, 300 haviam morrido de tifo na semana anterior.
Com o fim da guerra cada vez mais próximo e a Alemanha atacada por todos os lados, a população de Belsen continuava a crescer, recebendo prisioneiros trazidos de outros campos que tinham sido alcançados pelos Aliados.
No meio de abril, Belsen tinha mais de 80 mil prisioneiros sob as ordens de Josef Kramer.
Sepultura simbólica de Anne Frank
uma das vítimas de Kramer em Bergen-Belsen
Com o esgotamento total da administração e a evasão da maioria dos guardas de Belsen à aproximação dos soldados aliados para evitar a retaliação, os prisioneiros foram entregues a sua própria sorte.
Corpos apodreciam por todos os lugares e
os ratos atacavam aqueles que não tinham mais forças para espantá-los.
Josef Kramer ficou no campo até o fim e mesmo quando os soldados britânicos chegaram e ele se manteve indiferente e levou-os a uma volta na área para ver as cenas de degradação humana e morte por todo o lugar.
Pilhas de corpos esqueléticos
amontoados no chão, covas cheias de cadáveres insepultos e cabanas com
os últimos prisioneiros sobreviventes em estado de completa decomposição física
e mental.
Josef Kramer e outros 44 subalternos da equipe do
campo de Bergen-Belsen, incluindo quinze mulheres, foram presos e julgados por
uma corte militar britânica na cidade próxima de Luneburg. O julgamento
dos réus se desenrolou entre setembro e novembro de 1945.
No dia 17 de novembro
ele foi sentenciado à morte e enforcado por crimes contra a humanidade e em
13 de dezembro de 1945, na prisão de Hamelin. Seu executor foi o carrasco inglês
Albert Pierrepoint.
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